Diário sobre a sua ausência

ato I

Acho que me perdi quando perdi você. Não tenho mais escrito sobre a minha pele. Invento um mundo onde você exista de alguma forma já que deixou de me visitar. Te vi por 30 segundos há quatro meses. Muito menos do que eu gostaria.

Eu queria uma vida.
Com você.

Queria saber se parou de beber. Se o borderline te deu paz. Se está estudando. Se está feliz. Se sente saudades.

... Se pensa em mim.

Minha vida vai bem na medida do possível. Só a saudade de você que não some. Não fumo mais aquele cigarro eletrônico com sabor de uva e nem bebo mais tanto vinho assim. Não tenho mais ouvido liniker, nem janta, nem nada que não te traga pra perto de mim.

Não ter você dói.

E dói ainda mais não poder ter dito olhando nos seus olhos o quanto eu te amo. Hoje eu acho que não tem mais problema você saber, mesmo eu sabendo que pode não ser recíproco. Não importa. Eu te amo e ponto.

Eu quero ter você novamente.

Nem que pra isso eu precise te roubar e te trazer comigo pra minha nova morada onde só existirá você, eu e as memórias que vamos criar. Nem que seja por uma ou duas horas. Eu preciso de você.

Inteira.

Preciso te sentir, te beijar, te amar com ardor sem medo de ser descoberto. Quero me entregar. Quero ser seu e que seja minha. A qualquer custo. Pago qualquer preço.

É um pedido justo. Não?

Quero também que me ame. Quero que se sinta amada.

Matei em mim aquela parte que escrevia sobre você quando percebi que você fugiu de nós. Hoje estou aqui de volta contrariando tudo e todos. Quero que saiba que eu não imagino mais minha vida sem você.

E não é de hoje.

Te espero na padaria pra te fazer uma pergunta:

Você acredita em ressurreição?