Território Inimigo - 1

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Kaadla não lembrava muito bem de quais escolhas tomou para se encontrar em sua situação atual, mas com certeza seu anti racionalismo estaria metido nisso. O caos tinha se instaurar por toda a nave inimiga. Pessoas corriam tentando reverter um problema que supostamente aconteceu nos propulsores da maquina, mas Kaadla sabia que aquilo era uma mentira.

Seus passos não seguiam os dos demais integrantes, mas a confiança que ele colocava em seus ombros e passos davam a entender de que aquele soldado disfarçado sabia o que estava fazendo. Ele avançou pelos corredores iluminados de vermelho atrás do quarto do capitão, era um risco enorme a se tomar, mas ele acreditava de verdade que conseguiria. Depois de muito andar ele chega a porta que por dias esteve em seus estudos e pensamentos, agora completamente real e próxima de seu objetivo.

Ele ergue sua mão atrás de uma maçaneta por instinto, mas percebe a falta do objeto, um pequeno sensor brilhava ao lado esperando por um cartão que pudesse lhe dar a passagem ao nosso espião. Kaadla solta um suspiro frustrado e caça por seu traje o crachá da pessoa que antes habitava o traje, ao encontrar ele faz sua primeira tentativa que apena o leva a decepção de ter o acesso recusado.

Definitivamente Kaadla entrou nessa confusão seguindo o instinto da adrenalina, pois mal raciocinara direito seu plano e agora ficaria a merce da sorte. Seu idiota irracional.

Uma mão grande coberta por uma luva de cor preta agarrou o ombro do intruso e o virou para si o prensando contra a parede. Kaadla se assustou ao estar diante do sub comandante daquela nave. Geralmente ele não teria medo de abordagens como aquela, mas Nyxins eram conhecidos por terem cargos baseados em seus poderes, em resumo quanto mais forte você era mais reconhecido você ficava, e ao julgar que ele estava em uma nave militar aquele homem diante dele não poderia ser uma pessoa bem apessoada.

— O que faz na frente do quarto do seu capitão, soldado... — seus olhos caçam o crachá que logo é arrancado com certa violência da mão de Kaadla — Jefiz.

Graças ao traje o sub comandante não podia ver o semblante preocupado do intruso e ele agradeceu por isso, precisava pensar em uma forma de escapar daquela situação e encontrar sua parceira para darem o fora dali.

— O comandante pediu que eu olha-se seu quarto para garantir que não havia nada de incomum no ambiente, senhor.

— Mas o senhor não parece ter autorização para está aqui — seu tom de voz dava a impressão de ter mudado sutilmente, mas não fora isso que impressionara Kaadla, seu corpo inteiro parecia formigar de dentro para fora, sua cabeça sofria uma pressão terrível. Ele já ouviu falar desse talento, os Nyxins que as possuíam ficavam conhecidos como manipuladores da verdade, sua voz as forçavam a serem sinceras, caso contrário seriam tomados por uma dor lascinante até chegarem a óbito. Kaadla devia ter imaginado que num lugar como aquele eles manteriam alguém assim por perto. Sua cabeça correu atrás das poucas informações que absorvera em suas lições na academia que se formara, felizmente ele sabia reverter aquela situação.

— Devo ter esquecido de pegar o cartão do capitão, de qualquer forma ele disse que possivelmente haveria um ataque as instalações e que esse alerta nos propulsores não passam de uma mera distração — a dor começou a dissipar deixando apenas um desconforto que se assemelhava a uma dor de cabeça leve — como o senhor deve saber o capitão ficou preso no setor oeste após os alarmes serem soados.

O sub comandante soltou uma arfada exasperada pelo que ele julgava ser um comportamento indulgente, o que não estava longe da verdade. Então, Kaadla deu alguns passos para o lado liberando a passagem ao oficial que parecia ter pressa em sua averiguação. O impostor se atentou a isso e começou a dar suaves passos em retirada as costas do sub comandante.

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