Até que te encontrei

Dylan - Tudo tem um propósito.

São Paulo, 12 de agosto de 2018.

Dylan acabará de acordar as sete horas da manhã de domingo que na verdade ele nem tinha dormido. Passou a noite inteira em claro.
Levantou-se e foi até o quarto de sua mãe vê-lá, ela dormia tranquilamente, ele desejou tanto estar no lugar de sua mãe naquele momento.
O jovem tinha tudo: casas, apartamentos, carros de luxo, lanchas e tantas outras coisas, mas ele carregava um vazio enorme dentro de si.

Aos dezoito anos de idade começou a namorar com uma moça um ano mais nova que ele e jurou que fosse o amor de sua vida, namoraram por dois anos até que ele descobriu que ela só o usava para conseguir as coisas e o traía. No mesmo ano seu pai faleceu num acidente de carro forjado e isso acabou com ele.
Ele teria que ser o chefe da família, cuidar de sua mãe e suas duas irmãs gêmeas que não entendiam o que era a morte ainda. Foi aí que desenvolveu profunda depressão, ansiedade, síndrome do pânico e por diversas vezes o rapaz tentou tirar sua vida.

— Hoje eu vou acabar com isso. - disse e respirou fundo.

Foi até o quarto de sua mãe e a beijou na testa e fez o mesmo com suas irmãs.

Ele estava decidido a acabar com todo sofrimento.

Pegou seu carro e dirigiu por aí sem rumo quando por um descuido acabou perdendo o controle da direção.

O asfalto estava molhado por conta da grande chuva que teve na manhã.

— Aí meu Deus! O que foi que eu fiz? - ele gritou desesperado enquanto afastava as mãos do volante.

Ele tinha atropelado alguém. Ele queria tirar a sua vida e não a de outra pessoa.

Imediatamente Dylan saiu correndo para qualquer lugar, de preferência o mais longe e vazio possível.

Depois de correr por cerca de 25 minutos, ele chegou até o lugar "perfeito" para o suícidio. Era deserto e completamente cheio de mato, havia um lago que não parecia ser muito fundo mas que dava para se afogar.

– É agora! Eu vou acabar com esse sofrimento de uma vez por todas!

Ele estava prestes a se jogar quando ouviu uma voz dizendo:

– Não faça isso!! – uma mulher foi até ele e o puxou pelo braço.

– Me solta! – ele resmungou enquanto tentava se soltar.

– Não vou te soltar! Eu sei o que você pretende fazer!

– Você nem me conhece. – resmungou.

– Eu realmente não te conheço mas já estive no seu lugar. Eu também já tentei o suicidio e eu posso te garantir que essa não é a solução.

– Então qual é? – arqueou sua sobrancelha esquerda e a encarou.

– Jesus. – ao ouvir o nome do todo poderoso o rapaz se arrepiou, mas ele não podia dar o braço a torcer.

Dylan começou a rir enquanto o semblante da mulher continuava sério.

– Você não pode estar falando sério. – perguntou sem acreditar.

– Mas é claro que eu estou. Você não acredita nEle?

– É pra ser sincero? — ela assentiu. – Não.

O rapaz começou a falar tudo que tinha acontecido e estava acontecendo na vida dele. A mulher ouvia tudo com muita atenção e em nenhum momento o julgou.

– Dylan, você acredita em Deus, só está o culpando pelos acontecimentos da sua vida e fingir que ele não existe é mais fácil do que encarar a realidade. No fundo você sabe que ele não tem culpa... Mas o ser humano tem a incrível mania de sempre achar que alguém é culpado, menos ele mesmo. Os dias maus vem pra todo mundo mas a cabe a nós escolhermos como iremos nos comportar diante deles.

– Olha, agora eu preciso ir. Mas pensa no que te falei. Estarei orando por você. Que Deus te abençoe.

– Obrigada por me ouvir. – disse e forçou um leve sorriso.

"Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis; porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se."
Romanos 1:20-21