capítulo 6

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Dona Anne é sinônimo de cansaço. Ela não para um minuto se quer e não deixa ninguém perto dela parar também. Decidiu que ia redecorar meu apartamento durante esses dois dias que ficaria aqui e eu não reclamei, já que ele realmente precisava de uma nova cara.

Gemma aproveitou para sair e ver algumas amigas que não via a tempos e fazer compras, enquanto eu tinha que ir para meu emprego extremamente agradável todos os dias e para a faculdade.

Falando em faculdade, Timothée me chamou para sair de novo essa semana. É aniversário de um de seus amigos e ele disse que queria companhia. Não neguei, queria sair esfriar a cabeça depois que minha mãe e Gemma voltaram para casa.

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A festa parecia muito animada, cheia de luzes néon e muita gente fantasiada. Escolhi uma roupa de jogador de basebol enquanto Timothée usava alguma coisa parecida com um coringa bem meia boca. Entramos na festa e confesso que eu nem fazia ideia de quem era a maioria daquelas pessoas.

Timmy foi buscar bebidas enquanto eu fiquei no meio da multidão dançando ao som de Blinding Lights, do The Weeknd. Algumas meninas tentaram dar em cima de mim, mas eu apenas gentilmente agradeci.

- Hey, quer ir para um lugar mais calmo? - Timothée me pergunta, oferecendo uma cerveja.

- Pode ser, estou começando a hiperventilar.

Andamos até um tipo de corredor da casa que parecia levar para próximo a garagem. Timmy me empurra contra a parede e olha dentro dos meus olhos de maneira faminta.

- Faz muito tempo que eu tô me segurando para não fazer isso Styles, e hoje, você vestido com essa roupa me deixou com ainda mais vontade de te beijar. - Diz me deixando zonzo.

Antes que eu consiga pensar em uma maneira de fugir ou gritar para ser salvo, ele cola nossos lábios. Não posso ser mau ao ponto de dizer que o beijo foi ruim, um tanto quanto estabanado, rápido demais. Não se compara com o do Louis.

Separo o beijo por não estar me sentindo confortável fazendo aquilo. Timothée me olha confuso.

- Eu acho que vou para casa Timmy, preciso estar cedo na loja amanhã. Obrigado pelo convite, aproveite o resto da noite. - Dou um beijo em sua bochecha e saio da festa. 

Enquanto caminho pela rua, resolvo entrar em uma lanchonete comprar um café preto. Entro e vou direto para o balcão fazer meu pedido.

- Harry? - Eu conheço muito bem essa voz.

- Louis? O que você faz aqui? - Pergunto me virando na direção do ser pequeno sentado toda encolhido em uma mesa. 

- Precisava respirar um ar diferente. - Responde com um sorriso fraco. O maço de cigarro quase vazio significa que algo não está certo.

Agradeço a atendente e pago pelo meu café.

- Quer andar e conversar? - Pergunto

- Claro. - Levanta e vem em minha direção.

Saímos para a rua gelada de Londres. Garoava um pouco agora. Resolvi esperar que ele começasse a falar.

- Eu jamais deveria contar isso para qualquer pessoa, principalmente meus amigos. - Olho para ele, está cabisbaixo. - Eu estou sendo obrigado a namorar a Eleanor, Harry. Eu nunca amei ela, nunca me senti atraído por ela. Eleanor é podre, igual meu pai. - Solta um longo suspiro cansado. - Sou obrigado a forjar tudo isso por gostar de uma pessoa do mesmo sexo que o meu. O que mais me dói foi ver minha mãe aceitar que meu pai me obrigue a isso. A partir daí, minha vida virou um inferno. Tive que assumir essa palhaçada toda, conseguindo apenas tristeza em troca, enquanto Eleanor recebe todo mês para se manter ao meu lado. Ele ameaçou me trancar minha faculdade e me mandar para outro país se não aceitasse toda essa mentira e, você sabe que me formar em música sempre foi meu sonho.  - Para de falar e enxuga algumas lágrimas que agora escorriam por suas bochechas. - É como se isso tudo fosse uma igreja que queima romances e eu sinto que estou muito longe para orar. Ele nunca me permitirá amar. 

The Call - LS fanficOnde histórias criam vida. Descubra agora