Lilith Hydra: Em Busca Da Morte

Capítulo 2

Acordo no hospital, ainda sem entender direito o que havia acontecido. Eu não conseguia sentir meu corpo, era como se tudo fosse um grande vazio dentro de mim.
  Lilith avista seu avô George sentado no banco de acompanhante, aparentemente a ambulância estava indo socorrer a sua avó que havia sofrido um ataque cardíaco e por consequência do destino encontrou o carro da família Hydra batido.
"Senhor me acompanhe" falou uma enfermeira, com uma cara pálida como se estivesse assustada.
Meu avô corre para o quarto onde estava a minha avó e eu o acompanho, ele segura na mão dela; e ouve suas últimas palavras:
"George, você foi o primeiro e único amor da minha vida, Lembro-me de quando éramos jovens e você me dizia pra voltar sempre que sentisse saudades, dessa vez eu sinto que não poderei mais retornar, mas não quer dizer que eu não vá sentir saudades. Te amarei para todo sempre" - disse ela, para o seu esposo, enquanto uma lágrima lentamente caia de seus olhos, ao mesmo tempo em que eles se fechavam.
Lilith por sua vez, tenta abraçar o seu avô, mas era com se ela não estivesse ali, como se ele não estivesse lhe vendo, era uma sensação bem estranha que ela sentia e não sabia o que estava acontecendo.
George começa a se sentir mal e já não consegue mais respirar direito, os médicos tentavam acalmá-lo. Lilith não aguentava ver seu avô sofrendo tanto e não poder fazer nada.
Eu não aguento ver tanto sofrimento, eu não estou tendo ação para nada, como se isso tudo fosse um sonho ou talvez um pesadelo - Disse Lilith, enquanto andava desolada até a porta - Quando de repente ela avista um garoto olhando para dentro do quarto em que sua avó estava.
"Olá." - disse o garoto estranho e de voz engraçada.
"Olá." - respondeu Lilith, aparentemente confusa e assustada.
"É a primeira vez?" - pergunta o garoto, em tom de curiosidade
"Como assim?" - Lilith pergunta ao garoto
"É a primeira vez que você vê seus parentes morrendo?" - diz o garoto reformulando sua pergunta.
Sem entender muito bem o que ele quis dizer com aquilo, Lilith responde que sim e sai lentamente encarando o garoto.
Após um tempo ela se pega voltando ao seu quarto do hospital, quando ela avista seu avô chorando e se assusta... Ele estava conversando com ela, porém não era exatamente ela, era... O seu corpo?
"Me desculpe Lilly, eu tentei salvar todos, mas quando vi já era tarde demais" - disse George, caindo em prantos
"Do que o senhor está falando?" - tentava Lilith a todo momento que seu avô escutasse, mas sem sucesso.
"Seus pais não resistiram ao impacto do acidente e sua avó não suportou o infarto. Sinto muito por não ter salvo eles, mas irei salvar você. Não deixarei você partir também" -falou George para sua neta Lilith, enquanto segurava firmemente as suas mãos.
Lilith estava em lágrimas, vendo seu avô sentado ao lado de seu corpo e segurando suas mãos, quando ela avista novamente o garoto estranho entrando no quarto.
"Então esse é seu corpo?" - perguntou o garoto com o olhar de pena
"Sim, mas... Como? Como você consegue me ver?" - pergunta a Lilith de uma forma espantada
"Eu também não estou vivo" - disse o garoto
"ENTÃO... EU MORRI?" - pergunta ela, assustada.
"Seja bem-vinda" - diz o garoto, com um sorriso angelical, enquanto sai pela porta.
Depois disso ela não o viu mais, estava preocupada com a situação de seu avô, então não ligou muito para aquele rápido acontecimento.
"Eu posso estar delirando por efeitos dos medicamentos" - pensou Lilith
Logo depois de todos esses acontecimentos, os médicos entraram na sala com os papéis da morte de sua avó, para seu avô assinar, porém ao entrar no quarto os médicos encontram o Sr. George apagado, ele já estava sem pulso.
Ele morreu segurando a mão de sua neta e ao lado uma carta em que ele escrevia nos seus últimos minutos de vida:
"A morte me proporcionou uma das despedidas mais cruel da minha vida, que foi separar meu coração da pessoa que eu tanto amava", porém ele morreu logo em seguida, poucas horas depois que a sua amada, como se fossem uma só alma eles deram seus últimos suspiros de vida...