Duas Joias e um Segredo

planos

Meu estômago roncava, a última vez que comi foi na noite passada, propus a Gilbert que pegassemos maçãs de algum pomar, mas logo ele me lembrou que a essa altura a cidade toda estava nos procurando, de início ignorei a afirmação, mas logo vimos guardas colando papéis com nossos rostos estampados; estavam pagando mil moedas citrianas para quem nos entregasse ao rei.
Corremos o mais rápido possível direto para a floresta, aquela que ninguém ia, somente caçadores em busca de animais, porém, era raro algum ir lá, ninguém era corajoso suficiente, mas era nossa única e última opção.
Ao correr pela mata, consegui ver Anna, andando pelas ruas, os olhos inchados eram notados de longe. Provavelmente ela havia chorado a noite toda; pobre Anna, eu a amava tanto, mas não poderia voltar agora, e ela sabe disso.
Paramos numa parte aberta da Mata, decidimos que seria nosso abrigo por aquela noite. Longe o suficiente da cidade, não conseguia sequer ouvir os ruídos e sons vindos de lá.
     Nos sentamos e logo vi Gilbert desenhar algo no chão, então peguei meu caderno e repassei tudo que havia escrito na noite anterior, havia algo ali que eu não tinha percebido, um ponto, somente um ponto.
BINGO!
Lembrando novamente o que os guardas haviam dito antes de invadir a casa, olhei para minha joia e então lembrei tudo o que Anna tinha me dito até então, sobre esconde-la, a tinta, a mudança de humor quando eu falava sobre ela.
Anna sabia de algo que até então não havia me contado, eu precisava descobrir, era minha vida, ela tem que me contar.
Insisti para que Gilbert voltasse comigo para a cidade, sem sucesso, lembrei-o que talvez sua família estivesse preocupada, então ele aceitou.
-Na próxima noite, voltaremos e iremos deixar um bilhete para seus pais, iremos até Anna, e tentamos tirar qualquer informação dela.
- É perigoso Vic, os guardas ainda estão por aí, você sabe, só vão desistir se souberem que morremos. disse Gilbert com a voz suave de sempre.
-GILBERT VOCÊ É UM GÊNIO. Dei-lhe um beijo na bochecha de alegria. Dessa vez ele quem corou.
Passamos todo o plano pro papel, decidimos os mínimos detalhes, nada poderia dar errado. Nossa morte falsa estava chegando.