Carta

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Meu nome é Penélope Van Allan e eu sou uma renomada detetive francesa. Nesse momento, no dia 22 de julho de 1826, estou escrevendo este relato importante.

Faz dois anos que cheguei nesta pequena cidadezinha há oeste de Paris. Não muito tempo depois da minha chegada, uma viúva bilionária me contatou, pois, seu marido havia sido assassinado no verão de 1825 sob circunstâncias estranhas.

Era o caso da minha vida e aparentemente fácil. A viúva era a minha primeira suspeita, logo depois suspeitei do seu mordomo e o do sócio do falecido.

Comecei os investigando em sua rotina. Segui a viúva até a casa de sua amiga mais próxima, onde ela ia todo final de tarde tomar chá e fofocar. No entanto, ela passou a não ir. Suspeito, porém não o suficiente para provar a sua culpa.

O mordomo, ao contrário da viúva, seguiu a sua rotina de sempre. Nada suspeito.

E o sócio, eu não sabia muito sobre. Mas aparentemente ele tinha um problema de trabalhar compulsivamente. Ainda mais depois que Hector se foi.

Me via em um beco sem saída, mas o problema de verdade começou quando as evidências começaram a desaparecer e eu não tinha mais pistas. Um crime perfeito cometido por uma mente brilhante.

As pessoas da cidade também não ajudavam. Eram estranhas, ociosas. Eu me sentia lidando com animais.

A viúva começou a me visitar todos os dias para tomar chá e perguntar sobre o caso. Eu suspirava alto e respondia que não tinha nada novo. E ela triste, ia embora.

Eu já estava ficando louca, sem saber o que fazer. Eu prometi a ela que resolveria, mas como resolver um crime sem nenhum suspeito?

Foi então que eu decidi acabar com a culpa e resolver de uma vez por todas o maldito caso.

Hoje mais cedo, tirei uma caixa de baixo da minha cama e abri. Dentro dela tem um revólver e comprimidos. Deixei tudo lá por um momento, enquanto venho por meio desta carta, declarar o caso como encerrado.

Sinto muito, Odete. Sinto por todas aquelas tardes que tomamos chá e que você me considerou sua amiga mais próxima, mesmo eu tendo chegado há pouco tempo na cidade. No entanto, eu precisava de dinheiro, o trabalho como detetive já não era tão bem pago e eu vi na sua fortuna uma oportunidade.

O único crime que eu não poderia resolver, seria um cometido por mim mesma.

Portanto, eu confesso:

Eu, Penélope Van Allan, matei o seu marido. 

Caso EncerradoOnde histórias criam vida. Descubra agora