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Então peguei minha jaqueta jeans localizada em um cabide próximo à porta da sala de estar, a vesti e me retirei do local. Pude ouvir as palavras de minha avó enquanto saía.

- Ciao, Mila.

Saindo do quintal, me sentei no banco azul da minha bicicleta e tomei rumo ao hospital onde minha mãe estava internada, já haviam 2 anos que ela se encontrava neste estado, precisa de um transplante de pumão para sair do local, corria risco de vida diariamente, e eu detesto dizer isso, mas pelo o que parece, seu falecimento seria algo esperado pelos profissionais que rodeiam minha mãe naquele local e, até mesmo por minha família.

Desde de sua ida imediata ao hospital, eu e minha irmã mais nova Charlotte estamos vivendo na casa de minha avó materna, por favor, não esqueça do 'materna'. Não conheci o meu pai, mas não pois eu não obtive a vontade ou ele tenha falecido. Ele simplesmente não quis assumir a responsabilidade de ter uma filha com uma mulher latina, minha mãe é brasileira mas veio morar aqui em Veneza após receber uma oportunidade de emprego única.

Você deve estar se perguntando quem é o pai de minha irmã, eu te respondo. Após alguns anos tentando superar meu pai, Vanessa conheceu um tal dono de uma sorveteria ao norte do estado, o nome dele era Benício. Quando eles noivaram, eu ainda era uma criança então tudo que me recordo é dele me levando para tomar sorvete, era um cara legal, bom, pelo menos agradava a Camila de 6 anos de idade.

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No caminho, entrei numa praça, ela em questão era coberta por árvores e possuía um gramado baixo, visivelmente recém-cortado, o seu cheiro era maravilhoso. Havia parado lá pois avistei uma senhora de idade, parecia muito feliz, estava lendo um livro sobre amor-próprio, eu sabia disso pois havia ganhado um igual da minha tia no natal passado, o li como num piscar de olhos. 

No próprio local, havia uma floricultura, então me dirigi ao espaço sem demora. Eu estava triste e não sabia o que fazer para ficar feliz, eu tentava, todos os dias, dando flores para desconhecidos. Era isso que me fazia feliz... até retornar para casa e o sentimento retornar junto, eu sentia falta da minha mãe lá; este era o motivo para minha distribuição de flores, que estava prestes a pôr em prática.

Compro três rosas vermelhas, lindas e com um cheiro muito bom. A quantidade era pouca, porém o que a situação financeira me permitia, afinal, o hospital onde minha mãe fica era ridiculamente caro. 

- Com licença, senhora. - Me aproximo da mulher de cabelos curtos e brancos sentada em um banco de madeira ao lado esquerdo da floricultura que estava. - Achei a senhora linda e tão confiante. Por isso quero que fique com isto - Minha mão direita estendia uma das rosas em direção a senhora.

Confesso que eu não esperava por isso, mas aquela senhora começou a chorar após minhas palavras, ela aceita a rosa e me aluga naquela condição por, pelo menos uns 30 minutos, a mesma me conta sobre a morte de sua melhor amiga.

- Talve eu, na verdade, estivesse apaixonada por ela desde que tínhamos 18. - Ela fala em meio a soluços profundos e cheios de emoção.

Eu, como a pessoa sensível e tagarela que sou, fiz amizade com aquela senhora. Trocamos nossos números e dei rumo pensativa. Aquela mulher parecia muito comigo, mas talvez eu só estivesse emocionada por ter completado 18 anos há poucos meses atrás, a mesma idade que senhora Margareth havia citado.

Após, avisto uma garota que aparentava ter uns 20 anos sentada em um outro banco de madeira do mesmo parque. A morena parecia quieta, li um livro clássico de romance e só de avistá-la parece que consegui ler suas viagens malucas que o livro lido proporcionava. - Parece até a nonna. - Eu pensei, e então, surge um sorriso leve em meu rosto.

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⏰ Última atualização: Sep 11, 2021 ⏰

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