CAPÍTULO CONGELADO

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Inverno de 1768

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Inverno de 1768.

Naquela época, um cobertor espesso e pesado de neve caiu sobre uma cidade que, no futuro, receberia o nome de Avennderloon, de forma tão agressiva que a maioria dos moradores evitavam sair de suas casas, por medo de serem encurralados pelo frio

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Naquela época, um cobertor espesso e pesado de neve caiu sobre uma cidade que, no futuro, receberia o nome de Avennderloon, de forma tão agressiva que a maioria dos moradores evitavam sair de suas casas, por medo de serem encurralados pelo frio.

Por esse motivo, a única e solitária silhueta que ousava andar pelas rua era a morte.

Não está lendo errado, a própria morte, encarnada naquele mundo, andava pela neve sem afundar as patas, era uma visão e tanto.
Ela esperava impacientemente pelas almas que viera recolher, andando de um lado para o outro, podia não transparecer, mas até ela se incomodava com os invernos.

Em um certo momento ela passou pela casa de Terence, olhou através da janela, e foi embora. Ninguém de lá partiria naquele dia, mas as horas que corriam não permitiriam isso por muito tempo.

O jovem Terence tinha por volta de doze anos e, comparado com qualquer outro garoto da mesma idade, parecia o mais afetado pela pobreza, o corpo lânguido de ombros curvados para baixo parecia muito mais frágil quando enfiado naquelas roupas folgadas que usava. Era quase impossível não sentir um frio na barriga ao olhar para ele andando e se esforçando mais que o necessário. Parecia algo que estava prestes a desmoronar, mas em momento algum sua postura deixava de ser ereta, disposta.

Ele cresceu sempre tendo consciência dos problemas da família, percebia a tristeza que surgia no rosto de sua mãe ao ver que os filhos não cresceriam em circunstâncias melhores que ela, que não eram tão saudáveis quanto as outras crianças, e via o olhar apreensivo de seu pai, pensando se valeria de algo continuar vivendo daquele jeito.

⎯ É apenas isso que temos hoje, sinto muito. ⎯ Era o que o semblante sofrido da mulher dizia ao entregar um prato com sopa rala. O inverno era ousado em testar os limites daquela família, um mensageiro maligno, ele revelava o quão fracas eram suas posses, despia-os das falsidades das outras estações, era uma força tirânica, gelada, em sua forma mais nua e crua.

II.ㅤ𝗜𝗡𝗩𝗘𝗥𝗡𝗢 𝗥𝗨𝗕𝗥𝗢Onde histórias criam vida. Descubra agora