XIX - Meu amor

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— Regina, acordada?

— Sim.

Emma hesitou por um momento, passando a mão pela nuca em um gesto nervoso.

— Eu sei que mal nos conhecemos nesse último ano. Fizemos muito esforço para manter tudo superficial. E agora... depois do que você me contou...

— Emma, eu entendo se quiser voltar atrás e fingir que isso nunca aconteceu — interrompeu Regina, seus olhos carregados de uma mistura de tristeza e aceitação. — Vou te manter em segurança de longe. Pode continuar vendo Henry, prometo não cruzar seu caminho.

Emma não respondeu de imediato. Em vez disso, se inclinou e deu um selinho inesperado na morena, que ficou momentaneamente surpresa.

— Você é gostosa, mas fala muita merda.

— O quê?

— Só queria dizer que quero entender tudo isso junto com você. Quero te conhecer de verdade, Regina. E quero que me conheça também. Sem máscaras.

Regina piscou, surpresa com a sinceridade da loira, mas deixou um sorriso suave escapar.

— Eu deveria ter dado ouvidos ao Henry antes — murmurou, tentando aliviar a tensão.

Emma riu, mas logo mudou de tom.

— Você fica bem assim... perto de mim? Quero dizer, sem se preocupar que algo possa acontecer?

Regina respirou fundo, lutando para encontrar as palavras certas.

— Eu estou bem, Emma. O meu maior problema é quando minha mente se sobrecarrega. Quando junta muita coisa na minha cabeça e... o seu pescoço junto. Aí eu beiro a perder o juízo. E tenho medo. Apesar de saber que nunca te machucaria, o medo está lá.

— Você não vai me atacar — disse Emma, confiante. — Se fosse fazer isso, eu já estaria morta, provavelmente. Tudo bem que o meu conhecimento de vampiros vem de filmes bem duvidosos.

Ela se aconchegou contra o peito de Regina, como uma criança buscando conforto, completamente diferente da postura firme de xerife que costumava exibir. Regina, sem resistir, envolveu-a com os braços.

— O que você quer saber?

— Alho mata vocês? Luz do sol? Estacas? E você realmente não vira morcego? — Emma perguntou, fazendo Regina rir pela primeira vez em dias.

— Eu não viro morcego, Emma. Alho... eu realmente não sei de onde tiraram isso. Eu posso sair na luz do sol normalmente. Alguém deve ter interpretado algo errado em algum momento.

— E estacas?

Regina hesitou por um momento antes de responder.

— Existem meios de nos matarem, sim.

— Quais? — Emma levantou a cabeça para encará-la diretamente. — Não quero te matar. Quero saber do que eu preciso te proteger.

O coração de Regina se aqueceu com aquelas palavras, e ela não resistiu a dar um beijo na testa da loira.

— Prata é algo realmente perigoso. A cura é muito lenta. Mas, para funcionar de verdade, precisa atingir o coração, seja uma faca ou uma bala de prata. Além disso, fogo pode ser fatal se estivermos enfraquecidos.

— E o que te enfraquece?

— Basicamente, fome. Se eu não beber sangue, vou enfraquecer tanto que minha resistência desaparece. Um simples tiro na cabeça me mataria.

Emma estreitou os olhos, determinada.

— Então você não vai ficar sem comer. E vamos dar um jeito de sumir com facas e balas de prata nessa cidade.

Afterlife - SwanQueen▪︎ Agathario ▪︎ MadarcherOnde histórias criam vida. Descubra agora