A lua já ia alto no céu e as estrelas brilhavam fortemente, pisquei algumas vezes e me virei para a mulher que penteava meus cabelos com carinho, não consigo ver seu rosto com nitidez, mas sei que é minha mãe. Ao seu lado sentado em uma mesa lendo alguns papéis estava papai, levantou-se de forma brusca e começou a andar de um lado ao outro falando algo que não consegui compreeder. Ao fundo barulho de cavalos se aproximando chama nossa atenção fazendo com que papai pegasse a pistola que estava guardada em um criado mudo e gritasse algo para mamãe, esta por sua vez levantou-se rapidamente e me puxou para o quarto.
Olho para minha mãe, que nervosa procurava algo dentro de uma das malas, ela então pegou um saquinho de veludo vermelho e o colocou em meu pescoço e em seguida me cobriu com uma capa.
Eu não conseguia entender o que ela dizia, vi suas lagrimas correndo por seu rosto eu ia tocar em sua face iluminada pela lua quando um estrondo veio da sala junto com vozes alteradas, mamãe abriu a janela e apontou para a floresta. Lhe dei um abraço apertado já sentido meu coração se despedaçar e depois pulei a janela e comecei a correr o mais rápido que podia até escutar um grito alto e agudo que me congelou no lugar, olhei para trás e vi minha casa sendo engolida pelo fogo.
Não conseguia me mover, queria gritar por meus pais mas a voz não saia, o barulho dos cavalos me fez despertar e sair correndo em desespero pela floresta só parei novamente quando cheguei a beira de um riacho, e lá cai ajoelhada e comecei a chorar, percebi que tinha vozes se aproximando e tentei me levantar para correr novamente, mas foi nesse momento que senti um puxão e tudo acabou ficando escuro.
Ano de 1814
Laura acordou assustada, a camisola que vestia prendia ao seu corpo de tanto suor, ultimamente vinha tendo o mesmo sonho todas as noites já não tinha certeza se era mesmo um sonho ou uma lembrança a muito tempo esquecida. Gostaria de saber o que tinha realmente acontecido naquela noite e o no que tinha naquele saquinho de veludo, porém seus pensamentos foram interrompidos pela criada de cara rabugenta que entrou no quarto sem bater indo diretamente para as janelas abrindo-as com força, Laura cobriu rapidamente os olhos devido a claridade repentina.
- Anda garota a Lady Berterman a espera na biblioteca, e é para ir rápido entendeu !!
Logo após lhe dar este recado saiu batendo a porta atrás de si, mesmo sendo sobrinha e estando sobre a tutela do respeitado Lorde Berterman , alguns criados não a respeitavam , no começo ficou triste com isso mas depois achou até bom, pois podia fazer o que queria e ninguém nunca a iria lhe importunar.
Rapidamente me levanto e me banho com a água gelada do jarro, coloco um vestido verde que já fora de Yasmin, ele era simples porém lindo com um decote modesto que lhe valoriza o busto, era um vestido maravilhoso que sua prima usou apenas duas vezes e depois o jogou no fundo do armário, e eu estava os dias para que ela se enjoasse de suas roupas logo assim logo esses vestido viria para minhas mãos, mesmo a cor estando um pouco apagada continuava sendo lindo e era agora é meu vestido favorito.
- Garota ainda não está pronta? A Lady não gosta de esperar, não me faça vir aqui mais uma vez para chama-la entendeu !
- Sim, Magui já estou a caminho...
Prendo meus longos cachos castanhos em um coque simples, me olhou no espelho e gostou do que vejo, mesmo estando vestida com roupas desgastadas ainda acho que sou bonita, com a pele branca e olhos de cor violeta o que não era nada comum. Sei esse olhos herdei de minha mãe, esses olhos de uma cor incomum, seus tios sempre a lembravam de como sua mãe desonrara a família fugindo com um fazendeiro irlandês, porém mesmo assim após a morte de seus pais, eles decidiram ser caridosos e dar um teto a filha de um escândalo. Porém certa vez ouvira sue tio dizer: "Veja meu bem ela tem os mesmo olhos que a mãe, isso realmente nos vai ser útil'', nunca entendi o porquê disso ser tão especial, mas também nunca questionei tal argumento.
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A Guardiã
FantasyAos sete anos de idade Laura Campbell se viu órfã e sob a tutela de seu tio o Conde de Berterman, e mesmo crescendo a sombra nobreza nunca se sentiu como uma Lady, pois seu tio sempre fazia questão de lembra-lá que é filha de um escândalo e lhe fez...