O vento arde, o chão queima.
O calor leva o que se semeia.
Que frustração a desse povo;
Trabalham o dia inteiro e voltam pra casa com muito tão pouco.
E assim se passam os dias, muitos vão levando a vida empurrando-a com a barriga.
No céu não se encontra nuvem alguma, nenhum sinal de esperança o rasura.
Satisfação é ver bem um amigo, pai, irmão.
Porque alegria mesmo é só a chuva, que não cai no sertão.
E como relatou Gonzaga, o alazão morreu de sede.
Eita tristeza dessa gente! Ir embora seria coerente?
Pois não tem mais água dentro do poço, do gado só sobrou a carcaça juntamente com o osso
Eita povo sofrido!
Que anda sobre um chão rachado e sob um céu inibido.
Eita povo bom!
Que tem a terra ardente e no peito, em chamas, um coração.
Eita povo esperançoso!
Sai do seu cantinho e vem procurar um renovo.
Eita sertão!
Canta as velhas cantigas de geração em geração.
Eita chuva!
Cai pra aliviar a culpa. Dá descanso pro solo oprimido.
Devolve a vida para o Sertão, o meu amigo.
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Tudo Em Mim
Poetry-À criança dentro de mim. 🔴Nesse livro você encontrará pequenos trechos e poemas sobre fatos históricos, recordações, pensamentos e sentimentos que um dia eu pude ter sobre algumas situações, críticas sociais e músicas. 🔴Alerta de gatilhos! Algun...