Adrien nunca havia se sentido tão azarado na vida.
No geral, ele não se considerava uma pessoa azarada, essa era uma das características do miraculous do gato preto que ele se orgulhava de saber que não afetava sua vida. Claro, vez ou outra algum incidente podia acontecer: Às vezes o despertador não tocava e ele acordava alguns minutos atrasado, com Nathalie com uma careta no rosto ao vê-lo descer as escadas um pouco mais tarde que o normal. Ou a maquiadora exagerava na quantidade de pó e ele tinha uma crise de espirros. Ou ele pisava em falso em algum dos telhados e Ladybug tinha que segurar seu braço para ele não se desequilibrar.
Normal, isso não acontecia com frequência e as pessoas não podem ter sorte em 100% do tempo, então Adrien relevava e tentava não se importar demais.
Mas naquele dia especificamente, uma sexta-feira 13, foi como se todo o azar do mundo tivesse se culminado num espaço pequeno o bastante para caber inteiro em Adrien, ou como se todo o azar que ele devia ter tido ao longo do tempo como Chat Noir tivesse ficado escondido em algum canto do seu quarto e o atacado durante a noite, quando ele estava dormindo.
Primeiro porque ele não acordou apenas alguns minutos atrasado, mas mais de meia hora, só teve tempo de se vestir antes de correr até o carro sem comer nada para tentar chegar na escola no horário certo. E mesmo toda a pressa do mundo para sair de casa não adiantou de nada porque, coincidentemente, havia um engarrafamento terrível nas ruas que levavam da Mansão Agreste até a escola, ele acabou chegando ao mesmo tempo que Marinette — que sempre chegava atrasada independente do dia da semana ou do mês — e até a garota olhou para ele surpresa quando o viu entrar na sala ao lado dela.
Depois que, como se já não bastasse ter chegado atrasado, acabou tropeçando no único degrau de escada que levava ao seu lugar e quase caiu aos pés de Marinette, todos os alunos já olhavam surpresos para Adrien e não foi difícil concluir que todos haviam visto sua quase-queda também.
E quando estavam se dirigindo ao laboratório para a próxima aula, Alya e Marinette se aproximaram dele por trás para perguntar se estava tudo bem — por conta do atraso, elas juraram, não por conta da quase-queda —, ele se virou para responder as duas e quando olhou para a frente novamente, não teve tempo de desviar e bateu a cabeça no vidro de uma das janelas do corredor. Alya e Nino riram alto sem nem tentar esconder, Marinette se conteve mais, observando a marca vermelha na testa do garoto enquanto Adrien levava a mão ao nariz que doía um pouco.
A partir disso Alya e Nino resolveram passar o resto do dia chamando Adrien de 'Marinette 2.0', e toda vez que ele tentava argumentar que não estava tão desastrado assim, acabava tropeçando ou batendo em algo e provando que estava ainda mais azarado do que achava. O auge da manhã foi enquanto Adrien entrou na sala depois do intervalo entre as aulas, tropeçou nos próprios cadarços — pela terceira vez, mas ele podia jurar que amarrou forte nas últimas duas vezes — e quase caiu no chão, se não fosse pelos reflexos rápidos de Marinette, que o segurou pelos braços antes que o pior acontecesse.
Porém a garota ficou tão nervosa ao ver que havia segurado Adrien daquele modo que acabou o soltando de todo jeito e ele caiu de cabeça no chão, até Alya e Nino se aproximaram preocupados daquela vez e Marinette pediu mil desculpas enquanto ele tentava dizer que estava tudo bem e que não havia se machucado, ela parecia mais desesperada e prestes a chorar do que ele.
E, pra piorar, o engarrafamento da manhã pareceu se repetir no horário do almoço, enquanto o restante dos alunos almoçava no refeitório da escola, Adrien ficou sentado nas escadas do lado de fora, esperando o motorista que só apareceu quando faltavam menos de vinte minutos para as aulas retornarem e o garoto teve que dizer para Gorilla que não iria voltar para casa para almoçar, não daria tempo.
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beijos de boa sorte
Romanceladybug tem uma ideia infalível para ajudar a combater a má sorte que chat noir teve o dia todo durante aquela sexta-feira 13.