Capítulo 2

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Hinata respirava com dificuldade enquanto tentava passar despercebida. Ouviu quando Karin começou a apresentar todos os funcionários e sentiu o chão desabar. Era hora de encarar seu vexame.

Ou talvez não!

— Essa é a Shion, Sai, Kiba e... — Karin parou e coçou a garganta. — Hinata, por que está agachada no chão? — sussurrou, sorrindo sem jeito para o homem, que se divertia observando a situação.

Qual era o problema de sua chefe? Custava fingir que não a havia visto e passado direto? Doía tanto assim deixar de apresentá-la?! Suspirou e se levantou, sorrindo amarelo.

— Eu tinha deixado uma coisa cair.

— Claro — a ruiva concordou desconfiada. — Como eu ia dizendo, essa é Hinata Hyuuga, nossa funcionária mais nova!

Foi inevitável corar quando os olhos se encontraram e um brilho divertido atravessou as ônix. Hinata quis voltar a se jogar no chão, mas se conteve e apenas estendeu a mão, cumprimentando o homem.

— Senhorita Hinata, esse copo na sua mesa é café? — a voz de Sasuke soou natural, quase despreocupada, mas a morena conseguiu sentir o tom zombeteiro por trás daquilo.

— É, sim — murmurou sentindo que aquilo não ia acabar bem..

— Posso provar?

"FUDEU DE VEZ!", uma voz praticamente gritou nos pensamentos da mulher, que arregalou os olhos chocada.

— Senhor Uchiha, eu posso pegar um para você! — Shion se ofereceu, saindo de trás da mesa e sorrindo exageradamente.

— Não há necessidade, já estou aqui e quero somente uma prova. Senhorita Hinata?

Hinata olhou para a chefe, que gesticulou para que ela entregasse o café. Ainda sem entender e com medo dos reais motivos do homem, passou o copo para ele.

Sasuke deu apenas um gole na bebida quente, ou que ao menos deveria estar quente, e franziu o cenho em desgosto.

— Hinata, você gosta desse café?

Era agora. Sua prova de fogo. Ela sabia que sua vida poderia piorar. Sempre podia.

Se encontrava em uma encruzilhada. Dizer a verdade na cara dura, que o café era péssimo, ou mentir descaradamente, fazendo o papel de uma atriz digna de Oscar.

Ela não era uma boa atriz. E não conseguia mentir. Sem contar que o homem já sabia o que ela pensava. De que adiantava fingir demência?

— O café é horrível. — Direta. Decidiu ser direta. Pôde ver pelo canto dos olhos todos os seus colegas a olharem como se fosse louca. Talvez de fato fosse.

— Hinata! — Karin ralhou, olhando-a como um leão olha para a presa.

— Não tem necessidade disso, Karin — Sasuke interrompeu, jogando o copo ainda com o líquido no lixo. — Ela está sendo sincera. É o pior café que já tomei na vida.

— Sasuke? — a ruiva perguntou desacreditada.

— Vou mandar providenciar uma máquina nova agora mesmo. Os funcionários não merecem isso.

E, de maneira rápida, deixando todos perdidos, o homem saiu do recinto, indo conhecer mais partes da empresa. Hinata voltou a se sentar, o olhar ainda na porta, desviando somente para encarar a lixeira, que agora cheirava a café.

Aquele homem era tão maluco quanto ela.

[...]

Tomando coragem de um lugar que ela desconhecia, Hinata bateu na grande porta de madeira e esperou. Seu coração estava a ponto de sair pelo peito, mas preferiu ignorar essa sensação.

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