Prólogo

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Novembro de 1840; Oléron, província de Castelli .

Consigo escutar cada batida do meu coração e um leve zumbido aos meus ouvidos enquanto caminho desesperadamente pelo jardim de Keiton.

Nicholas está morto.

Essa frase se repetia na minha mente, aumentando e sendo mais clara a cada passo dos meus pés.

Como ele estaria morto sendo que hoje pela manhã estava tão alegre e saudável? e por que diabos, estava um estardaceu por todo palácio?

Ele não estava morto! Não poderia estar!

— Lady Keiton! – escuto uma voz distante mas não tenho vontade e nem forças para olhar para trás e parar meu percurso.

Ele estava vivo!

Por favor, por favor, que ele estivesse  vivo.

— Lady Keiton,  por favor, pare! Você não pode vê-lo, não é apropriado uma lady ser vista nessas circunstâncias!

Que ele esteja vivo... Que ele esteja vivo...

E então meus pés pararam, meus olhos se fixaram em um ponto específico e meu corpo se paralisou.

Mesmo lutando contra minha própria vontade de continuar esse percurso, senti que meu corpo não me obedecia e, naquele momento, eu não estava mais lá.

Estava muito escuro mas dava pra ver claramente.

Nicholas, o amor da minha vida, estava morto.

Seu corpo estava pálido, seus olhos fechados, sua mão sobre o peito e uma poça de sangue se estendia até poucos passos de onde meu pé se encontrava.

E então não senti nada.

Ao decorrer dos minutos seguintes tudo se passava em câmera lenta, pessoas que não me recordo claramente segurava os meus braços e me arrastaram para longe daquele lugar.

Saía algum som da minha boca, um grito talvez, meu peito doía, minhas pernas estavam fracas e quando finalmente senti o impacto do chão gelado ao perder as forças, senti a dor, mas não a dor do meu corpo ao se chocar ao chão e sim a dor da perda.

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