Querida, eu.

B

Eu tinha menos de 10 anos quando te vi pela primeira vez. Eu nem sei quando e como foi, mas seu que foi há muito tempo. Desde então nutri sentimentos, sonhei uma  vida e imaginei mil cenas.

Você até poderia não saber da minha existência, mas eu sabia da sua e pra mim só isso importava no momento.

Quando enfim criei coragem para admitir meus sentimentos por você, as coisas não saíram como o esperado, houveram contratempos e mais uma vez eu me vi no escuro.

Não era como se eu estivesse esperando por você. Não. Eu vivi minha vida, eu conheci pessoas, gostei de pessoas, experimentei coisas. Mas eu sempre pensei que meu caminho sempre voltaria pra você. Porquê na minha cabeça você era meu destino. Eu nem acredito em destino, mas eu acreditava nisso.

E novamente passaram-se dias. Meses. Anos. Eu novamente pensei que tinha superado, que não tinha mais sentimentos. Mas, Deus, eu estava TÃO errada.

Meus sentimentos por você nunca foram embora e isso me assusta tanto. Me assusta porquê eu nunca me permiti viver algo de verdade. Porque eu pensava que você era meu destino. Mesmo não gostando de dizer isso, eu te esperei. Eu esperei.

Eu perdi todo o amor que eu tinha por mim mesma. Você me faz questionar cada ato e moral. Você me faz pensar em você a cada minuto e nem percebe.

Eu queria que você deixasse eu me aproximar. Você não deixa. É medo? Bom, saiba que eu também tenho medo. Medo, porque eu me conheço e sei que posso estragar isso também.

B, você foi e sempre vai ser meu primeiro amor. Mesmo que você não me ame de volta. Dói. Mas é a verdade.

Eu li um livro e ele me fez pensar em tudo.

Eu posso não ser a garota mais bonita do mundo, posso não ser tão engraçada como as outras, mas eu acho que até eu mereço ser amada.

Todos merecemos.

Eu tenho que te deixar ir, esse sentimento, esse sonho. Continuar me iludindo só irá me trazer dor e eu tô tão cansada de esperar algo de você.

E você nem sabe disso. Não jogo a culpa toda em você, você não é mau. Você só não sabe. Porque além de tudo eu ainda sou covarde por não te contar como eu realmente me sinto.

Desculpa, B. Desculpa eu.