Desejos Inevitáveis

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Para Camila estava cada vez mais difícil estar próximo de Otavio, mais do que isso ouvir Lucia a todo instante falar do o homem incrível q ele era, a emoção, a paixão com que ela se referia a ele, isso a magoava, pois pensava e sentia da mesma maneira e não devia, precisava esquecê-lo, tirar Otavio de sua mente e seu coração custe o que custasse. Otavio por sua vez não se conformava com o distanciamento de Camila, com a forma fria em que ela o tratava, antes de qualquer coisa eram amigos e essa amizade deveria ser preservada.

_ Aceito e entendo que não queira me ver de outra maneira, mas somos amigos, e deveríamos...

_ Não, não quero ser sua amiga.

_ Mais Camila...

_ Vamos ser o que  nunca deveríamos deixar de ter sido, médico e paciente, nada mais.

_ Camila...

_ Preciso ir, creio que não temos mais nada a falar sobre a minha situação, com licença.

_ Camila, espera, Camila! – observando-a se afastar

Mais do que a rejeição o pior era ver Camila todos os dias, e isso consumia Otavio por dentro, não conseguia entender o que havia mudado, porquê Camila agia daquela maneira, estava cansando da situação, havia decidido fazer o que ela o havia pedido e passou a ignorá-la, tratá-la como uma paciente a mais.

_ Sim os resultados estão satisfatórios, logo poderemos ver sobre sua operação.

_ Está tudo bem Otavio, parece não sei estranho.

_ O que quer dizer com isso?

_ Não sei distante comigo...

_ Não, estou fazendo caso ao seu pedido, te tratando como deveria desde o começo como uma paciente qualquer, agora se me permiti. – indo até a porta e abrindo-a _ Tenho outras coisas que atender.

_ Claro, com licença.- pegando a bolsa e dirigindo a cadeira de rodas a porta, antes de sair Camila o olhou rapidamente e se foi.

No carro voltado para casa

_ Porque me doeu tanto Otavio me tratar dessa maneira.- secando ás lágrimas _ Não sei se posso suportar essa indiferença.

Em outra parte uma aproximação estava acontecendo.

Eram quase 8 da noite quando a campainha tocou, Camila atendeu e ficou surpresa.

_ Você?

_ Olá Camila. – disse Otavio segurando um buquê de flores.

_O que faz aqui, e essas flores?

_ Bom eu...

_ Ah Otavio! –disse Lucia animada _ Que bom que chegou, já estou pronta.

_ Vou levar Lucia para jantar.- disse Otavio olhando para Camila

_ Ah sim.- disfarçando o incomodo

_ Essas flores são para mim?

_ Sim- entregando-lhe o ramo

_ Ain que lindas, obrigada, olha Camila que detalhe.

_ Sim são muito lindas, bom que tenham uma boa noite, com licença- disse Camila saindo.

_ O que será que deu nela?- estranhou Lucia

_ Bom vamos?

_ Sim!

Otavio e Lucia estavam cada vez mais próximos, em uma das vezes que saíram, Lucia teve a coragem de confessar a Otavio seus sentimentos, ele de forma delicada agradeceu mais deixou claro não ter interesse da parte dele, porém isso não impediu um deslize da parte de Otavio que por haver bebido um pouco além, acabou passando a noite com Lucia. A mesma preferiu no momento não contar nada a prima, queria ter certeza de uma relação com Otavio, ele claro se sentiu culpado e não contou nada a Camila, afinal não devia satisfação de sua vida e seus atos a ela, já que a mesma abriu mão de uma relação que poderia ter surgido entre eles. Camila morria de ciúmes, ao ver Otavio e Lucia juntos, embora a prima não desse muitos detalhes, compartilhava sua felicidade e a esperança de um futuro ao lado de Otavio

No hospital

Camila estava na sala de Otavio, em algum instante em que ambos conversavam se perderam ao se olharem profundamente, Otavio já não suportando a situação, se aproximou e a beijou. Camila o correspondeu logo o afastou.

_ Por favor Otavio, nunca mais se atreva a fazer isso.

_ Me perdoe, não sei o que deu em mim.

_ É melhor eu ir. – disse Camila saindo

Mais tarde

Otavio ficou pensativo, Camila havia correspondido aquele beijo, não estava enganado a sentiu vibrar em seus braços e isso só poderia significar uma coisa.

Na casa de Camila

_ Você... Lúcia não está, melhor voltar em outro momento.

_ Não vim ver a Lucia e sim você.

_ Otavio por favor.

_ Podemos conversar um momento.

Camila o observa

_ Está bem, entre, te ofereço algo?

_ Não, estou bem.

Em meio a conversa que começou tensa e logo se tornou agradável, por que ambos resolveram baixar a guarda, Otavio passou um café para ambos.

_ Espero que esteja do seu agrado- entregando-lhe a xícara

_ Hum...está ótimo, um pouco forte, mais está bom.- sorrindo

Camila e Otavio se olharam

_ Se você pudesse mensurar o amor que sinto por você, porque Camila apenas me dê uma razão para não tentarmos.

_ Otavio por favor, nós não...

Antes que Camila conseguisse responder Otavio já havia assaltado- lhe os lábios, após um beijo intenso e apaixonado, os lábios se afastaram e eles se olharam. Otavio se ajoelhou perto da cadeira de rodas, acariciou o rosto de Camila, com os dedos fez um caminho por seu pescoço, passando por seu colo. Camila suspirava, nervosa, com as sensações que estava sentindo com aquela simples carícia. Otavio a beijou novamente nos lábios, logo no pescoço, a cadeira o impossibilitava de ter a liberdade  que gostaria.

_ Otavio por favor...

_ Não sabe como a desejo- olhando-a _ Quero que seja minha.

Otavio a beija, Camila sente quando uma das mãos de Otavio se direciona aos botões de sua blusa e o afasta.

_ Não! – com a respiração agitada _ O que pretende?

_ Como?

_ Acha que por eu estar nessas condições, você pode se aproveitar.

_ Não Camila, não é isso, não distorça as coisas.

_ É isso o que quer, saber como é passar a noite com uma mulher inválida.

_ Não diga isso Camila, sim confesso que te desejo, mais nunca me aproveitaria de sua condição para isso.

_ Por favor vá embora.

_ Camila...

_ Sai daqui!

_ Está bem.

Camila fica desnorteada, sentiu seus desejos a flor da pele, mais não podia ceder. Por mais que tenha ficado chateado com a reação de Camila, Otavio não podia negar a satisfação por aquela aproximação tão íntima que tiveram, de certa forma havia alguma esperança de conquistá-la, sabia que assim como para ele, Camila havia sentido algo forte com essa aproximação.  

Amor Que CuraOnde histórias criam vida. Descubra agora