Cap 1

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O garoto corria, corria muito tentando a todo custo se esconder da grande fera que estava o seguindo, ele passou pelas árvores e galhos que estão espalhados pelo chão tentando despista-lo, mas era muito difícil para ele correr tão assustado como ele estava, e ainda ter que desviar para não cair no chão por está escuro demais e ele não conseguir ver muito bem, e acabar sendo pego mais rápido. Por um descuido ele tropeçou e caiu, com aquilo ele ouvia os passos do lobo se aproximando devagar cada vez mais de si, até que o pobre garoto o viu, tão perto, tão assustador. O animal grande estava babando e com seus dentes enormes aparecendo, assustando ainda mais o garoto, esse que estava sentado ainda no chão sentindo uma dor em seu tornozelo o qual ele tinha machucado ao cair.

— Po-Por favor, alguém me ajuda.

Foi a única coisa que ele falou antes de ser estraçalhado pelo grande lobo.

Após ter tido sua refeição o lobo olhou para os lados e suspirou alto. Olhou para o céu e viu a lua cheia brilhando em sua direção, fazendo com que o grande animal mostra-se seu lado mais selvagem, sem ter controle sobre si próprio, e sabendo que no dia seguinte se arrependeria pelo que tinha feito a uma pessoa inocente. Não se perdoaria nunca talvez. Mas de qualquer maneira era a sua natureza, talvez não se arrependesse.

Virando as costas para o lugar que estava sujo pelo garoto, ele começou a andar sem olhar para trás, sumindo na escuridão da noite, por seus pelos serem negros era muito difícil de vê-lo em meio as folhas verde escuro da floresta, o deixando praticamente invisível aos olhos de qualquer um que passasse. Mas seus pelos brilhavam ao reflexo da lua, mostrando o quão belo e assustador aquele lobo era.

...

Yuri acordou assim que a sol atravessou sua janela e iluminou todo o quarto, o garoto resmungou algo pondo as mãos em frente ao rosto ao ter o sol em sua direção o fazendo abrir os olhos irritado por já ter que levantar de sua cama quentinha, e ter que ir ajudar sua avó com o trabalho de casa e com as platações que a mesma tinha atrás da pequena casa deles.

— Yuri levanta. — Falou sua avó na porta de seu quarto.

— Já vou vó — O garoto respondeu preguiçosamente colocando o travesseiro no rosto.

— Vamos, Yuri.

Ele olhou para a porta do seu quarto e viu sua avó com as mãos na cintura e com cara de poucos amigos o observando.

— Se você não levantar agora eu irei jogar um balde de água em sua cabeça. — Ameaçou a senhora.

— Pra quê isso tudo? Ainda está cedo! — Ao olhar para o relógio da parede de seu quarto e ver que já passava das 07: 00 ele olhou  sorrindo assustado para a avó e se levantou. Tinha demorado até demais para levantar da cama, ele sempre estava acordado as 06: 00. — Agora sim eu já vou começar a ajudar a senhora.

— Então saia logo desse quarto, eu tenho algo que é para você fazer, hoje. — Ela falou e saiu do quarto.

Yuri começou a se vestir já que o mesmo só estava com uma camisa grande e uma cueca por baixo, que eram as pessas de roupas que ele usava para dormir. Assim que se vestiu, escovou os dentes e lavou o rosto, então ele saiu do quarto e foi para a cozinha onde sua avó estava.

— Sente-se para comer, depois eu quero que você saia para ir caçar. — Falou ela prestando atenção em sua panela no fogo.

— Ah não vó, eu odeio sair para caçar.

— Para de ser preguiçoso Yuri, à dias que a carne acabou, estamos comendo só verduras. Ou você quer que eu vá caçar em seu lugar?

— Claro que não! A senhora não tem mais idade pra sair por aí, pode deixar que eu vou.

— Que bom meu netinho. — Ela sorriu sabendo que conseguiu o que queria, que era fazer o garoto ir caçar. — Agora se sente e coma.

— Ta bem. — Ele se sentou e começou a tomar seu café. — Está perto do inverno, eu acho que não teremos muita comida. — Comentou depois de um tempo calado apenas comendo.

— Eu não sei o que vamos fazer. — Falou preocupada, Yuri também se preocupava com sua avó, estava cada vez mais difícil de se sustentarem sendo apenas eles dois, Yuri com 18 anos e sua avó que tinha mais de 70 anos. As casas vizinhas da sua também eram simples e todos eram muito pobres mas tinham homens mais fortes para protegerem e sustentarem suas famílias.

— Eu já terminei, vou sair agora mesmo.

Ele levantou da cadeira e foi até sua vó, deu um beijo em sua bochecha, pegou seu facão e sua bolsa de pano saindo de casa logo em seguida.

(...)

A floresta era escura, era pouca a claridade do sol que entrava pelos galhos das árvores, parecia assustador para qualquer pessoa e por mais que Yuri estivesse acostumado a andar por aí ele ainda tinha medo. Ele sempre caçou sozinho, ir caçar com os outros homens poderia ser perigoso para ele, já que o garoto era bem bonito e tinha belas curvas, o que para muitos homens era motivo de ter tesão mesmo sem eles serem gays, então Yuri achava melhor caçar sozinho.

Andando um pouco mais ele viu um coelho, era um animal pequeno mas era melhor do que nada e Yuri também não era tão bom caçador, saía para caçar uma vez à cada duas semanas, sua avó não queria que ele saísse muito sozinho, e aquilo contribuía para ele ser ainda pior caçando.

Ele se aproximou devagar com passos maneiros para que o animal não o visse e então ele o atacou, conseguindo acertar o animal com o facão em sua barriga, Yuri aprofundou o corte e quando o animal não conseguiu mas lutar por sua vida o garoto deu um sorriso vitorioso e tirou o facão do corpo do coelho.

— Foi mais fácil do que pensei que seria. — Falou para si mesmo.

Ele sorriu e colocou o coelho morto dentro da bolsa de pano que ele havia trazido.

Ele andou mais, entrando mais ainda na floresta, ele olhava para todos os lados procurando mais algo para matar, até ele escutar um barulho alto de galhos quebrando, e quando olhou para o lado que o barulho vinha ele viu um grande lobo negro. O garoto sabia que era perigoso, quem não saberia. Um grande lobo negro com olhos vermelhos, dentes enormes que o assustavam ainda mais, rosnando em sua direção dando a entender que iria ataca-lo.

Yuri se afastou devagar andando de costas sem tirar os olhos do lobo e sem querer, ele caiu sentado no chão, seus olhos já marejados olhavam apavorados para o lobo. Sem saber o que fazer, até para respirar estava sendo difícil, ele pensava que até o barulho de sua respiração iria ser motivo para ser morto pela grande fera em sua frente.

Estou morto — Pensou o garoto.

VOCÊ É MEU LOBO (Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora