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Crystal Carrington06:24 PM, sábado

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Crystal Carrington
06:24 PM, sábado

Após escutar alguém me chamando abro os olhos lentamente, e vejo uma mulher em minha frente, na qual acredito ser a aeromoça pela sua vestimenta.

– Perdão senhorita, mas acabamos de pousar em New Bern. - disse a mulher.

Me aconchego no assento e levo o olhar pelo local, noto algumas pessoas pegando suas malas e seguindo para a saída e outras esperando o avião decolar novamente. Após olhar bem o local, direciono meu olhar até minhas mãos e vejo uma foto com marcas de gotas d'água, provavelmente por ter chorado horas vendo essa mesma imagem.

Minha respiração acelera. Fecho os olhos e respiro fundo, permaneço com os olhos fechados por um tempo até me acalmar.

Abro os olhos novamente, pego minha mochila e guardo a foto em uma pasta para não amassar. Levanto devagar para não ficar tonta,
pego minha mochila e coloco a mesma nas costas.

Vou até a porta do avião, agradeço a aeromoça, e sigo para a praça de alimentação. Minhas roupas estão vindo em um caminhão de mudança junto com minhas outras coisas, então não preciso me preocupar com mala. Acabo escolhendo comer só um sorvete, paro no McDonald's, peço para a atendente um McFlurry de ovomaltine, retiro o dinheiro da capinha do meu celular e entrego a moça.

Pego o sorvete e vou em direção a saída do aeroporto, passo pela porta automática, e no mesmo momento sinto um arrepio pelo meu corpo inteiro, deixando todos os pelinhos em pé.

Olho ao redor vejo alguns casais, familiares abraçados, chorando, devem estar se despedindo, pelo menos eles tiveram a chance. Noto uma senhora, aparentava ter mais de 60 anos, estava abraçada com um cachorrinho e chorando horrores. Quando percebo estou que estou sorrindo para aquela cena, acabo rindo de mim mesma.

Arrumo a mochila em minhas costas e começo a andar pelas ruas, comendo meu sorvete e olhando as construções ao meu redor, para uma cidade pequena é muito bonita, casas grandes com jardins bonitos e bem cuidados.

Lembro que meu pai havia mandado o endereço de sua casa. Pego meu celular e procuro pelo contato com seu nome, quando acho o endereço me pergunto como vou achar sem internet.

Passo meu olhar pela rua e avisto uma mulher, vou em direção dela.

–Boa noite, a senhora poderia me informar onde fica **** ******* *** - pergunto à mais velha.

–Claro querida, venha aqui. - vejo ela ir para uma rua reta, decido segui-la - É só seguir reto e - apresto atenção em todas as orientações passadas, - entendeu querida?

–Sim, muito obrigada. - tento dar o meu melhor sorriso como agradecimento.

Vou seguindo as ruas orientadas pela senhora, enquanto caminho começo a cantarolar baixinho e olhar as casas em minha volta.

Acabo me perdendo em meus pensamentos e quando percebo estou na frente residência que havia na foto mandada pelo meu pai, analiso bem a casa. Uma casa branca muito bonita, possui dois andares, uma porta quase da altura da casa, parece ser bem espaçosa, mas uma coisa que chamou minha atenção foi o jardim, parece que foi cuidado recentemente, as plantas são vivas e bonitas, fico me perguntando quem que deve cuidar delas, pois deve ter uma ótima mão para cuidar de plantas tão frágeis.

Percebo que a luz de um cômodo está acesa no andar de cima, provavelmente é o quarto do meu pai. Não temos uma conversa de verdade desde quando mamãe e ele se divorciaram, vai ser difícil olhar no rosto dele depois de tanto tempo.

Será que ele ainda sofre com aquilo?Será que depois de tanto tempo ele aprendeu a se controlar? Percebo minha respiração mudar e minhas mãos tremerem um pouco. Fecho os olhos e respiro fundo.

–Você consegue Crystal, você consegue. - repito para mim mesma.

Caminho até a entrada da casa e toco a campainha. Espero alguns segundos e a porta se abre me dando visão de uma senhora vestida com um vestido simples na cor cinza e um avental branco por cima, acredito que ela seja a empregada da casa. Foco meus olhos em seu rosto, sua pele era clara, seus cabelos eram escuros com alguns fios brancos amostra, e seus olhos verdes igual esmeralda.

–Boa noite, senhorita Crystal? - a mais velha pergunta e assenti - Me chamo Emma, seu pai me informou sobre sua vinda, venha, entre - abriu mais a porta me dando espaço para entrar.

Passo pela porta e começo a olhar os detalhes, vejo um sofá curvado meio bege, no centro tem uma mesa pequena de vidro e em cima vejo um belo lustre, noto vários quadros nas paredes que aparentavam ser caríssimos.

–Quer que eu te mostre onde fica seu quarto ou prefere ir sozinha? - Perguntou Emma me tirando do transe.

–Vou dar uma volta pela casa antes, obrigada. - vejo a mesma sorrir e se retirar da sala.

Contínuo olhando os detalhes, e andando pela primeiro andar.

Depois de conhecer a cozinha, sala de estar, sala de jantar, sala de reuniões, piscina, área da churrasqueira, cinema, os 4 quartos de hóspedes, três banheiros no andar de cima, dois no andar de baixo e um na área da piscina, a garagem com três carros, o escritório, a quadra esportiva, e agora estou indo conhecer meu quarto.

Paro na frente da porta que contém uma placa de gato na porta, sempre amei gatos, mas meu pai tem alergia, e quando morava com minha mãe não tinha tempo para cuidar de um, então acabei desistindo.

Abro a porta e entro no mesmo, contém uma cama de casal arrumada e um criado mudo ao lado, uma mesa com um abajur que provavelmente usarei para estudar, logo vejo uma porta e vou até ela, era um closet, percebo que tem algumas roupas nele provavelmente meu pai comprou para usar enquanto as minhas não chegam. Saio do closet e vou em direção ao banheiro, bem espaçoso, espelho grande com luz em volta, dois chuveiros e um sanitário, e uma mini hidromassagem, olho para cima e vejo umas fitas de led em volta do teto inteiro.

Volto para o quarto e pego um short largo e confortável, um moletom que esconde o short, e uma calcinha pois não gosto de dormir de sutiã, vou até o banheiro e fecho a porta, tiro toda minha roupa, e prendo meu cabelo em um coque rápido, entro no chuveiro tomando um banho rápido.

Pego minha toalha no porta toalhas e me seco, coloco minha roupa, e saio do banheiro.Decido tirar as coisas que trouxe na mochila e arrumar, arrumo um pouco das roupas no closet, meus fones e carregadores coloco na gaveta do criado mudo, termino de tirar tudo e guardo a mochila em um canto do closet.

Pego meu celular e vejo que está ficando muito tarde, lembro que não como nada desde o aeroporto. Saio do quarto e vou até a cozinha, pego uma maçã, quando estou voltando para o quarto me encontro com meu pai.

–Boa noite pai, tinha saído? Não tinha visto você ainda. - pergunto para o mesmo.

–Boa noite filha, acabei indo jantar com uns amigos e cheguei agora, desculpa não por estar aqui quando você chegou. Deve estar cansada, amanhã conversamos. - Disse meu pai e assenti com a cabeça.

Subo as escadas, e vou em direção ao meu quarto, fecho a porta, apago a luz e vou em direção a cama, deito e fico encarando o teto.

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