Fugaz.

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Ao decorrer da semana em que compartilhavam o mesmo cômodo juntas dado às circunstâncias das aulas em árabe que Soojin obrigara Shuhua a dar-lhe, fora justa o bastante para admitir a si mesma que aquela mulher atrapalhada não representava mal algum para si, sua família, ou sua cidade.

Shuhua era alguém atrevido, desbocada o suficiente para questionar Soojin o tempo inteiro como se fosse uma criança curiosa, e por vezes não parecia ter medo de perder a vida quando desafiava a Imperatriz. Mas definitivamente não representava mal para si.

Ao mesmo que seu temperamento irritava Soojin profundamente, também a intrigava. A seus irmãos era uma grande festa ter alguém tão distinto como Shuhua por perto. Subin se encontrava completamente fascinado pelas ideias malucas da mulher, pelas experiências de viagem que sempre fazia questão de compartilhar com o caçula dos Seo. Seungwoo e Sejun admiravam a beleza da mulher juntamente com sua inteligência e alegria que trazia a sua volta. Até mesmo Seungsik que era o mais recluso dos irmãos acabara por se encantar pelo charme da taiwanesa de pele pálida.

Nicha não era de expor sua opinião em relação às escolhas de funcionários da família, mas também compartilhava um pequeno apreço pela mulher espalhafatosa que Shuhua era. Amigável do modo que apenas ela conseguia ser, conseguira a atenção até mesmo de Hanse para si, que apesar de ainda se mostrar um pouco relutante com a presença da mulher, simpatizava com sua pessoa.

Soojin seguia seus dias com a mesma rotina de sempre, porém um pouco mais recolhida do que normalmente ficava. Subin simplesmente se recusava a ter qualquer tipo de contato com a irmã mais velha. Se ela entrava em um cômodo, ele saía. Estava sentido pelo modo como Soojin fazia suas decisões, sem nem mesmo comunicar os outros sobre. E no fundo, bem no fundo, compreendia muito bem a raiva do irmão, até mesmo compartilhava do mesmo ódio por si mesma. Mas ter de engolir que agora seu irmãozinho já não fazia a questão de olhar em seu rosto, machucava como o inferno.

- A senhorita é muito boa! - ouvia Miyeon exclamar atrás de si com uma felicidade que não lhe cabia ao peito. - Aprende muito rápido, logo já não precisará de minhas aulas...

Soojin virou o rosto para encarar a bela mulher que lhe sorria docemente.

- De fato, estou me adaptando bem com as teclas do piano, muito melhor do que antes. - recolheu as luvas pretas e as vestiu. - Mas isto não quer dizer que seu trabalho não seja de serventia. Assim que acabarmos nosso treinamento, solicito que seja a professora de meu irmão mais novo. - explicava tudo com sua postura séria e indiferente.

Miyeon, admirada com a elegância da mulher, sorriu brilhantemente. Era uma grande honra trabalhar para aquela família, não que já não houvesse prestado seus serviços para famílias importantes por toda a Coreia. A questão era que a Cho admirava Soojin, sua força e braveza. Os boatos sobre a loira corriam longe, muito longe, e isso não se demorou muito a chegar aos ouvidos de Miyeon.

- Será uma honra, Imperatriz! - seus olhos possuíam um brilho diferente.

Soojin a olhou intrigada. Nunca se demorava em observações, mas conseguia entender o fascínio que Nicha parecia ter com aquela mulher. Sua beleza fazia jus ao que falavam, além de sempre ser muito doce e gentil com todos ao seu redor.

- Deixe-me um pouco sozinha, senhorita Cho. - pediu educada. - Preciso resolver algumas pendências. Quando sair, peça que Hanse entre em minha sala.

- Sim, senhorita. - balançou a cabeça com um grande sorriso no rosto.

A mulher não se demorou para recolher suas coisas, encontrando o segurança sério parado em frente a sala de música. Sempre muito compenetrado em seu trabalho, escutou Miyeon com atenção e se antecipou quando descobriu que Soojin o ansiava em sua sala.

O Conto De Meretseger (SOOSHU)Onde histórias criam vida. Descubra agora