"Disseram-me que o destino debocha de nós, que não nos dá nada e nos promete tudo."
(Quelqu'Un M'a Dit - Carla Bruni)
O Malik mais novo está na sala de jantar.
A pensão tem a cozinha e sala de jantar compartilhada, mas o irmão de Dexter nunca aprendeu a cozinhar.
Nem a fazer amigos.
Então ele toma o café que parece ser feito só de açúcar. Zayn gosta de açúcar, mas ele prefere sentir pelo menos um pouco do gosto amargo, ele gosta do café quase puro.
Pureza sem superficialidade.
Ele gosta da verdade, ele nunca encontrou alguém de verdade pelas ruas da vida, sempre andou, andou, andou.
E nunca encontrou alguém de verdade.Alguém pra amar.
Seguiu conselhos complexos de filósofos, sempre foi verdadeiro com todos, mas ele parecia ser como uma minúscula estrela no centro de Órion.
Fazer parte de algo grande, mas não ter o poder de ser visto.
No começo isso não tinha tanta importância, mas agora é frequente ele pensar num corpo colado ao seu, em olhos grudados em si.
Como Liam fazia com Dexter.
Zayn acha o irmão mais velho um idiota, um grandessíssimo idiota, porque ele não desfaria um sorriso pra deixar lágrimas no lugar.
Ele não deixaria que lágrimas caíssem se ele não estivesse perto pra enxugá-las.
Ele não rejeitaria o amor.
E bebericando o café cheio de açúcar, Zayn Malik observa as costas largas de Liam.
O garoto que brinca com as flores.
Sentindo a pele ser perfurada.
Por espinhos.
