Collide

Um Acordo

Emma

Regina arrumava suas roupas amarrotadas sem olhar em meu olhos. Ela estava claramente bêbada demais para qualquer coisa que envolvesse pensar ou fazer esforço. Eu realmente não sei o que teria acontecido se minha mãe não tivesse interrompido.

Ok, eu sei sim, mas me refiro ao depois. Queria ler mentes para saber o que se passava na cabeça da prefeita. Ela estava arrependida? Queria mais? Eu torcia pela última opção, mas seria difícil já que praticamente agarrei a mulher sem ter como recusar.

Ela tinha como lançar uma bola de fogo em mim ou algo do tipo, mas não fez. Isso deveria significar algo, certo? Acho que sim.

– Vamos logo ajudar a sua adorável mãe com o que quer que seja, preciso ir para minha casa. – Falou rude.

– Regina, nós temos que conversar. – Me aproximei dela lentamente, mas a prefeita se afastou.

– Não há nada para falar, Swan. – E assim ela saiu, me deixando ali sozinha.

Definitivamente Regina Mills era a pessoa mais complicada do mundo. Respirei fundo, ela estava bêbada, de cabeça quente e de corpo quente também. Senti várias borboletas voarem em meu estômago, mas queria atirar em cada uma delas. Beijei Regina, fui rejeitada e provavelmente perdi a amizade que demorei tanto tempo para conseguir. Ótimo jeito de se viver, Emma Swan, parabéns pela burrice!

Nem me dei ao trabalho de me despedir de Ruby ou Lily, estariam bêbadas demais para perceberem que tínhamos ido embora. Cheguei do lado de fora e Regina estava abaixada na frente do fusca com a cabeça jogada para frente. A principio não entendi o que ela estava fazendo, mas logo percebi que ela estava vomitando. Corri até ela e segurei seus cabelos, impedindo que ela os sujasse.

– Você está bem?

– Perfeitamente bem, Swan. – Falou se levantando e limpando o canto da boca. – Vamos logo.

Ajudei-a a entrar no fusca e fomos direto para o loft. Assim que entramos pude ver Gold sentado à mesa junto com meus pais e Killian. Revirei os olhos ao vê-lo, as vezes esquecia que ainda namorava com ele. O que significava que ele tinha na cabeça agora um belo par de chifres.

Me senti o pior ser humano do mundo, não queria ter feito aquilo com ele, mas Regina me faz esquecer que existem outras pessoas no mundo além dela. Sentei a mesa junto com os quatro e a morena ficou observando em pé. Killian me olhava fixamente, ou era apenas a minha consciência pesada me fazendo ver coisas? Quem não deve não teme, mas eu estava devendo muito.

– O que houve? – Perguntei curiosa e preocupada com a cara que eles tinham.

– Zelena desapareceu. – Meu pai respondeu e Regina arregalou os olhos, assustada e provavelmente todo o álcool em seu sangue fora dissipado naquele momento.

– Como que é?

– Ela desapareceu.

– Eu escutei, não sou surda, o que eu quero dizer é: como alguém "desaparece"?! – Exclamou irritada com sua veia na testa saltada.

– Robin disse que foi visitá-la hoje de noite e ela não estava. – Minha mãe explicava com uma calma que eu jamais teria enquanto a prefeita andava de um lado para o outro.

– E vocês confiam na palavra daquele ladrão? – Perguntei e recebi um olhar fulminante da rainha. Qual o problema dela, afinal? Me levantei e fui até o balcão pegar água na garrafa que estava ali, sentia minha garganta seca.

– Está insinuando que ele ajudou a minha irmã a fugir, srta. Swan? – Regina perguntou irritada, vindo em minha direção, com as pernas ainda moles, mas ela conseguia se virar. Ela estava bem próxima de mim, me encurralando contra o balcão, aquele cheiro de álcool misturado com seu perfume estava me embriagando. Desci meus olhos por todo seu corpo, o vestido preto que mal cobria suas pernas morenas e torneadas, deixando-as expostas. Meu sexo se contraiu só de imaginar aquela mulher nua. Lentamente fui subindo o olhar, passando por seu decote até seus lábios para finalmente chegar em seus olhos cheios de raiva.