O Coletor de crânios, em seu trono feito com o membro dos adversários, olhava para o além. Sua face manifestava a monotonia. Ansiava o anonimato. Sua fama o precedia, ninguem são ousava pisar naquele salão. Mencionar quem sentava naquele símbolo de poder e medo aterrorizava. Isso era pior que a morte, não colocar em prática os talentos pelo qual era conhecido.
Podia invadir, pilhar e o que mais quisesse, ele tinha o poder para isso. Contudo, qual a glória em tais atos? Ceifar a vida de camponeses amedrontados ou soldados de um exército qualquer? Não! Precisa de um guerreiro, um que fizesse frente. Mas já havia assolado todos que tinham a tenacidade de segurar uma espada, lança, adaga, faca, garfo qualquer item perfurante ou não.
— Queria não ser tão eficaz, tão feroz. Quem sabe assim, outros ousariam me enfrentar. Porém, o que posso fazer? Quando sinto Esmigalha ossos (machado) em minhas mãos, uma cabeça à frente, vejo mais um adorno, um souvenir.
A porta se abriu. Seu arauto anunciou um desafiante. Ação essa que não era o suficiente para animá-lo, passou por isso centenas de vezes, sempre proclamado vitorioso. O adversário, diferente dos demais, entrou. Não era musculoso. Esguio. O Coletor de Crânios esboçou um breve sorriso.
— Finalmente alguém diferente desses aqui - disse olhando para um coco em sua mão.
— Seu reinado acaba aqui — disse o desafiante cheio de si já sacando sua espada. Fez movimentos síncronos.
— Vejo que tem atitude e habilidade no manejo- disse o Coletor enquanto levantava do trono.
Parou diante do oponente, este partiu para o ataque, com a espada sobre a cabeça, segurava com as duas mãos. O desafiado não acreditou no que viu, tamanho despreparo, com apenas um golpe Esmigalha ossos partiu o homem ao meio. Sentou no trono, a monotonia.
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O Coletor de Crânios
FantasíaUm ser cruel e enfadado, sentado no seu trono de ossos.