— Cooking like a chef i'm a 5 star Michelin — Gritava animada ao som de God's Menu no backstage. Uma verdadeira stay.
Mas quem poderia me julgar? A música é um verdadeiro hit e, mesmo ouvindo pela milésima vez, sendo na performance dos meninos ou durante minha tour no chuveiro, soa diferente a cada vez que ouço, sempre aparecendo um novo detalhe instrumental que havia sido despercebido antes.
Minha tentativa de manter meus pensamentos longe de um certo acontecimento foi por água abaixo quando a câmera focou em Bang Chan. Seu sorriso satisfeito e seu olhar concentrado enquanto dançava... qualquer um poderia perceber que ele ama o que faz.
Sem perceber, cheguei à conclusão de que talvez minha admiração por ele tenha se transformado em algo que não entendo. Eu sempre o notei, sempre. Uma pessoa extremamente doce, desde o primeiro segundo conseguiu me cativar e trabalhar com Stray Kids não era um fardo, com certeza não. Nenhum dia era igual, sempre cheio de piadas, risadas altas e coleção de histórias constrangedoras entre si.
Há seis meses atras, a minha percepção de staff era muito diferente, um pouco fria admito. Pensei ser necessário me manter calada, fazer meu trabalho e vazar, contudo, no meio de uma maquiagem me peguei rindo das piadas sem graça do Jisung, conversando sobre comidas do Brasil com o Felix e, principalmente, sonhando acordada com Chan. Porém, o último seria fora de cogitação levando em conta um contrato com uma ameaça de multa recheada de zeros. Pensar demais nos prós e contras de toda uma possível situação me cegou de um estômago cheio de borboletas que eu jurava ser fome.
Há uma semana estava tudo certo, tudo bem! O que mudou pra ele?
Se ele está me testando de alguma forma, eu não sei, mas, com certeza, me sussurrar aquilo foi um golpe baixíssimo levando em consideração que sou uma boiola level mil. Na minha cabeça, eu apenas sorri e deixei o local normalmente como se elogios fossem super frequentes na minha vida MAS, na realidade, eu abri a boca em descrença e passei o olho pelo local, conferindo se ele havia mesmo se dirigido a mim. Quando voltei a encará-lo, encontrei um chan risonho a caminho do palco, me deixando com cara de tacho.Eu to muito ferrada!
Despertei de meus devaneios quando percebo os meninos se retirarem do palco, um a um, sendo abordados por alguns staffs com água e toalhas. Procurei Yumi com os olhos, já que a organização da agenda de hoje se encontrava com ela, tentando me preparar antecipadamente para os próximos compromissos do dia. Porque sinto que já vivi 3 dias em poucas horas?
Me afasto do amontoado e me ocupo em organizar a grande bagunça dentro do espaço, separando as maquiagens utilizadas anteriormente dentro das bolsas e maletas. Um pouco alheia das conversas discutidas no cômodo, apenas consigo perceber um Jeongin se mexer incomodado no sofá enquanto mexe no colar branco com pequenas pedras brilhantes em seu contorno.
—Tem algo te incomodando, Innie? — Pergunto.
— Nonna, esse cordão aperta meu pescoço, posso não usar mais ele? — Jeongin confessa um pouco envergonhado.
— Por que não disse antes? Se um acessório ou roupa te incomoda, você precisa avisar imediatamente, ok? — Faço um gesto com a mão e ele se aproxima, retiro o cordão e percebo seu pescoço um pouco avermelhado — Meu Deus, olha como seu pescoço ficou. Vou avisar para os outros funcionários sobre isso.
— Desculpa, nonna. Achei que o incomodo fosse passar... — admite se curvando para frente.
— Nah, não precisa se desculpas não. Mas se precisar de qualquer coisa, precisa dizer para que eu possa te ajudar. — Faço algumas cócegas em sua bochecha e ele ri fofo.
— Sim, senhora! — Bate continência de brincadeira.
— Sou mais nova do que seu líder, me respeita, garoto. — Ponho as mãos na cintura e bato o pé.
— Às vezes, todo mundo esquecer que a Nari tem a nossa idade, praticamente — Jisung fala abrindo uma latinha de refrigerante.
— Se eu não soubesse a idade dela, acharia que era filha de um staff... nanica desse jeito — Hyunjin zomba gargalhando, mas para subitamente quando percebe meu olhar de raiva para si.
— Chega de falar de mim como se eu não estive aqui e se apressem, temos outro compromisso em 2 horas e vocês precisam se alimentar. — Os guio em direção a porta.
— E você? Não vai comer? — Encaro Chan que está extremamente concentrado em algo no celular. — Christopher? — Falo um pouco mais alto tentando chamar a sua atenção.
— Ahn, desculpa... estava com um fone no ouvido, acabei me distraindo ouvindo umas batidas que compus. Quer ouvir? — Me oferece o fone o outro fone.
— Isso é permitido? — Falo brincalhona.
— Você pensa demais nas consequências, deveria relaxar um pouco. — Por que eu sinto que isso teve um duplo sentido?
— Ok, senhor "não penso nas consequências"! O que tem pra me mostrar? — Falo colocando o fone no ouvido e me aproximando um pouco mais. Uma aproximação muito perigosa, por sinal.
— É só um esboço, nem sei se vou levar pra frente. — Ele dá play e uma batida animada se inicia no volume máximo. Uns minutos depois eu já estava balançando a cabeça seguindo o ritmo, talento aqui tem de sobra.
— Chan? Eu amei! Não desperdiça isso não. Soa como o 3RACHA, meu grupo tá vivíssimo. — Falo rindo e batendo palmas.
— Obrigado! — Ele fala e me encara por alguns segundos. — Já falei que seu sorriso é muito bonito?
— Já e para de brincar com isso. — Digo me levantando mas o sinto me segurar pela mão.
— Eu... — Ele é interrompido pela porta sendo aberta de maneira apressada.
— Nari, preciso de ajuda para carregar as roupas do Photoshoot. Er, eu tô atrapalhando alguma coisa? — Uma funcionária me encara com o cenho franzido alternando o olhar entre o Chan e eu.
— Não tá, ele tava só... eu tava... nós... — Gaguejo tentando encontrar uma explicação plausível para um idol estar segurando a mão de uma staff sozinhos em uma sala enquanto todos estão em horário de almoço.
— Era só uma expressão fofa, você sabe como nós amamos nossos staffs. — Chan fala bagunçando o cabelo da outra funcionária que o afasta sorrindo.
— Vai comer, garoto e para de gracinha! — Ralha e recolhe algumas roupas pelo camarim. — Vem Nari!
— Já tô indo. — Falo já juntando alguns cabides.
— Seu celular, Nari. — Chan fala colocando o aparelho no pequeno bolso da frente da minha mochila e saindo logo em seguida, sem dar tempo para uma resposta.
Mas meu celular estava bem na minha frente, por que ele precisou guardar? Coloquei os cabides em cima do pequeno sofá do canto e abri o mesmo bolso encontrando um post-it amarelo com um recado:
"Te espero no telhado do dormitório às 22h!"
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𝑬𝑭𝑭𝑶𝑹𝑻𝑳𝑬𝑺𝑺𝒀, 𝘣𝘢𝘯𝘨𝘤𝘩𝘢𝘯
Romance━━━ ❝Sentindo-me vivo. No dia em que as pétalas caírem, eu estarei esperando por você.❞ Atravessar o mundo em busca de um sonho não é fácil, ainda mais quando tudo é posto em prova por causa de um pequeno acidente: o amor. O que fazer quando se é um...