aeroporto

Único.

Sabe aquela adrenalina correndo no peito pela ansiedade de algo que está prestes a acontecer, e que você esperou durante um bom tempo? Jimin amava essa sensação, o formigamento que sentia no seu colo enquanto seus pés pequenos envoltos pelo tênis rosa e branco balançavam incessantemente sem conseguir encostar no chão.

Estavam sentados no hall, aguardando a chegada do jatinho de seu marido, Kim Namjoon. O mais novo estava animado para acompanhar o amado em mais uma de suas vitórias conquistas como um grande empresário da Coreia, e a mais recente era o jatinho particular importado dos Estados Unidos, com tudo o que precisavam para uma viagem tranquila e segura para o Japão.

Namjoon era completamente apaixonado no ruivinho de cabelos ondulados e de sardinhas bem transparentes, mas tão perceptíveis quando seus rostos estavam próximos um do outro. Jimin era tão baixinho em comparação aos outros rapazes de vinte e cinco anos, e Namjoon era musculoso e alto, tão alto que a maior parte de suas fotos com Jimin mostrava com clareza a absurda diferença de altura entre os dois, o que era algo fofo e ambos gostavam deste detalhe.

E nada mais animador que mostrar ao seu pequeno boneco como era viver uma vida de rico. Jimin e Namjoon sempre foram muito próximos, desde crianças sentiam uma atração diferente e foi difícil aceitar que aquilo era além do que imaginavam. Passada a época de negação, Namjoon correu tanto atrás do Park que o deixou assustado, se sentindo inseguro de causar problemas no início da vida luxuosa de Namjoon. E por conta disso, rejeitava todos os presentes caros e se fazia de bobinho quando Namjoon flertava consigo.

Mas depois de longas conversas, eles finalmente estavam juntos e muito felizes. Jimin ia se acostumando aos poucos com aquela coisa de muito luxo e muito dinheiro, apesar de ser bastante independente, ele convivia com o marido na sua casa enorme e bem decorada. E o que deixava Namjoon cada vez mais apaixonado, é que Jimin continuava sendo o mesmo todos os dias, da melhor forma.

Ele olhava para os corredores do hall, ora olhava para a enorme janela, depois cutucava o braço de Namjoon com seus dedinhos gordinhos para aliviar a adrenalina, e Namjoon achava uma fofura, sempre achou uma fofura.

— Ainda está nervoso, boneco? — a voz de Namjoon era baixinha, mas chamou a atenção de Jimin.

— Nammie... — choramingou, franzindo o cenho. — Quando o jatinho irá chegar?

— Faltam apenas quinze minutos. — disse encarando o relógio e Jimin bufou, se levantando com o corpo caído e sentou-se no colo do Kim, tirando uma risada do mesmo.

— Esta ansiedade está me matando. — respondeu o Park contra o blazer azul de Namjoon, recebendo um gostoso carinho nos cabelos.

— Eu prometo que assim que chegarmos, poderemos passear pelas ruas de Tokyo. — respondeu contra o ouvido de Jimin, que sorriu bobo e se encolheu pelo arrepio que seu corpo causou.

— Tudo bem. — respondeu, deixando um selinho nos lábios de Namjoon.

Voltou a apoiar o rosto ao lado do pescoço de Namjoon e começou a imaginar os planos da viagem. Iriam para vários restaurantes, karaokês, shoppings, lojinhas, centros culturais, museus... Havia tanta programação, e ele queria passar todos os pequenos segundos ao lado do seu amado e nada mais que aquilo.

Imaginando tanto, acabou que os quinze minutos se passaram rápido e o sinal do vôo do Kim estava pronto. Ele receberia as instruções para finalmente poderem entrar. Jimin sorriu gigante, pegando a sua mochila do banco e entrelaçando o seu braço ao braço de Namjoon e juntos foram até o portão de embarque.

(...)

Era muito intenso admirar toda a cidade de cima, estava maravilhado como tudo parecia tão pequeno enquanto sobrevoavam o local. Jimin sorria feliz, admirando pela janela tudo o que suas orbes podiam atingir. Namjoon sabia que ele ficaria animado em ir na janela, então não se preocupou com aquilo e apenas queria ver seu menininho feliz.

— Nam, é alto. — Jimin vibrou, olhando para Namjoon e voltando a olhar para a janela. — Eu vejo as nuvens.

— Você gostou, boneco? — perguntou Namjoon, e pela última vez, Jimin se vira para o mesmo e sorri, lentamente se aproximando de seu rosto e colando os lábios.

E como Namjoon amava aqueles lábios de pêssego, cheinhos e fofinhos, tão gostosos e apetitosos de beijar.

Clicando no botão vermelho de sua cadeira, Namjoon ativou a cama das cadeiras, que foram subindo aos poucos fazendo Jimin se assustar e segurar-se no corpo de Namjoon enquanto se deitavam lentamente. O Kim sorriu com a reação surpresa do mais novo e deixou um beijo em seus cabelos.

— Isso é demais! É tão fascinante que eu nem sei o que falar. — Jimin sorriu enquanto observava em volta da – agora cama.

— Que bom que gostou, poderemos vir aqui várias vezes até você se acostumar. — respondeu Namjoon, trazendo a cintura de Jimin para cima de seu corpo.

Jimin apoiou o rosto sobre o peitoral de Namjoon, virado para o lado esquerdo, onde estava a janela. O som do avião em decolagem era calmo e confortante, tinha as mãos envolvendo o corpo de Namjoon enquanto podia e seu amado fazendo-lhe um carinho gostoso nos cabelos. Ele poderia receber coisa melhor que tudo aquilo?

Ele amava aquela nova experiência, nada que já havia experimentado na vida chegava perto de sobrevoar o mundo. Ele estava animado com tudo aquilo, mas sabia que aquilo apenas valia a pena porque Namjoon estava ali consigo, como sempre foi e como sempre fez questão de ser.

Levantou o rosto minimamente e encarou os olhos pesados de Namjoon, quase adormecendo ali. Jimin fechou a janela e clicou no único botão que havia aprendido, que era o de desligar a luz. Namjoon percebera o escuro repentino e logo em seguida um narizinho quente entrou em contato com o seu pescoço, friccionando contra a pele sensível.

— Eu te amo, meu Nammie. — Jimin sussurrou baixinho, para que apenas os ouvidos de Namjoon captassem.

— Eu te amo mais, boneco. — respondeu, se conformando que nada nem ninguém iria ser tão rico quanto ele, afinal, nem mesmo todo o seu dinheiro tinha o mesmo valor que o Park tinha.