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Hanahaki . Condição em que os esporos se inserem no tecido do trato respiratório, permanecendo dormentes até que seu ciclo de vida seja ativado. Eles então formaram crescimentos que se assemelhavam a flores, florescendo ao longo das paredes dos pulmões e da traqueia até estrangularem a vítima de dentro para fora. Não existia há tempo suficiente para ter um corpo robusto de pesquisas; era mais uma lenda urbana do que uma doença. Os médicos agora pensavam que era o produto de uma peculiaridade que sofreu mutação e começou a se reproduzir como um vírus, sequestrando a maquinaria celular para fazer novos esporos enquanto a tosse violenta induzida pelas flores os espalhava para novas vítimas.
Tomura conseguia entender tudo isso. Era um pequeno pseudo-organismo sádico e qualquer bastardo doente que o fizesse merecia ter sua garganta arrancada. Veja o quanto eles gostam da sensação de espinhos em seu esôfago, pétalas fazendo cócegas em seus pulmões cada vez que respiram.
O que ele não entendeu foram as circunstâncias em que a doença se tornou ativa ou morreu. Os primeiros casos pareciam aleatórios e impossíveis de prever. Caso contrário, pessoas saudáveis podem morrer rapidamente, enquanto indivíduos doentes podem sobreviver. Alguém percebeu que o que todas as pessoas que sobreviveram tinham em comum era um novo relacionamento no rescaldo. A internet deu o nome à doença: Hanahaki . Doença de amantes não correspondidos.
Deve ser um monte de merda. Que doença sabia quando você estava apaixonado, pelo amor de Deus? E como diabos ele saberia se o seu amor foi correspondido ou não? No entanto, todos os estudos realizados sobre a doença mencionaram essa "teoria" e não conseguiram refutá-la, quer o autor pensasse que era possível ou não. Para o bem ou para o mal, o ciclo de vida da doença parecia começar quando o coquetel químico da paixão o atingiu. À medida que os sentimentos amadureciam, aparentemente o mesmo acontecia com as flores. Eles ficaram maiores, mais cheios, dificultando a respiração e irritando constantemente a garganta. A doença estrangulou o hospedeiro ou voltou a morrer e tossiu completamente.
Os que sobreviveram, aparentemente, tiveram seus sentimentos correspondidos quando confessaram seu amor. Não havia nenhum medicamento ou tratamento, exceto por uma cirurgia extensa e invasiva para remover as células contaminadas dos pulmões e da garganta, e poderia nem funcionar se perdesse um único. Se a cirurgia não matou a pessoa que fez o procedimento em primeiro lugar.
Ele coçou o pescoço, embora a coceira fosse do lado de dentro.
Tinha que ser físico. Algum tipo de reação biológica causada pelo aumento dos hormônios. Tinha que haver uma maneira de imitar isso. Para enganar. Ele não podia - ele não podia colocar sua vida nas mãos de algum herói. Ele não poderia ser fraco assim.
Ninguém poderia saber. Ele não conseguia nem mesmo dizer ao Sensei, culpa e nojo guerreando dentro dele só de pensar. Como ele poderia dizer ao homem que salvou sua vida, que o criou e lhe ensinou o jeito real do mundo, que ele estava jogando fora seu investimento em alguma fantasia passageira ridícula? O pavor e a humilhação eram quase tão sufocantes quanto as próprias flores.
