Paranoia

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Esta historia é baseada no conto
"O coração denunciador" de Edgar Allan Poe em que os fatos não são ligados a realidade.

                               

                           Paranoia

  Meu nome é Frank e esse é meu diário...
Segunda-feira, 26 de Outubro...    

Descobri que eu estava certo, tudo faz parte da minha imaginação.  
Preciso de mais café.  
Hoje convenci 4 pessoas de que estou certo...
  A chuva cai la fora, sinto meu corpo molhado mas estou em casa... Preciso de mais café.   2 dias acordado...
 
  Hoje é meu aniversario, nenhuma ligação, Email, ou visita. Minha companhia é minha mente, que ultimamente questiona minha sanidade.  
  Sei que não sou louco, apesar dos fatos terem me julgado como tal.  
Sou uma pessoa nervosa, mas com o tempo meu nervosismo aumentou a ponto de me fazer cometer um crime. Mas não sou louco, ou será que sou ?! ultimamente não sei distinguir a realidade da minha imaginação.
Sei que um dia esse diário chegara a mãos de alguém, portanto vou justificar o fato ocorrido antes de ontem.

Sabado, 24 de Outubro  

Percebi que Dona Maria, senhora minha vizinha do 5° andar do prédio a frente estava me observando com aquele olhar de curiosa, mal sabia ela que eu também a observava a dias.
Aquele cheiro de cigarro que saia das narinas dela me deixava nervoso, daqui do meu apartamento eu podia sentir.   Diariamente ela debruçava sobre a janela e fumava um ou dois maços de cigarro olhando pra cá, pela cor do pacote do cigarro devia ser Marlboro.  
Sei que não sou louco, ela não deveria ter me chamado assim...  Na verdade ela não disse, mas pensou.
  Tudo aconteceu hoje pela manha, uma discussão de casal, Ana e Roberto, moradores do 3° andar. todos os dias a mesma coisa.  
Aquela briga se tornou mais intensa a ponto de me perturbar, decidi acabar com isso...  Peguei meu revolver na gaveta e mirei pela janela...
"Pow bem na cabeça" pensei comigo.  
Se não fosse pela Dona Maria, aquela velha fofoqueira, tudo isso teria acabado. Assustada a velha saiu da janela rapidamente. Logo recolhi a arma ao perceber que a senhora tinha visto e fui tomar um café no bar da esquina.   
Chegando lá encontrei um livro em cima do balcão, ele me chamou muito atenção, era um livro preto com a capa desbotada e paginas amareladas, perguntei a Elizabete (dona do estabelecimento) de quem pertencia, e ela simplesmente olhou pra minha cara e ignorou.
Parecia que todos naquele bar estavam me olhando com aquela cara, como de que sabiam de algo, aquilo me incomodou, decidi pegar o livro e voltar pra casa.      Ao chegar na portaria percebi que havia policiais por toda parte  meu bloco estava interditado por peritos, decidi então sair dali.  
  Fui a casa de meu pai, parecia que não havia ninguém lá, peguei a chave em baixo do tapete e entrei, realmente não havia ninguém em casa. Joguei aquele livro na estante e fui dormir...
  Acordei com um grito, parecia ser de uma mulher, aquele silencio me motivou a procurar de onde veio aquele grito, fui a cozinha  mas só consegui ouvir o barulho da chuva caindo.
Não havia ninguém na casa. 
A chuva cai la fora, sinto meu corpo molhado mas estou em casa, meu coração palpitava desesperadamente, não era medo, era ira, comecei a ficar ofegante como se estivesse correndo... O que esta acontecendo comigo ?   De repente ouço uma voz vindo da sala não consigo entender muito bem esta dizendo mil coisas de uma só vez. Andei em direção da voz e percebi que vinha do livro, conforme eu me aproximava uma luz forte brilhava nos meus olhos, aquela luz me cegou e a voz ficava cada vez mais nítida era a voz de um homem :
  - Frank ?  
- Sim sou eu, quem é ?  
- Sou o soldado Ferraz e você esta sendo acusado de ter cometido um assassinato. O que faz aqui nesse matagal ?  

  Nessa hora minha visão voltou e percebi que eu estava em um matagal segurando o livro preto e uma caneta...    
  Junto ao soldado estava todos os meus vizinhos e aquelas pessoas do bar.
  Roberto marido de Ana estava chorando e Dona Maria cochichando no seu ouvido, de repente veio a imagem do tiro na cabeça de Ana que por acaso eu não atirei e aquele grito que me acordou era da Dona Maria que presenciou a cena. 

Fiquei assustado com aquelas pessoas me chamando de louco...

Domingo, 25 de Outubro

Mais um dia em minha casa e acabou o café. Preciso de mais café.
  Hoje convenci 4 pessoas de que estou certo. Eu não sou louco.
  Neste quarto não tem café...  

  Amanha faço aniversário, a enfermeira disse que não vou poder receber visita.

  Aqui eu posso ler aquele livro em paz.
A parte que eu mais gosto é: " Se o louco não sabe que é louco, então não posso provar que eu estou louco, eu vivo em uma ilusão, não sei o que é verdade ou imaginação... Eu só sei que eu não estou louco.   Preciso de mais café."

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⏰ Última atualização: Mar 20, 2015 ⏰

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