- Vou no banheiro, Kat.
Katherine está desenhado os lábios grossos com um batom vermelho, usando como espelho o retrovisor.
Seus cabelos pretos estão amarrados em um coque despojado e seus olhos castanhos estão vidrados nós lábios para não errar o desenho.
Por um momento acho que ela nem me escutou mas ela finalmente me olha nos olhos de onde estou - sentada no banco passageiro do seu carro e assente para mim.
- Vá logo, Han e não demore - ela me lança um olhar severo. - temos que pegar a suíte esse ano. De jeito nenhum Brittainy vai ficar com ela.
Não sei porque ela ainda tenta. Nós duas sabemos que Brittainy vai ficar com a suíte principal, afinal a casa de praia de Meganhil é do pai de Brittainy.
Todo ano no fim das aulas, Brittainy convida todos da Universidade para passar o verão na casa da praia em Meganhil. O lugar é grande o suficiente para todos os veteranos da Saint - nossa universidade - caberem lá dentro.
Sempre antes de pegar a estrada para Meganhil, os convidados se juntam no estacionamento da Saint e partem todo juntos.
Mas obviamente, Katherine - minha melhor amiga desde os 8 anos - se atrasou, então só estamos eu, ela e alguns garotos do futebol no estacionamento ainda. Eles estão no carro ao lado do nosso, bebendo cerveja e gritando como drogados.
Em meio a todos ali, eu ainda o vejo. Robert Diman. Ele esta encostado no carro com os cabelos loiros caindo pela testa. Seus olhos azuis-acinzentados me encontram e ele me dá um sorriso safado. Bile sobe pela minha garganta junto com um temor pela espinha.
Atravesso o estacionamento quase correndo até a Universidade. Geralmente a Saint fecha essa hora da noite, mas os conselheiros deixaram aberto essa noite por que - pelo que eu soube - alguns dos atletas de futebol ficaram fazendo trabalho voluntário por culpa de uma suspensão. Pelo menos foi isso que me contaram.
Dentro da Universidade algumas luzes estão acesas, mas não torna o lugar menos assustador. Atravesso os corredores de madeira rápido e olho para todos os lados como se estivesse em um filme de terror.
O caminho mais rápido para os banheiros é pela biblioteca, mas nem morta vou passar por lá nesse escuro. Por isso pego o caminho mais longe e depois atavesso a passarela de vidro até os dormitórios. E quando estou atravessando uma esquina bato de frente com alguém e dou um grito estridente.- Calma garota.
Abro os olhos - quem mal percebi que tinha fechado - e respiro fundo ao ver o Sr. Donovan na minha frente. O zelador.
- Oi Sr. Donovan. - dou um sorriso simpático para ele e ponho a mão no coração. - O senhor quase me matou de susto.
- Olá Srta. Miller - diz ele com sua carranca habitual. - Seja lá o que for fazer, ande logo. Fecharei a escola em alguns minutos.
- Certo - dou um aceno para ele e volto a andar pela Universidade.
Finalmente encontro o banheiro que fica um pouco antes dos dormitórios. Me alivio e aproveito para lavar minhas mãos e rapidamente retocar a minha maquiagem. E antes que eu possa pegar o batom para redesenhar meus lábios, às luzes do banheiro se apagam.
Contenho um grito de surpresa e rapidamente vasculho minha bolsa em busca do meu celular. Pego-o rápido e ligo a lanterna.
Com o coração e o corpo tremendo saio do banheiro.
As paredes de madeira e os móveis antigos da Saint deixam o lugar parecendo uma mansão assombrada.
Ainda com medo começo a correr para a porta do estacionamento. Meus pulmões queimam pela minha falta de atletismo e atravesso a plataforma de vidro, mas assim que chego ao fim dela a porta da plataforma se fecha com fechos automáticos.
Mesmo que a Saint seja antiga, colocaram esse fechos automáticos para o Sr. Donovan não precisar trancar cada porta do lugar. O que significa que se não andar logo, todas as trancas vão se fechar e nunca mais vou sair daqui.
Corro mais rápido ainda e tentando chegar ao estacionamento pego o caminho pela biblioteca, mas assim que atravesso as porta, tropesso em uma batente e caio no chão.
Um dor irradia pelo meu tornozelo e trinco os dentes. Tento me levantar. Sem sucesso. Meu tornozelo doi demais mas tento não pensar nisso ao ficar de pé e me apoiar em um estante de livros. Cada passo me faz grunir de dor e continuo mesmo assim até chegar na porta do lado oposto da biblioteca.
Assim que saio da biblioteca as trancas automáticas da porta se fecham atrás de mim.
Quase suspiro de alívio, ficar presa dentro da biblioteca não é uma opção.
Dessa vez estou diante de um corredor com 5 portas. A da sala dos professores, a da equipe de limpeza, a do auditório, a do salão de computadores e por último no fim do corredor a porta que leva até o louge onde sai até o estacionamento.
Mancando e uivando de dor, caminho o mais rápido possível até a última porta. Cada passo doi como cutucadas na alma. Quase grito de alegria quando finalmente chego a porta no fim do corredor. Assim que boto a mão na maçaneta um clik estala e a tranca automática se fecha, me deixando ali dentro.
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Presos & Destinados
Teen FictionHannah não via a hora de passar seu verão na enorme casa de praia com seus amigos, mas o que fazer quando eles te esquecem na escola? ou pior, com a pessoa que você mais odeia no mundo? Tucker só precisava terminar de limpar a escola e então poderi...