🌶 ↷ 𝘀𝗲𝘅 ᴘsʏᴄʜᴏʟᴏɢʏᴄᴀʟ 𖦹 𝗸𝗰𝗰 • 𝗹𝗷𝗺

capítulo [23] - Remembrance.

LEMBRANÇA.

LAUREN JAUREGUI -  POINT OF VIEW

Às vezes eu acho que a Bella foi feita pra ser minha amiga ou somos irmãs e separaram a gente da maternidade. Não tem outra explicação, ela é minha melhor amiga. Na verdade eu a considero como minha única irmã, uma irmã que eu jamais terei. 

— Você realmente tem esperanças de que ela pode simplesmente mudar, assim do nada? – Pergunta enquanto arrumava suas coisas. 

— Bom, do nada não. Mais quem sabe ou pouco? Vai que com tempo ela perceba que não é isso que ela quer pra sua vida. 

— Ou talvez ela realmente queira isso pra vida dela, Lauren. 

— As vezes você não ajuda, viu? – revirei os olhos. 

— E às vezes você não entende, viu? – ela riu. 

— Eu fui formada em psicologia, meu dever é ajudar todo mundo. Desde dos grandes aos pequenos problemas. – suspirei.

— Eu sei minha amiga, é seu trabalho e dever. Mas eu não levo muita fé nisso. Se você conseguir mudá-lo vai ser ótimo, mas não creio que isso vá acontecer. Desculpa. 

— Tudo bem amiga. – suspirei. — Eu vou conseguir sim. – sorrir. 

Ela sorriu junto comigo e logo terminou de arrumar suas coisas nós se despedimos. 

Sentei-me no sofá e fiquei pensando nas coisas que Bella me disse.

Será que eu não vou conseguir mudá-lo? Meu maior medo é de que ela não me veja mais daquele jeito depois de ter conseguido o que queria, eu ia me sentir a pior pessoa desse mundo se o visse com outra porque eu me entreguei de corpo e alma pra ela. E o pior, acho que estou tendo algum sentimento por ela. 

Isso é pior de tudo. Se eu realmente tiver "apaixonada" por ela? 

Deixei esses pensamentos de lado um pouco e fui pro meu quarto meu arrumar. Iria falar com ela hoje, preciso saber um pouco mais da sua história. 

[...]

Já pronta, peguei meu telefone ligando para Cabello. 

— Alô? – ela disse com uma voz sonolenta. 

— Oi Camila, aqui é a Lauren. – disse um pouco envergonhada.

— Lauren? O que devo a honra da sua ligação? 

— É que eu queria se podemos nos encontrar na praia que tem aqui perto. Queria falar com você. 

— Claro amor, te encontro lá. 

— Tudo bem, tchau. 

Desliguei meu telefone sem esperar sua resposta. Respirei bem fundo e sai de casa. Fui em direção a pequena – e linda – praia que tinha perto da minha casa. 

Tirei minha sandália assim que cheguei na praia, caminhei pela areia até acha um lugar para sentar. Assim que eu achei, coloquei minhas sandálias na areia para poder sentar. 

Fiquei encarando aquele mar azulzinho, era lindo de mais. O vento batia em meu rosto, levando meus cabelos. 

Fiquei em cerca de meia hora esperando aquela mulher e nada dela aparecer, já estava achando que ela tinha voltado a dormir e esquecido de mim. 

— Finalmente te achei. – disse atrás de mim. 

— Achei que não iria vim mais. – o olhei.

— Eu fiquei te procurando. – riu.
— Desculpa pela demora. Olha o que eu trouxe. – ela esticou uma toalha enorme na areia, sentou e me chamou para sentar ao seu lado. — Diga o que quer conversar comigo? – falou assim que sentei ao seu lado. 

— Eu queria que você me contasse mais sobre você, sobre o que gosta, sobre o quer ser, sobre seu passado. – o encarei novamente e o vi engolir em seco. 

— Tudo bem. – suspirou. — Como sabe gosto de sexo. – riu e eu revirei os olhos. Idiota. — Eu, no momento não sei o que quero ser. E sobre meu passado, pra que quer saber? 

— Eu ainda tenho que te ajudar, então preciso saber muito bem de você. É para seu bem, só quero ajudar você. – segurei em suas mãos e apertei. 

— Bom, eu não sei como te falar. Eu nunca falei sobre meu passado pra ninguém. 

— Faz de conta que é só um desabafo, quem sabe assim será mais fácil de ajudá-lo? 

Ela concordou e fiquei um tempinho encarando o lindo mar azul, fechou os olhos e logo começou a falar. 

— Foi a alguns anos atrás, eu era nova ainda. Estava em uma fase muito complicada da minha vida. Eu estava namorando nesse tempo e era algo muito séria. – mordeu os lábios. — Seu nome era Ariana, um nome lindo para uma menina linda. Estávamos juntas ia fazer três anos, um relacionamento que eu achei que seria duradouro, pra sempre, talvez.

— Isso é lindo e ao mesmo tempo estranho de se ouvir, logo de você. – rimos juntas. 

— É, você não me conhece muito bem ainda. – ela soltou as nossas mãos e encantou o mar novamente e um sorriso apareceu em seu rosto. — Eu estava preparando uma surpresa para o nosso aniversário de três anos juntas, estava pensando no que ia dizer, com o que ia presenteia-lá, em como me vestir. Meu sentimento por ela era maior que tudo nesse mundo, eu a amava de mais, eu queria me casar e te filhos com ela. Ela era a única na minha vida, até que veio a decepção. Eu estava indo buscá-la em sua casa pra festa de três anos juntas, chegando lá eu a chamei muita vezes e nada de alguém aparecer, então decidir entrar em sua casa, a porta estava aberta e isso foi estranho porque ela não costumava deixar a porta aberta. Eu a procurei em todo canto da casa e não a achei, então fui ao seu quarto. – ela engoliu em seco e voltou a dizer. — Chegando lá eu vi a pior cena de todos os tempos. Ela estava transando com outro cara e não era qualquer cara, era o Jackson, meu melhor amigo. Meu mundo todo desabou, foi como um balde de água fria. 

— Meu deus Camila, que horror. – ela concordou apenas com a cabeça.

— Eu sofri muito, o ódio estava me consumindo e então veio a pior parte... Eu encontrei o Jackson sozinho no meio de uma rua deserta. Me aproximei dele já o enchendo de soco, ele tentou se defender mais com meu ódio consumindo todo meu corpo era difícil dele conseguir desviar de mim. Eu bati nele como jamais bati em alguém na minha vida. – ela soltou um riso pelo nariz. 

— Qual foi a pior parte disso? 

— Eu bati tanto nele que ele desmaiou, na verdade eu tinha achando que ele tinha desmaiado, mas não foi isso. No dia seguinte eu recebi a noticia de que ele estava morto. – arregalei meus olhos.

— Você matou uma pessoa? – o encarei sem acreditar.

— Eu a amava, ele me traiu. Ele sabia que eu eu era louca por ela e mesmo assim ficou com ela como se eu e ela não tivéssemos nada. Eu não me aguentei, ta. – ela esfregou seu rosto e se levantou. — Toda vez que eu lembro disso, meu coração aperta, eu sinto vontade de chorar. Eu sinto a culpa me destruindo cada vez mais. Depois desse dia eu jurei pra mim mesma que nunca mais iria amar outra pessoa nessa mundo, eu iria fazer todas as mulheres de objetos, mais ai...– ela me encarou, conseguir enxergar seus olhos escuros chocolate marejados. — Você apareceu.

— O que quer dizer com isso, Camila? – o olhei um pouco espantada.

— Eu quero dizer que...eu gosto de você, Lauren. Mais é um gostar diferente. É um gostar bom é algo que eu não sentia a muito tempo desde daquele acontecimento. – ela voltou a segurar minhas mãos. — Eu quero mudar Lauren, mas mudar por você. – ela suspirou. — Me de uma chance? Deixe-me cuidar de você como jamais cuidei de alguém. Deixa eu te mostrar que posso ser a melhor pessoa desse mundo?