𝐞𝐯𝐞𝐫𝐲𝐭𝐡𝐢𝐧𝐠 𝐭𝐡𝐚𝐭 𝐢 𝐰𝐚𝐧𝐭 | 𝐦𝐞𝐰𝐠𝐮𝐥𝐟

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Assim que amanheceu, as famílias Jongcheveevat e Traipipattanapong se juntaram na mesa para o café e em seguida, cada um seguiu para as próprias tarefas do dia.
Mew, como o prometido, deu carona à Gulf até a escola em seu carro esporte, que havia ganhado de presente de aniversário aos dezessete.

— E então, você falou que curte garotos. Já teve um namorado?— Mew perguntou batucando os dedos no volante.

— Ah, não. Eu já me apaixonei por um garoto mas... infelizmente ele era hétero.— ele falou numa voz dramática, fazendo o mais velho rir.— Ei, eu te falei minha idade mas você não me falou a sua.

— Eu tenho dezoito.— Mew respondeu.— E tenho uma irmã mais velha que já é casada.

— A minha também. — Gulf respondeu e ficou alguns minutos em silêncio. — Você acha que seus amigos vão me aceitar bem?

— Claro, porque não? Um garoto tão simpático e tão bonito.— ele falou, olhando para o mais novo apenas para vê-lo corar.— Você é adorável, aposto que vai ter vários nos seus pés.

Gulf balançou a cabeça em negativo sorrindo, com o rosto vermelho.
O resto do caminho foi feito entre assuntos aleatórios e piadas trocadas.
Na escola, eles não iriam fazer as mesmas aulas já que Mew estava um ano a frente, mas quando estavam nos corredores mexendo em seus armários, a espera do horário da primeira aula, ele lhe apresentou aos seus amigos, incluindo à Jennie, sua namorada, que tratou Gulf como qualquer outro ali.

Mild, um dos garotos do grupo, foi o que mais se aproximou de Gulf, já que tinham a mesma idade e teriam algumas aulas juntos, e o novato se sentiu bem à vontade no novo ambiente, sendo acolhido por todos.
Naquele dia, tanto a pausa do lanche no refeitório quanto a parada que fizeram na frente do colégio antes de irem embora foi no mesmo grupo, e Kanawut percebeu que ficaria entre eles até o fim do ano.
Por mais que fosse alguém reservado e muito focado nos próprios estudos, não podia negar que era bom se sentir parte de uma roda de amigos novamente.

A preocupação de seus pais quanto à sua adaptação na cidade e na escola se foram, eles podiam ver como Mew tratava bem seu filho e como ele parecia mais solto quando estava conversando com ele.
Conforme os dias se passavam, os garotos se tornavam cada vez mais próximos, o que nunca soou negativo aos pais de ambos, mas Jennie não estava gostando nada daquilo.

Mew, que já tinha suas dúvidas quanto ao que sentia por ela, se distanciava da garota cada vez mais, não com um intuito maldoso, apenas não queria estar com ela com a frequência com que eram acostumados e seu tempo era preenchido agora pelo hóspede de sua casa. Ele adorava levar o garoto para conhecer a cidade quando voltavam da escola, gostava de assistir os filmes de ação juntos e de conversar sobre eles em seguida. Gulf era alguém de presença totalmente confortável.

Notando seu interesse pela namorada morrer aos poucos até se esgotar por completo, Mew a chamou para sua casa, para conversarem. Não terminaria anos de relacionamento pelo celular.
Jennie chegou com um sorriso habitual, deixou um selinho em seus lábios e começaram a subir as escadas.
Já no quarto, se sentaram na cama.

— E então?— ela perguntou, colocando uma perna sobre a outra.

— Jennie, eu... vou ser bem direto com você. — ele falou sério, olhando a garota nos olhos.— Eu quero romper nosso namoro.

A expressão sorridente da garota sumiu, trazendo uma de tristeza e desentendimento.

— Do que você está falando? O que eu fiz de errado?— ela perguntou.

— Você não fez nada de errado, não é isso. Eu só não sinto mais nada por você, não nesse sentido. Eu tenho consideração por você, por tudo que vivemos, mas... não amor. E não é justo pra nenhum de nós continuarmos num relacionamento onde só um quer estar, entende? — Ele falou, tentando soar o mais gentil possível, mesmo sabendo que doeria de qualquer forma.