PRÓLOGO

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A porta de vidro se fechou no mesmo instante que entrei no prédio abandonado; tudo parecia vazio e mórbido, o pior cenário para alguém que estava prestes a morrer

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A porta de vidro se fechou no mesmo instante que entrei no prédio abandonado; tudo parecia vazio e mórbido, o pior cenário para alguém que estava prestes a morrer. O zunido de fios cortava o silêncio agoniante, as luzes falhavam dando um ar fúnebre no saguão, minhas mãos tremiam e eu tinha passos vacilantes quando comecei a andar - conforme eu avançava sentia cada vez mais a incerteza me dominar, talvez eu não devesse estar ali. Okay, eu não deveria mesmo estar ali, vocês sabem o ditado da curiosidade e, bem, eu sou sim uma pessoa curiosa.

(...)

Um tilintar suave indicava que o elevador havia parado no andar, e me pareceu estranho que ele ainda funcionasse; meus pés quase falharam quando dei um passo para entrar. As portas se fecharam e de repente me senti claustrofóbica, a caixa metálica subia lentamente, mas não parava em nenhum lugar, apenas seguiu para cima, talvez para o telhado do prédio, e então quando fui liberada do espaço apertado a brisa fria tomou todo meu corpo deixando meu cabelo rebelde. Quase não percebi a pessoa ali, os cabelos voando aos ventos não tirava sua pose séria, meus passos devem ter sido audíveis, porque ela se virou e eu quase cai no chão, talvez eu realmente tenha o feito estava em choque para notar. As lembranças, caricias, de repente vi os prédios ao redor girarem, minha cabeça pesava como se eu estivesse de ressaca, mas era apenas o peso da mentira que me foi contada; podia jurar que meu coração tinha parado, eu suspeitava que estava tendo um ataque cardíaco. Eu comecei a me lembrar das palavras que minha mãe me dissera "quando amamos mesmo alguém, o peso de um coração partido é insuportável", ela estava certa por todo esse tempo, porque doía! Doía tanto que parecia outra perda, e talvez realmente fosse, sentia meu coração dilacerado, como se eu estivesse despedaçando aos poucos, estilhaço por estilhaço. As lagrimas vieram depressa em um choro violento, os soluços me engolindo, me engasgando, rasgavam minha garganta saindo por vontade própria.

- Não, por favor, não! - Me sentia insegura, pequena e incerta, parecia que todos mentiam para mim, o tempo todo e durante um longo tempo. Meu Deus eu pedi tanto para ela ser a única que não me fizesse passar por isso.

- Você veio mesmo! Estou surpresa.

- Por quê? - Minha voz era apenas um sussurro ao vento, eu estava em choque e assustada, e acima de tudo eu me sentia traída. Me encolhi em meu próprio corpo, como um gatinho assustado - como fiz por muitos dias e meses atrás -, em um choro copioso. Ar me faltava, eu ofegava para respirar e cheguei até a abrir a boca para tentar sair daquele buraco que eu estava me enfiando. - Eu te amava...

- Não seja patética. - Zombou, seu sorriso sumindo. - Você deve ter muitas perguntas. Pensei que saberia quem a esperava, tola Anna, não aprendeu que não se aceita convite de estranhos? Tenho certeza de que sua mãe te ensinou isso antes de morrer - o tom sarcástico e cruel vinha acompanhado de um sorrisinho, sua expressão era quase doente, psicótico. - Bom, de qualquer forma, eu queria conversar, antes de... você sabe. Pobre Annabelle Picask, não aguentou a pressão da morte de seus pais e se matou, ela apenas queria ficar em paz com seus amados papaizinhos. Patético é por isso que combina com você.

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