A aurora do universo

0 0 0
                                    

Prólogo

No início era Nhamandú, a Centelha Primordial de toda a Criação. Nhamandú vagou sozinho na infinitude do espaço-tempo por incontáveis eras, até dar origem a um novo ser divino. Da escuridão sem fim, criou Anhangá, o deus das sombras, que vagou com ele por milhares e milhares de anos. Insatisfeito com as atitudes de sua criação, Nhamandú deu a luz a um novo ser, extraído de sua mente, que ele chamou de Tupã, o senhor do tempo e do trovão.
Nhamandú imcumbiu Tupã da difícil tarefa de criar um universo a partir do caos reinante e se retirou para o seu descanso eterno, tornando o jovem deus o ser mais poderoso do universo prestes a surgir. Antes de partir, a Centelha Primordial deu ao jovem três poderosas relíquias que, quando combinadas, se tornava a arma mais mortal de todo os universos, conhecida como Lança de Tupã.
Com a ajuda desse artefato e usando a fórmula da criação que seu criador lhe transmitira, o senhor do trovão deu a luz ao deus-sol Coaraci e a deusa da lua Jaci, que passaram a governar o dia e a noite. Tupã então gerou todo o universo conhecido, começando pela Cidade Sagrada sobre as nuvens e seu palácio de cristal, bem como todos os outros deuses e deusas, que ele chamou de filhos. Milênios depois, desceu a um pequeno planeta azul conhecido como Terra e criou os mares, as florestas e os animais. Moldou o barro e soprou em suas narinas, dando vida aos primeiros seres humanos.
Tudo era perfeito no Paraíso criado pelo senhor do trovão, até o nascimento de uma criança abalar a serenidade do lugar para sempre.

Sombras & SerpentesOnde histórias criam vida. Descubra agora