Classic | Karlena

4 • Você não sai da minha cabeça;

Lena Luthor, Sábado às 8:18pm, NC.

Para ser sincera eu realmente não sabia o porquê de não estar colocando um remetente, provavelmente seria mais fácil de Kara descobrir. A questão é que por mais que as flores sejam piegas eu gostava delas, e sabia que Kara iria gostar também. Nunca ninguém tinha mexido com meu coração dessa forma e tudo que eu conseguia ser perto de Kara Danvers era gay. A evolução da nossa amizade me levou a essa situação que eu estou agora, nervosa. Querendo contar a ela que sou eu, mas tudo aconteceria na semana seguinte de acordo com meus planos. Por enquanto eu só precisava saber se ela estava gostando. Quando ela me disse na mesa que Maggie e Alex estavam desconfiando de mim eu quase morri, sinceramente. Kara ainda por cima não respondeu diretamente minha pergunta e eu estava um poço de ansiedade de entrar no seu apartamento para a noite de jogos. Me perguntei se ela iria tirar todas aquelas flores da sala de estar, mas se tirasse seria totalmente compreensível. E quando finalmente consegui chegar a sua porta Maggie me atendeu, me entregando logo uma garrafa de cerveja e me convidando a sentar com eles. Winn, James, Alex, Maggie, Nia e Dox, todos lá. Não tinha nenhum clima estranho e me senti confortável com eles, eram ótimos amigos e eu sempre ficava feliz por ser incluída. Mesmo Kara dizendo que eles gostavam da minha companhia tanto quanto ela. Ela veio me cumprimentar depois de um tempo com um beijo na bochecha e me entregando um balde de pipoca.

"Desculpa se eu demorei, estava fazendo pipoca." - Assisti ela se sentar do meu lado.

"Duplas de sempre?" - Winn perguntou.

"Você está comigo, certo?" - Kara perguntou me olhando com aqueles olhos azuis penetrantes.

"Sempre." - respondi e logo mudei a direção do meu olhar, encarar por muito tempo poderia deixar na cara.

E por mais que eu tentasse não encarar ou qualquer coisa do tipo meu olhar sempre caia sobre ela de novo e de novo. Um ciclo vicioso, onde quando ela soltava minha mão para jogar os dados sua mão sempre voltava para a minha e eu apertava. Era isso que eu queria, de uma forma diferente. Queria que ela segurasse minhas mãos, queria que fosse verdade todo o meu sonho de ter Kara Danvers como minha. Porque em outras palavras, ela era tudo que eu adorava e ansiava por ter. Porque seu sorriso enchia meu coração a ponto de eu achar que algum momento ia ter um infarto. E todas as sensações se misturavam quando ela me tocava, deixava um beijo na minha bochecha ou segurava minhas mãos. Em outras palavras, eu amo Kara Danvers e estou perdidamente apaixonada por ela. E tudo me dizia que se eu fosse conquistar essa mulher teria que tratar ela melhor do que nunca. Visto que seu passado amoroso era ainda pior que o meu, e ela não tinha interesse nenhum em qualquer relação amorosa a um bom tempo, eu estava perdendo a guerra sem nem antes começar.
A cada minuto do lado dela eu ficava ainda mais nervosa, achando que ela poderia me pegar no pulo. Quando cheguei perto de uma flor que estava num vaso na cozinha e a trouxe para perto do meu nariz ela chegou dizendo que guardou a maioria no seu quarto, que ficaria mais cheiroso e talvez até ajudasse ela a sonhar com quem quer que fosse o remetente.

Pedi ao universo inteiro que ela sonhasse comigo naquela noite.

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Lena Luthor, Sexta-Feira às 5:47pm, NC.

Na quarta-feira, dia que marcamos nosso almoço eu tive que adiar por causa de uma droga de reunião de conselho. Então na sexta feira a tarde mais uma flor foi enviada, um cravo vermelho e solitário que significava amor puro e latente de acordo com Mary, a dona da floricultura. Ela quem estava me ajudando com toda essa empreitada. Seria o dia em que ela iria receber um cartão um pouco maior, onde eu finalmente falo "Sabe sua amiga Lena Luthor? Então, está apaixonada por você."

Ok eu não escrevi isso, mas basicamente visto eu tive que reescrever o cartão três vezes antes de realmente achar que estava bom. Céus, eu escrevia relatórios enormes e não conseguia escrever uma simples cartinha. No final acabou saindo tudo bem e consegui enviar o cartão ainda naquela manhã, de tarde Kara saberia e de noite sabe lá o que me esperava. Eu parecia uma garota de doze anos com seu primeiro namoradinho. Mary da floricultura tentou me acalmar, cheguei até a ligar para Sam. Mas não consegui me concentrar pelo resto do dia inteiro, e quando finalmente recebi a notificação avisando que a entrega já tinha sido feita resolvi ir para casa. Precisava de uma garrafa de vinho ou eu ia surtar. Eu só esperava que ela não me odiasse no final disso tudo.