Almas. Vkookmin - Taekookmin

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— Não vai ficar ai com essa carinha, vai? – o ômega falou me despertando dos meus muitos pensamentos.

— Como ele está? – sabia que ele já havia acordado, o Guk não sairia do quarto se o Chim continuasse do mesmo jeito que entrou. Eu o conhecia bem, ele se preocupa tanto com o beta que me deixava com o coração aquecido, tínhamos feito uma boa escolha quando se trata do Jimin.

— Está mais calmo – respondeu devagar — Ele quer falar com você.

— Eu sou um idiota – praguejei puxando alguns dos meus fios de cabelos — Eu não deveria ter feito aquilo com ele.

— Ei – ele se aproximou tirando minhas mãos dos cabelos e beijando cada uma — Não fique aqui se culpando por isso, vai acabar ficando pior. Apenas vá até lá, vocês dois precisam conversar.

— Eu ouvi que estavam conversando quando saí do banho, ele disse o porquê de estar com tanta raiva? 

— Pensou que nós dois fôssemos abandoná-lo.

— O que? – mas… isso é loucura — Nós não faríamos isso, por que ele cogitou uma coisa dessa?

— Ele ouviu parte da nossa conversa, pensou que estávamos planejando deixá-lo e ficou nervoso. Ele acabou vomitando de novo e eu o ajudei no banho. Amor, converse com ele, vai ser melhor para os dois que esclareçam as coisas, eu sei que nós três temos uma ligação, mas de certa forma, o que vocês dois tem é algo diferente que ninguém entende, nem mesmo eu.

— Acho que nem eu entendo.

— No fundo você sabe do que se trata, só não pensou o bastante sobre – me puxou para levantar do sofá e deu um beijo suave nos meus lábios — Eu vou tomar um banho, tá bem?

— Ok.

Por mais que eu soubesse que seria apenas uma conversa, eu estava com medo. Sem contar na vergonha que era ficar cara a cara com ele tendo plena consciência do que eu fiz.

Eu tinha perdido o controle e usado a minha presença de alfa com ele, coisa que nunca havia acontecido e eu mesmo tinha prometido que nunca aconteceria. Além de descumprir minha promessa, eu agi como se ele fosse algum tipo de ameaça para o Guk, quando ele era a pessoa mais doce desse mundo. 

Desde o início eu prometi jamais fazer isso contra os dois, afinal, era uma completa idiotice mostrar alguma autoridade impondo medo em alguém. Eu fui um babaca hipócrita e, por isso, eu não tinha coragem de encará-lo. Mas eu tinha que fazer isso, precisava pedir desculpas pela merda gigantesca que eu tinha feito.

Quando entrei no quarto, encontrei ele sentado na cama passando o típico hidratante com cheiro de flores que ele amava, mas era estranho o quanto o cheiro estava me parecendo diferente, mas tão familiar. Ele não acreditava, mas eu podia sentir, mesmo que bem fraquinho o seu cheiro característico, chicletes, era uma delícia. Porém, ultimamente venho notando isso, esse tipo de fragrância diferente vindo dele, como se fosse uma grande mistura de cheiros, mas por ser algo tão pequeno acabo deixando esse detalhe de lado. Enquanto eu me aproximava da nossa cama, onde ele estava, no mesmo instante os seus olhos pousaram em mim, como se buscassem algo. Talvez a raiva que anteriormente eu havia liberado, mesmo que sem querer. Notei que um leve brilho dourado brilhava lá no fundo, era o seu lobo. Estava tentando protegê-lo de mim, mesmo que sutilmente.

Eu não sabia bem o que deveria fazer ou dizer, desculpas seriam o mínimo, meu lobo estava inquieto dentro de mim, como se quisesse se revelar e pedir perdão ao beta. Mas eu não permitiria, ele merecia continuar com toda essa agonia.

— Pare de ficar me olhando desse jeito – ouvi sua voz sussurrar — Apenas se sente.

— Você também está me olhando.