Ana Carolina🦋
Suspirei cansada, me jogando na cama após terminar de arrumar meu guarda roupa.
Ana: Guerreira — falei pra mim mesma.
Passei quase metade da minha vida morando em Portugal com a minha avó materna, a outra metade passei aqui no Rio de Janeiro, até meu pai decidir que não me queria no meio dessa confusão que é a vida dele, o tráfico.
Então após fazer dezoito anos, decidi que voltaria pro complexo, onde minha família está, meu pai e meu irmão.
A melhor parte disso tudo? Posso vir e voltar pra Portugal quando eu quiser, bom, nem tento já que agora vai ser tudo meio conturbado. A pior parte? Desfazer as malas e arrumar o guarda roupa. Fala sério, prefiro enfiar tudo dentro do guarda roupa e me fazer de sonsa.
Alguém bateu na porta, grito um pode entrar e fico parada olhando o meu irmão entrar.
Gb: Bora tomar um açaí, feia — Gabriel falou arrumando o boné na cabeça.
Ana: Mas agora? Tô cansadona namoral — me levantei indo pro banheiro e jogando uma água na cara, tô cheia de calor.
Até mesmo a temperatura é muito diferente, em Portugal não era tão quente, porém já o Rio se parece mais com um vulcão em erupção.
Gb: Tu que sabe — ele mexeu no bigode — Bora mais tarde então, beleza?
Concordei levemente, fui até ele e o abracei forte, tava com saudades.
Gb: Tá carente? — meti um tapa nele e ele gargalhou bagunçando meu cabelo — Tava com saudade fia.
Ana: Eu também — ele beijou minha cabeça — Cadê o pai?
Gb: Foi resolver umas parada lá na Rocinha. Vou pra boca, qualquer coisa me manda um zap.
Concordei e ele saiu.
Liguei o ar-condicionado e me joguei na cama, colocando o travesseiro na cabeça e pensando em algumas coisas até pegar no sono.
XXX
Acordei com uma barulheira vindo lá de baixo. Levantei com calma e fui até o banheiro escovar o dentes e jogar uma água no rosto, me olhei no espelho e minha cara tava toda amassada.
Desci as escadas até chegar na sala vendo meu pai e meu irmão conversando, corri até o grande Sérgio e lhe dei um abraço apertado.
Ana: Oi pai — sorri olhando pra ele.
Falcão: Eae pequena, tranquilo? — perguntou beijando minha cabeça.
Ana: Sim. Onde tu tava? — perguntei semicerrando os olhos.
Falcão: Resolvendo uns bagulho.
Gb: Pai vai organizar um baile pra tu sábado — Gabriel disse fazendo uma careta — E o coroa nunca nem fez nada pra mim, mó putaria isso aí.
Gargalhei satisfeita.
Ana: Ótimo, tô doida pra rebolar a raba — pesquei pros dois que fizeram cara feia.
Gb: Te disse que não era pra fazer porra nenhuma, aí ó — Gabriel apontou.
Ana: Me apresenta teus amigos, de preferência os mais gatos — cutuquei suas costas e ele me empurrou com o ombro.
Fiquei gastando ele até ficar puto e me xingar. Olhei pro meu pai que encarava eu e meu irmão com um brilho no olhar e sorri.
Gb: Qual foi coroa? Sei que sou lindão, mas agora tô até mais convencido — Gabriel riu.
Falcão: É bom ter vocês juntos, achei que isso não fosse acontecer nunca — Falou baixinho e meus olhos se encheram de água.
Puxei meu irmão e abraçamos meu pai.
Ana: Mamãe deve estar orgulhosa do senhor — sussurrei — Amo vocês — apertei os dois.
Gb: Mó viadagem isso aí — Gabriel se afastou me dando um tapa na testa — Amo você também.
Fico feliz por estar aqui, é uma nova fase da minha vida agora, tudo é novo e diferente, tem muita coisa pela frente e eu estou doida pra descobrir como vai ser.
Ana Carolina, 19
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Minha Âncora
General Fiction"O que vai acontecer, eu nem sei. Contanto que seja ao seu lado, espero passar cada segundo!"