ma fleur

310 52 49
                                    

— Se acalme, precioso. — A ômega sussurrava, fazendo com que o loiro se sentisse ainda pior por ter que aguentar toda aquela situação e não poder fazer nada. — Tudo vai ficar bem, logo. Eu lhe prometo.

Jimin chiou em discordância e deixou seu peito se afundar ainda mais no sentimento de inutilidade que carregava. Ele lutou tanto, ele fez tudo que estava ao seu alcance, ele rezou para a deusa mãe incontáveis vezes, todos os dias lhe entregando as mais belas flores do recanto que cuidava em seu jardim e oferecendo como sua melhor e única forma de demonstrar respeito e necessidade ao ser celestial, mas nada disso adiantou, nenhum dos seus esforços valeu a pena.

— Não vai dar certo, maman. — O sussurro era quase humilhante, sua progenitora choramingava em tristeza pela fragilidade de seu filhote. — Eu vou morrer antes mesmo de sair daqui.

A ômega se ajeitou na cama e olhou fundo nos olhos de seu menino, já crescido e amadurecido. Ela internamente implorava para qualquer deus que pudesse existir ali, pedia por forças e por socorro, pedia pra que seu filhote pudesse sair dali vivo e bem, que pudesse encontrar refúgio e felicidade como ele tanto merecia.

— Você vai sobreviver, Jimin. — Ela chorava e parecia tão frágil quanto a si mesmo, mas sua determinação estampada em cada resquício de sua voz fez o Park prender a respiração em tanta angústia. — Você vai sair daqui, você vai correr o mais rápido que puder e você vai viver. Você vai ser feliz, por mim e pelo seu pai, pelo seu irmão e pela sua Amélia. Você vai fugir e vai fazer tudo o que eu mandei, entendeu? Meu filhote corajoso e bondoso, eu confio tudo a ti, precioso.

Jimin encolheu os ombros e se preparou pra se diminuir mais uma vez pra sua mãe, deixando claro o quanto ele não era capaz disso, mas antes mesmo que pudesse abrir a boca, o cheio de mel com canela adentrou suas narinas e ambos ômegas olharam pra porta do quarto.

A pequenina alfa tinha seus sentidos aguçados mesmo que ainda estivesse repleta de sono, sua atenção se tornou completa no mesmo momento em que viu sua mãe chorando no colo de sua avó, não perdendo tempo em correr para a mesma com os pezinhos pequenos e pular na beira da cama, pedindo colo.

— Minha pequena, era pra você estar dormindo, Amy. — O ômega lúpus sussurrou enquanto se esgueirava na cama e fazia força para carregar sua filhote. A pequenina alfa colocou o rosto perto do seu e começou a acariciar suas bochechas, um olhar preocupado nos castanhos claros da menor. — O que houve?

— Por que maman chora? — A voz baixa e cuidadosa de sua filha fez Jimin derramar lágrimas silenciosas, a dor no peito se alastrando e o fazendo perceber o quanto era fraco, um tremendo covarde. — Não gosto quando chora, maman.

— Oh, mon amour. — O ômega soluçou forte, sua mãe segurou sua mão e deu um beijo em sua nuca, mesmo seu filhote já sendo crescido ela ainda o aromatizava da forma mais pura que podia, tentando acalmar seu filhote tão trêmulo e machucado. — Maman precisa conversar com você, sim?

— Pare de chorar maman, por favor. Não chore. — Amy deu selares castos no rosto molhado de sua mãe, tentando ao máximo confortar o ômega que parecia tão triste e amedrontado. — Ta' tudo bem, maman. Je t'aime.

Jimin abraçou a filhote fortemente, respirando a canela calmante que sua pequenina transmitia mesmo que fosse leve pelo fato dela ser muito nova, ainda o fazia se sentir um ômega sortudo por ter uma alfa tão bondosa como filha.

A mulher mais velha se levantou da cama e lhe deu um beijo em sua cabeça, sorrindo reconfortante e dando um olhar doce a sua neta, logo se retirando do cômodo e deixando que mãe e filha pudessem se preparar para o que estava por vir.

We against the world | jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora