CIÚMES

5.2K 437 668
                                    

começando mais um cancelamento. espero que vocês gostem. comentem e curtam pra ajudar a mami aqui.

todo mundo aí com o pano pra passar pra mim?

JULIETTE POV

- Da pra você me soltar, Sarah? - Gritei, enquanto Sarah me prendia na parede. Seus dedos apertavam meu braço com força, me machucando.

- Se você não falar o que estava fazendo lá dentro sozinha com aquele idiota do Filipe eu não te solto!

- Não é da sua conta. Cuida da merda da sua vida! - Gritei.

- É da minha conta sim. Você é minha... - Ela disse e arregalou os olhos. - Minha... Minha irmã. E não quero você ficando qualquer um.

- Filipe não é qualquer um. E eu não to pegando ninguém. E mesmo se estivesse, eu sou a mais velha, você não tem poder nenhum sobre mim. - Falei e agora Sarah parecia furiosa.

- Isso não vai ficar assim! - Ela apertou meu braço com mais força e colou o corpo no meu. Ela fazia isso ultimamente e não entendia em que intuito. Ela se aproximou ainda mais e temi ao que ela ia fazer.

- Sai de perto de mim! - Gritei mais uma vez e me soltei dela. Sarah apresentava um comportamento estranho ultimamente. Ela sempre teve seus momentos de ciúmes comigo, mas estava ultrapassando todos os limites e eu já começava a ficar assustada.

Nós sempre fomos muito próximas. Estudamos na mesma escola e passamos a maior parte do tempo sozinhas em casa já que nossos pais só trabalham. Sempre foi assim desde que éramos crianças. Sarah e eu passamos a maior parte de nossa vida sendo criadas por babás.

Sarah tem 17 anos, um ano a menos que eu, e está no segundo ano do ensino médio. Sarah sempre foi uma garota doce desde o primeiro dia que a vi naquele orfanato. Ela tinha apenas dois anos e eu tinha três. Minha mãe Cristina, permitiu que eu conhecesse as crianças um pouco antes, pra depois escolher alguma para ir pra casa com a gente. Sarah era uma criança muito esperta e carente. Sempre se agarrava nas pessoas que chegavam lá e não foi diferente comigo e com meus pais. Eu queria que ela fosse pra casa comigo, mas tivemos dificuldades para leva-la depois de saber que Sarah era diferente das outras crianças, e esse era o motivo de seus pais verdadeiros terem a deixado lá. Sarah nasceu intersexual. Era difícil de entender e meus pais ficaram com um pé atrás depois de saber disso.

Por fim meus pais adotaram Sarah. Sempre vivemos bem e meus pais resolveram que não contariam a Sarah sobre a adoção. Preferiam que ela nunca soubesse que tinha sido rejeitada por ser diferente. Com uma certa idade papai até perguntou a Sarah se ela queria fazer uma operação, mas ela negou dizendo que estava vivendo bem do jeito que ela era.

Agora aos seus 17 anos, Sarah estava completamente mudada. Parecia que quanto mais o tempo passava pra ela, pior ficava sua personalidade. Ela lutava Jiu Jitsu e fazia natação na escola. Isso estava deixando-a um pouco mais agressiva do que já era. Sarah estava com o comportamento completamente alterado. Era bruta, perturbada e muito ciumenta. Eu não entendia aquele ciúme doentio e as vezes até estranhava.

Sarah não era de ficar com meninas da nossa escola. Era muito na dela e até então eu ainda não tinha a visto com alguma namorada. Eu não sabia se ela escondia de mim, mas não me metia na vida dela em nada, ao contrário dela que era como uma sombra atrás de mim em todos os lugares. Reclamava até das minhas roupas. Ela não era assim antes, ficou depois que mudamos de colégio e eu fiquei popular. Muitos meninos e meninas da escola eram doidos pra ter uma chance comigo, isso a incomodava.

- Sarah, sem celular na mesa. - Papai falou. Sarah bufou e bateu o celular na mesa, dando atenção agora a comida. Ela estava de frente pra mim. Minha mãe do meu lado de frente para o meu pai.

- Alexandre, Sarah me falou que você não quer mais pagar o curso de francês dela. - Mamãe comentou e todos olhamos para ela.

- Ela nem vai no curso, querida. Não vou gastar dinheiro atoa mais com Sarah. Vou investir em Juliette que se dedica mais. Sei que não vou me arrepender. - Papai disse e eu o encarei. Ele me deu um sorrisinho e tentei retribuir. Eu não gostava quando ele falava assim, sabia que aquilo deixava Sarah mal. Mas era uma verdade, ela não se importava muito com os estudos, estava indo mal na escola também e aquilo me preocupava.

- Será que você ficaria feliz em saber que sua filhinha predileta estava dentro de um quarto na casa da Flay com aquele nojento do Filipe? - Sarah disse ainda olhando para o prato e engoli seco. Eu não podia acreditar que ela estava mesmo contando aquilo.

- É mentira. - Falei imediatamente e ela me encarou. Seu rosto estava vermelho e ela parecia estar morrendo de raiva.

- Não é não e eu tenho provas. Todo mundo sabe que você tá dando pra ele.

- Sarah Carolline! - Mamãe a repreendeu.

- Juliette, isso é verdade? - Papai me perguntou e arregalei os olhos. Sarah tinha um sorrisinho no rosto.

- Claro que não, pai. Sarah está mentindo. - Tentei soar da forma mais firme e papai olhou para Sarah. Ele parecia furioso agora. Alexandre confiava em mim, então bastava eu dizer e ele acreditava. Mas dessa vez eu estava mentindo. Eu estava sim ficando com o Filipe, porém nada demais tinha acontecido naquele dia no quarto. Sarah só queria me ferrar porque estava com ciúmes.

- Eu juro que não estou mentindo, pai. - Sarah falava agora com um pouco de desespero, pois sabia que papai odiava quando ela inventava coisas. - Eu tirei ela de dentro do quarto. Ela estava lá com ele.

- Não estávamos fazendo nada. Flay estava junto, pode perguntar pra ela, pai. - Falei e Sarah parecia estar mais desesperada que nunca. Ela costumava inventar coisas de mim, coisas que ela não via, mas falava. Por isso papai não acreditava muito nela e quando ela mentia, recebia algum castigo.

- Pai, eu juro. Luísa estava comigo, ela viu Juliette sozinha com o Filipe no quarto.

- Cale-se, Sarah. - Papai gritou e Sarah se assustou. - Vou ligar para Luísa e Flay e vamos descobrir quem está falando a verdade. Senti um desespero me tomar. Flay não estava comigo no dia e Luísa tinha visto exatamente o que Sarah viu. Eu não podia deixa-lo ligar pra elas. Precisava agir.

- Pai, você pode confiar em mim. Sarah está com esse ciúme idiota agora, até me agrediu quando eu não quis dar satisfaçoes a ela. - Falei e ele que estava em pé e de costas, se virou imediatamente pra mim. - Ela achou que eu tinha ficado com o Filipe, mas não é verdade mesmo. Ela me machucou de novo. - Disse, mostrando as marcas no meu braço. Sarah não tinha me batido, aquelas marcas eram de tanto que seus dedos me apertaram quando ela me forçava a falar o que eu tinha feito com o Filipe. Sabia que era golpe baixo mentir sobre isso, mas ela tinha me ferrado. Nada mais justo que ferrar ela também.

- Sarah, suba para o seu quarto agora. Vamos conversar. - Esse "Vamos conversar" não era bem um "conversar". Fiquei um pouco apavorada, não queria que Sarah se machucasse, mas papai nunca pegava leve com ela. Era um terror ouvi-la pedindo pra ele parar. Sarah me lançou um olhar fulminante e saiu batendo o pé. Papai suspirou e olhou para mamãe. Levei minhas mãos até a cabeça. Eu era uma pessoa horrível.

- Não precisa ser tão rude com ela. - Mamãe disse e papai bufou.

- Ela merece muito mais do que vai ter. - Ele disse e eu tremi. Estava me sentindo culpada e sabia que Sarah se vingaria depois. Eu não podia fazer mais nada. Então papai saiu dali e foi até o quarto de Sarah.

...

o que acharam?

Adotada Onde histórias criam vida. Descubra agora