Melhores amigos

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Os dois passaram um tempo conversando sobre monstros, com Annabeth contando-lhe que ela estava usando aquele martelo para matar os que apareciam pelo seu caminho, mas que o objeto não era muito eficaz. Então, ao ver Percy lembrando-se de guardar a espada e a transformando de volta em uma caneta, a menina parecia maravilhada. Assim, ela o questionou sobre onde tinha achado aquilo.

O garoto contou à garota sobre estar andando no meio da rua e tropeçar na caneta. Então, mostrou-lhe o bilhete. Com um brilho de curiosidade nos olhos, Annabeth o tomou nas mãos para lê-lo.

— Quem é P? — perguntou ela, interessada.

Percy escolheu os ombros.

— Não sei, na verdade — admitiu ele.

As sobrancelhas de Annabeth se franziram, o que ele achou muito fofo. Mesmo suja e machucada, a menina era linda.

— Bem, parece que tem alguém cuidando de você em algum lugar, então — falou ela, por fim. Sua voz parecia meio triste.

Percy não pôde deixar de zombar daquela fala:

— Olha, então essa pessoa bem que podia ter chegado mais cedo — respondeu, pensando sobre a morte da sua mãe.

A menina novamente olhou para ele, concentrada. O garotinho se perguntou sobre o que que ela pensava.

— Você fugiu de casa também? — a loira, por fim, perguntou.

Percy hesitou, e, sentindo-se um pouco envergonhado, olhou para baixo, respondendo:

— É... Mais ou menos. Eu não tinha uma casa de onde fugir. 'Tavam' me levando para um lugar que era para eu encontrar uma nova família. Mas minha família era minha mãe. Agora que ela morreu, não quero outra.

— Ah — falou Annabeth, parecendo um pouco sem reação. — Desculpa.

— Não, tudo bem. — Ele abriu um sorrisinho, encolhendo ombros. — E você, fugiu?

— Fugi — concordou. — Minha madrasta me odiava e meu pai não se importava. Então eu fugi.

— Que ruim — disse Percy, um pouco sem jeito. Annabeth apenas assentiu. Então, com os dois se olhando em silêncio por alguns instantes, a loira retomou a palavra:

— Ei, eu sei que você não quer uma nova família, mas que tal uma amiga? A gente não tem para onde voltar... Vamos fugir juntos? Você quer ser meu amigo?

Ela falou tudo aquilo com muita rapidez, olhando para o garoto com grande expectativa. Seus dedos tamborilhavam sob sua pequena perna enquanto esperava Percy responder.

— Claro! — falou ele. — Seria bom ter companhia. E você parece, tipo, muito legal e inteligente, claro que quero ser seu amigo. Melhor ainda, seu melhor amigo! Se... Se você quiser.

Annabeth riu, e ela parecia feliz, encantada até.

— Eu não tenho outros amigos — admitiu. — Então você já é o melhor.

— Também não tinha. Mas agora tenho você. O que você acha de continuarmos andando e procurarmos algo para comer, melhor amiga?

— Acho uma boa ideia, melhor amigo.

                         •••••••••••••••
Para dois melhores amigos, Percy e Annabeth discutiam muito.

Mas nunca eram discussões sérias. Eles tinham brigas por coisas pequenas, ficavam dois minutos sem se falarem, então olhavam um para o outro e começavam a rir.

E repentinamente, tudo estava bem entre os dois novamente.

As duas crianças formavam um bom time. Annabeth era boa em fazer planos, e Percy era bom em improvisar se algo não saísse conforme o planejado.

Broken FamilyOnde histórias criam vida. Descubra agora