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Los Angeles, 06:27 a.m

Me levanto antes mesmo do despertador tocar, antes mesmo do meu pai acordar. Moramos apenas eu e papai, minha mãe mora no Arizona, ja que eles são separados desde que eu tinha 07 anos, mas quando fiz 12 vim morar com o mesmo por motivos de: preservação de saúde mental? Vamos dizer que as coisas não era tão...Harmônicas.

Assim que abro os meus olhos, vejo que ainda não amanheceu por completo, mas me levanto para não me atrasar. Depois de sair da cama, e fazer o que eu chamo de "xixi matinal", vou tomar um banho pra despertar melhor, acordar cedo é um porre.
Logo saio do banho vejo uma notificação chegar. Era Lia, podemos se dizer que a Lia era tipo "não tenho dinheiro pra terapia, mas também não tenho espaço pra um cachorro", isso nos resume bem. Quando cheguei aqui eu era a típica estranha do grupo que não se misturava com ninguém, mas sabe aquela pessoa que você tem certeza que a mais insuportável, metida e nariz em pé da escola? Pois é, essa era a minha perspectiva sobre ela, eu estava errada? Para preservar a nossa amizade eu prefiro não responder.

fala rexonna

por que eu faço amizades assim?

caguei, vou estar te esperando no segundo portão hoje, não se atrase, aliás você ja está.

Olhei no relógio e eu estava realmente atrasada. Sai correndo do banheiro e vesti oque encontrei na frente. Logo eu ja me encontrava na cozinha pegando apenas um cacho de uva que estava na geladeira, avistei meu pai sentado lendo seu velho e bom jornal.

— Bom dia Sr. Ross Falo me sentando na mesa, mas antes lhe dou um beijo na bochecha.

— É papai pra você, no máximo pai eu estou relevando.

— Não tenho mais quatro anos de idade pra te chamar assim, daqui pra frente é só velhote, isso quando eu estiver de bom humor - Falo para o mesmo, seguida de uma risada de ambos, eu amava nossa relação.

— Já a terminou de comer? — Perguntou o mesmo e eu concordo com a cabeça saindo da mesa.

Logo ja estavamos fora de casa, adentrando no carro e dando partida para a escola. Quando chegamos la, me despedi do mesmo que fez questão de dizer o quanto me amava na frente de todos, é a idade, dizem que piora com o tempo. Assim que entrei fiz o que a Lião pediu e fui direto para o segundo corredor.

— Já estava ligando para a funerária pra resolver as coisas do seu enterro, parece que morreu no meio do caminho - Disse a mesma vindo me abraçar, não olhe para mim só tinha ela na fila dos "menos estranhos para se amigar".

— Esqueceu? - Perguntei a mesma arqueando a sombrancelha.

— Esqueceu do que?

— De tomar o remédio — Falei sacaneando, o que me resultou num beliscão que doeu na alma.

Passamos um tempo conversando até o bendito sinal cortar nosso barato e anunciar que as aulas estavam começando. Pensei seriamente se valia a pena ir para a sala, sentar em uma cadeira e fingir que eu estava entendendo tudo.

— Vamos Rock, não vai ser tão ruim, você tem a mim - Implorava a mesma me arrastando para a sala. Aliás, sim meu apelido é Rock, não, não é nome de cachorro.

— O que não quer dizer muita coisa — Dei uma risada sarcástica, sabendo totalmente que aquilo era mentira, eu não conseguiria ficar ali sem ela.

— Vou encara como um elogio — Lia disse e logo ja estavamos na sala.

Assim que chegamos eu fiz questão de sentar no fundo para que não precisasse ser interrompida no "soninho da beleza". Quando o professor de filosofia entrou eu já pude sentir a energia negativa só de olhar para aqueles livros.

— Limpa, limpa, limpa toda energia negativa..limpa — Resmunguei comigo mesma abaixando a cabeça.

- Amém — Lia comentou.

— Página 145 do livro, por favor — O mais velho disse e se sentou e continuo a dizer —Quero todos os exercícios para ontem.

— Muito legal né, sentar em uma cadeira e entupir nosso cu de atividade, esse é o mundo onde vivemos — Lia resmungou mas não demorou dois minutos para ela começar a fazer.

— Boa sorte pra vocês — Digo.

— mas você não vai fazer? — Perguntou confusa.

— Vou sim, vou dormir que é o melhor que eu sei fazer — Falei e pude sentir ela balançar a cabeça em reprovação.

Assim que abaixei a cabeça respirando fundo e adormecendo aos poucos...Quando de repente sinto um grito que chamava o meu nome consecutivamente.

— Roxane Ross — O mais velho gritava — Dormindo em horário de aula, acha que isso aqui é dormitório? — O mesmo perguntou alterado.

— Não, não acho e se fosse seria bem mais limpo e com gente mais civilizada — Digo ainda tentando raciocinar o que estava a acontecer.

— Rock...- Lia resmungou.

— Some, pega as sua coisas e some — Disse o professor — Para a diretoria antes que eu te reprove agora mesmo.

— Melhor doque ficar aqui com você gritando com esse bafo de...— Fui interrompida.

- Rock! — Lia me advertiu.

Não digo mais nada, apenas saio sem mais nem menos em direção a diretoria. Quando cheguei lá a secretária nem fez cara de surpresa, pois minhas vindas aqui eram... constantes.

- Dale Rosa, bom dia flor, literalmente - Cheguei me fazendo a Katia como se não tivesse feito nada.

- Não vem Roxane, quem não te conhece que te compre, qual foi dessa vez? — Perguntou a mesma, vamos dizer que eu tinha certa intimidade com ela, acho que as visitas foram tão contantes que ela meio que me adotou.

— Ah sabe - Falei olhando minhas unhas — Tem uma manicure pra me recomendar? —perguntei dando um sorriso amarelo e ela me olhou semi serrando os olhos.

— Rock...

— Eu estava apenas tirando um cochilo, eu Rosa, uma mera trabalhadora, em meu horário de descanso, e um professor que não sabe nem onde esta grita comigo, Rosa.. eu estou destruída — Falei imitando uma voz de choro — Quando eu fui me defender apenas usei os fatos e aqui estou eu...Quero recorrer aos direitos humanos Rosa!

— Garota - A mesma dizia tentando controlar os risos — Você não tem jeito, mas cai entre nos, ele realmente tem bafo — Ela disse e gargalhou, não pude deixar de rir, ela era tão engraçada, mas ela deixou de ser assim que a Sra. Sanches chegou e nos pegou no pulo — Sra. Sanches — Disse se levantando no susto

- Rosa? Roxanne? O que faz aqui em horário de aula — Perguntou.

— Vim dar um abraço em você e dizer que cinza lhe cai bem em — Falei dando um sorriso simpático.

— Na minha sala, agora — Ela ordenou .

— Tchau Rosa — Eu disse me lamentando.

— Vai na fé irmã — Nos despedimos e eu me direcionei a sala da tiazinha.

continua...

obsession with you - Miguel Cazarez MoraOnde histórias criam vida. Descubra agora