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                                                                              Presente

"Oh meu Deus!"

"Por favor me ajude. Por favor, por favor...!"

"Jovem Mestre...!"

Pessoas morriam diante de seus olhos. Pernas de pessoas que caminhavam normalmente outro dia rolavam no chão, e ela viu também pessoas que só rastejavam para longe. Seu pai estava sentado na mesa, morto com uma espada cravada no coração. Claro, essa não era uma imagem normal. Um de seus olhos era apenas uma órbita vazia e sangue escorria como lágrimas. 

Valletta mais uma vez tentou mover suas pernas paralizadas. Ela queria fugir, mas não conseguia se mover. Havia vultos negros à sua frente, mas ela não sabia o que eram. Não era medo que a fez enrijecer. Ela não se arrependia por nenhuma das pessoas desta família. Ela sabia que eles seriam punidos pelo que fizeram. Era só que ela estava com problemas e não havia como escapar. Por mais que lutasse, ela não conseguia virar a cabeça ou mover o corpo do chão, era como se ela fosse uma estátua. Ela não conseguia mover um dedo, e a única coisa que se movia de acordo com sua vontade eram os olhos.

"Nunca ouvi dizerem isso em toda minha vida."

Ela ouviu uma voz leve com um toque de riso. Seu longo cabelo branco prateado, uma raridade, cobria seus ombros e balançava ligeiramente acima de sua cintura. Os olhos que ela pensava serem "rubis" na verdade pareciam ser sangue. As emoções infiltravam-se neles e agora brilhavam de loucura. A sólida porta da sala de jantar que estava fechada, se abriu. Um grito veio da porta.

"Argh!"

Duas belas mulheres e um criado foram atirados por uma fresta entreaberta da porta em gritos. Dois homens em vestes pretas empurraram eles com os pés como cães.

"Por favor me salve!"

"Monstros! Monstros! Eu os abomino!"

"Cale-se."

O grito morreu em um instante. Sua voz junto com o olhar louco alcançou as três pessoas que acabavam de entrar. As bocas dos que gritavam horrorizados se fecharam com força. Finalmente, Valleta os viu. Ela compreendia o que eles sentiam. Mas ela não podia ter pena deles. Ela não estava em posição de ter pena de ninguém.

"Estas são as últimas pessoas vivas na mansão", disse um dos homens de manto preto. Era uma voz indiferente sem nenhum arrependimento.

"É uma mansão, com certeza há mais vermes nela."

Caminhando levemente em direção a Valletta, o homem de cabelo branco-prateado sorriu refrescantemente para ela enquanto ela se enrijecia. Ele tocou em sua bochecha com os dedos ensanguentados e foi direto para a criada que havia fugido para o canto. Quando Valletta olhou de soslaio para ele enquanto ele passava, ela viu seus sapatos com sangue. Ela sentiu arrepios e quis limpar a bochecha.

"Estou ficando cansado disso. Ainda resta um prato principal delicioso ... ", disse um dos homens atrás dela.

Ela só podia ver a frente de qualquer maneira, então não importa o quanto ela movesse os olhos, ela não seria capaz de ver o que estava acontecendo atrás de si. Ainda assim, não foi difícil entender quem ele insinuou ser o prato principal.

"Jovem Mestre, por favor me poupe... Eu farei qualquer coisa..."

"Hahaha! Parece que ainda vou ouvir muito 'Jovem Mestre' hoje. "

Failed To Abandon The Villain PT-BROnde histórias criam vida. Descubra agora