Destino ou Coincidência?

76 9 0
                                    

Emma

– O destino é mesmo sacana. – A voz de Regina atrás de mim me fez dar um pequeno pulo na cadeira. Estava tão concentrada naquela pequena notícia na tela em minha frente que nem a ouvi chegar. Era uma reportagem antiga onde estava escrito Lilith Page em cima de uma foto de um bebê com uma mancha no pulso. Era muita coincidência que eu conhecesse a criança, filha de Malévola, que meus pais mandaram através de um portal antes da maldição de Regina ser lançada. – Você conhece essa garota. – Afirmou, parada atrás de mim. Confesso que não estava muito afim de conversar, muito menos com Regina. – Como?

– Ela era minha amiga. – Falei e não era uma mentira, mas também não era a história completa. Contar tudo o que aconteceu entre Lily e eu renderia muitas perguntas que eu não estava com vontade de responder.

– A que você me contou. – Disse, olhando para mim desconfiada e se sentou na mesa em minha frente. Fiz o possível para não olhá-la, ficar muito perto da prefeita me causava sensações que eu preferia evitar. – A que você disse que se afastou.

– Como isso é possível? – Perguntei mais para mim mesma do que para a belíssima rainha em minha frente. Ou era coincidência demais ou o destino simplesmente gostava de brincar comigo. – Com tantas crianças fui virar amiga justo da que meus pais baniram?

– Emma, há poderes que vão além da nossa compreensão. – Explicou me fazendo suspirar. Regina dificilmente me chamava pelo primeiro nome e quando fazia, meu corpo inteiro reagia e não havia nada que eu pudesse fazer para impedir. Maldita paixão platônica. – E seus pais mexeram com eles. – Olhou diretamente para mim, esperando uma resposta, mas o que eu diria? Aparentemente Lily nem escolheu ser minha amiga, era para ser.

– Então a única amiga que tive não foi nem por escolha dela. – Falei chocada, encarando um ponto fixo qualquer à minha frente.

Mesmo depois de tanto tempo vivendo nesse mundo cheio de magia haviam coisas que ainda me surpreenderia e outras que eu nunca me acostumaria, sendo uma delas o joguinho doentio do destino. A prova disso era eu ser completamente apaixonada pela outra mãe do meu filho. A Rainha Má, inimiga natural da minha mãe. Quer brincadeira mais sem graça que essa? Mas depois de um tempo passei a aceitar o fato que Regina jamais me veria como alguma coisa mais do que a mãe biológica de Henry.

– Eu sei. – Regina disse com pesar, olhando para as mãos que estavam em seu colo. – Isso dói, não é? Eu já passei por isso também. – Suspirou e a olhei surpresa, ela parecia realmente triste.

– Já?

– Você acha que foi coincidência simplesmente acontecer de eu adotar o filho da Salvadora? – E ali estava o sarcasmo que todos estavam acostumados a ouvir saindo da boca da rainha, mas eu já não me importava com isso e aprendera a admirar, vendo aquilo como uma qualidade. Tudo nela eu via como qualidade, mas isso é porque gente apaixonada fica burra. – Nós tomamos as decisões, mas o destino é quem manda. – Afirmou com convicção e logo olhou para mim com uma certa malícia. Aquele sorriso sacana dela me deixava em um estado que ela não devia nem imaginar. – Talvez esteja na hora de reagir a isso.

– Como? – Perguntei, um tanto quanto desconfiada. Ultimamente, tudo me deixava dessa maneira, na verdade, desde que empurrei Cruella no penhasco. O medo de ceder as trevas era muito grande e isso me atormentava dia e noite, me tirando o sono e a sanidade mental.

– Bom, preciso ir à Nova York resgatar Robin da maluca da minha irmã. – Comentou. Só a menção do nome de Robin Hood era o suficiente para me fazer querer matá-lo, odiava aquele ladrãozinho e honestamente, não sei o que Regina viu nele. – E você precisa encontrar a garota para redimir seus pais. – Novamente seus olhos se encontraram com os meus, mas diferente de todas as outras vezes que nos encaramos, não consegui sustentá-los, eles diziam coisas demais e no momento, meu único foco é esvaziar a mente. Não posso me deixar levar pelas emoções ruins e me entregar ao 'lado negro da força' como Gold quer que eu faça. – E mostrar ao Gold que ele está errado sobre você, que ele não pode te mudar. – Regina estava certa, mas eu não podia suportar a ideia de estar entregando de bandeja a mulher que eu amava para um cara que roubava dos outros e cheirava a mato. – O que me diz de ajudarmos uma à outra?

CollideOnde histórias criam vida. Descubra agora