Sertão

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O vento arde, o chão queima.
O calor leva o que se semeia.


Que frustração a desse povo;
Trabalham o dia inteiro e voltam pra casa com muito tão pouco.


E assim se passam os dias, muitos vão levando a vida empurrando-a com a barriga.



No céu não se encontra nuvem alguma, nenhum sinal de esperança o rasura.



Satisfação é ver bem um amigo, pai, irmão.
Porque alegria mesmo é só a chuva, que não cai no sertão.


E como relatou Gonzaga, o alazão morreu de sede.


Eita tristeza dessa gente! Ir embora seria coerente?



Pois não tem mais água dentro do poço, do gado só sobrou a carcaça juntamente com o osso



Eita povo sofrido!
Que anda sobre um chão rachado e sob um céu inibido.


Eita povo bom!
Que tem a terra ardente e no peito, em chamas, um coração.


Eita povo esperançoso!
Sai do seu cantinho e vem procurar um renovo.


Eita sertão!
Canta as velhas cantigas de geração em geração.



Eita chuva!
Cai pra aliviar a culpa. Dá descanso pro solo oprimido.


Devolve a vida para o Sertão, o meu amigo.

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