...da suposta moradia do homem, percebi ser a casa dos meus pais, mas de alguma forma diferente, tudo decorado e coloridas flores espalhadas em cada canto da confortável residência. Não parecia haver mais ninguém morando lá com o dono do lindo par de olhos azuis.
- Entre, seja bem vindo! - Murmurou ele numa tentativa de me deixar confortável.
- Obrigado. Sinto muito pelo transtorno...
- Louis, Louis Tomlinson - Como ele adivinhou que eu viria a perguntar?
- Bem, sou Harry, obrigado pela hospitalidade, Louis Tomlinson - Se bem que, pronunciando em voz alta, esse nome não me era estranho.
- Venha, sente-se no sofá que vou a cozinha preparar um cha quente para lhe aquecer - Ele saiu.
Observei cada mínimo detalhe da casa conhecida, e me lembrei de algo.
- Louis, LOUIS - Gritei desesperado.
- Doce, o que está acontecendo? - Ele diz esbaforido correndo em minha direção. Viro a cabeça corando por perceber que é a segunda vez que ele usa o apelido.
- Quanto tempo você disse que aquele poço ficou fechado? - Anseio a resposta.
- Dez anos, talvez tenham aberto essa semana sem que eu veja, já que fica muito no fundo da fazenda e alguns desconhecidos sempre dão algum jeito de entrar aqui. - Ele parou - Se bem que... É estranho a história de que os supostos Styles são donos daqui, de onde você tirou isso?
- Eu juro, é verdade, até ontem eles moravam aqui e viviam comigo. Bem, não exatamente comigo, já que nunca estão em casa e parecem abominar completamente minha existência - Minha cabeça e fala voam longe - Mas eu prometo que eu cresci nesse lugar e-
- Ei, ei - ele me corta - Eu acredito em você. - Eu sabia que estava mentindo, e que ele apenas dizia isso para me acalmar - Tome seu cha, garoto, vai esfriar.
Tomo um gole do cha e observo a maneira que o pomo de adão de louis se mexia a cada gole, era tão lindo, ele era... majestoso. Sua pele alva em contraste com a mínima luz vindo da janela, os curtos fios de barba ainda por fazer, o cabelo solto e desgrenhado caindo diagonalmente, seus olhos, ah seus olhos, eram como as águas cristalinas do poço, mas não seria um poço no qual eu iria cair, me machucar ou me afogar, eles transmitiam proteção a um desconhecido, como era possível ver a bondade em seus olhos mesmo nunca tendo os visto antes, como se fossem meus desde sempre.
- Tem algo de errado, Harry? - Ele pergunta me fitando.
- Não, estava apenas pensando. - menti.
- Para onde devo te levar, onde você realmente mora? - Já estava começando a escurecer.
- Eu não tenho para onde ir. Mas pode me deixar andando, eu encontro algum lugar aqui perto.
- Não há nada aqui por perto, querido. A cidade fica a uma hora de cavalo. - Disse cuidadoso.
- Ah. Eu dou um jeito, Louis, obrigado mesmo. - Me levantei.
- Harry, volte aqui, tem quartos de sobra nessa casa, você pode ficar aqui.
- Não quero atrapalhar, mesmo.
- Que isso, Doce, não vai ser nada demais, preciso de companhia mesmo, aqui é um lugar muito vazio, um amigo seria ótimo.
- Louis, eu não tenho roupas, dinheiro, comida, nem nada. Não posso aceitar. - Me indignei.
- Não tem problema nenhum, não falta nada disso aqui, tenho tudo de sobra, afinal sou só um - Insistiu.
- Apesar de eu odiar ter que aceitar, realmente não tenho rumo, então ficarei aqui até decidir o que fazer e clarear minha cabeça, obrigado novamente.
x
A noite caía com estrelas iluminando o céu e clareando minha mente. Com um papel que pedi emprestado a Tomlinson, estou escrevendo tudo o que aconteceu hoje tentando ligar os pontos, nada vem a minha cabeça. Fiz uma lista:
• Perguntar a Louis onde estamos
• Em que ano estamos
• Quem é ele
• Como o mesmo conseguiu essa fazenda- Venha, Doce, o jantar está pronto. - Me levantei das escadas da entrada e sentei a mesa com ele.
Comemos em silêncio e comecei:
- Louis, onde estamos?-Como assim, Harry? Você está bem?
- Apenas me diga em que cidade estamos, por favor.
- Falling. O que mais quer saber?
- Em que ano estamos?
- Estou começando a ficar preocupado, primeiro tem alucinações e depois não sabe nada sobre sua vida. Todos sabem que eu sou o dono daqui. Estamos em 1902
- Ok, mesmo ano, nova cidade - Murmurei para mim mesmo.
- Venha, você precisa descansar. Já chega de besteiras.
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'falling'
Fanfiction1903 - Harry Edward lê seu livro favorito na beira de um poço da simples fazenda de seus pais todas as tardes, apenas para se lembrar de sua paixão, Louis Tomlinson, o protagonista. Um tropeço, um grito e uma ambulância. O poço pode ser ser seu fim...