Mari

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- Mari? - disse Pedro.

- O que foi? - disse Mari enquanto acendia um cigarro deitada em sua cama.

- Eu... 'tô preocupado com o Vini. Já faz uma semana desde a última vez que eu vi ele. - disse Pedro enquanto tragava o cigarro compartilhado por Mari.

- Você não parecia estar nada preocupado com o Vini essa noite. - disse Mari, abrindo um leve sorriso de canto ao olhar para Pedro.

- Mari, você não se sente... sei lá... - disse Pedro, tragando novamente o cigarro e em seguida, compartilhando de volta para Mari.

- Culpada? Nem um pouco. E se você se sente, a porta 'tá bem na sua frente, e eu não 'tô te segurando. - disse Mari, enquanto apagava o cigarro e o jogava pela janela de seu quarto.

- Eu não me importo. É só que o Vini, você sabe. Ele é um cara difícil de lidar, tem os problemas dele. - disse Pedro.

- E eu não tenho os meus? Pedro, meu pai sempre me tratava como um pedaço de merda. Nas brigas que ele teve com minha mãe, sempre disse que preferia que ela tivesse me abortado. O jeito que ele me olhava, com nojo. Só por que eu não fui a porra da princesinha que ele queria que eu fosse. Por que eu não acredito nessas merdas que ele acredita, ou talvez ele ache que eu fui a causa dos fracassos dele. Sorte que minha mãe se separou daquele verme. - disse Mari, enquanto aumentava levemente o tom de voz.

- Mas, bom, você sabe. Eu ainda não sei o motivo de você ter feito isso com o Vini. - disse Pedro.

- Veio aqui para transar ou me dar lição de moral? Eu tive meus motivos, e sinceramente, não 'tô afim de falar sobre eles. - retrucou Mari.

- Enfim, faça como quiser. Mas eu conheço o Vini, é melhor ele não ter feito nenhuma loucura. - disse Pedro.

Passam-se algumas horas de um fatídico sábado, dia no qual era aniversário de Anna, melhor amiga de Mari. Então, a jovem se arrumou para o evento. Calçou suas botas pretas cano curto; suas meias cano longo listradas nas cores rosa e preto com alguns detalhes em cinza; sua saia preta e a sua camisa de banda preferida. Em sua maquiagem, usou a que mais gostava de fazer. Fez um sombreamento roxo propositalmente exagerado, o que realçava a cor de seus olhos verdes e passou seu batom vermelho. Mari estava então pronta e foi de Uber até a casa de Anna.

Ao chegar, percebe-se um ambiente movimentado, com a presença da maioria de seus colegas de turma, acompanhado de música alta. Ao andar até a porta, Mari é imediatamente recepcionada por Anna.

- Mari, você veio! - disse Anna, demonstrando empolgação.

- Acha que eu perderia a ocasião mais importante do ano? Feliz aniversário, cachinhos. Trouxe o seu presente. - disse Mari ao abraçar Anna.

- Mari, se for aquele livro, eu juro que vou surtar. - disse Anna, dando pequenos pulos.

- Relaxa, já já você descobre. Aonde posso deixar? - disse Mari.

- Pode entrar e deixa logo na sala ao lado. - disse Anna.

Então Mari assim o fez, mas ao entrar na casa de Anna, logo de cara, notou seu ex-namorado, Vinícius, sentado no canto mais isolado da festa, segurando uma garrafa de Vodka que estava quase no fim. Mari então revirou os olhos e deixou o presente de Anna na sala ao lado. Após isso, foi se enturmar no quintal da casa, onde havia a maior concentração de jovens da festa. E lá estava Pedro, no meio da multidão. Mari rapidamente foi em direção ao rapaz.

Após algumas horas de conversas, danças e bebidas, Mari se sente muito mal, e decide que é hora de ir embora.

- Pedro, diz pra Anna que eu mandei tchau. - disse Mari.

- Calma aí, andorinha. Aonde você vai? - disse Pedro.

- Não 'tô me sentindo bem, vou para casa. - disse Mari.

- Quer que eu te acompanhe? - disse Pedro.

- Não precisa, não é tão longe daqui. - retrucou Mari.

- Se cuida! - disse Pedro.

- Me cuido desde sempre. - retrucou Mari.

- Delicada igual a um coice de cavalo. Essa é a nossa Mari! - disse Pedro.

- Vai se foder, Pedro. - disse Mari, esboçando um sorriso e logo em seguida virando as costas e saindo da festa.

Mari então foi embora da casa de Anna, mas decidiu ir a pé. Já eram em torno de três da manhã. A garota estava passando muito mal, e parou no primeiro arbusto que viu para vomitar. Mari já estava longe da festa, porém, nem tão perto de casa. A rua não tinha movimento algum, o que era normal para uma madrugada. E logo após terminar, virou-se para trás e seguiu o caminho para casa. Mas algo estava estranho, Mari ouvia passos, o que a fez se apressar. Até que então, foi supreendida no meio da rua por alguém familiar.

- Péssima escolha, garota. - disse o sujeito.

- Mas que p-... - disse Mari, ao ser interrompida depois de ser atingida na cabeça, o que a fez cair desacordada.

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⏰ Última atualização: Dec 18, 2021 ⏰

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