What if...

Finally met you

Não lembrava como era cansativo ter um bebê recém-nascido. Não tinha nem dois dias que Rory havia nascido e eu estava completamente um caco! Trixie me ajudava no que podia, tomava conta da irmã quando eu precisava tomar banho ou resolver alguma coisa da delegacia e já tive muita ajuda de Maze e Eve, apesar de que Maze só queria ensinar Rory a pegar na faca que elas lhe deram de presente. Pelo amor de Deus, a criança só sabe comer e chorar e fazer cocô, como iria segurar uma faca? Era muito bom ter a ajuda de todos, Linda aparece hoje de manhã me trazendo um café para que eu não me preocupasse em sair para comprar alguma coisa. Eu nunca, nunca estava sozinha, sempre tinha algum deles me fazendo companhia em qualquer hora do dia. Mas hoje em particular, precisei ficar sozinha com a Rory, precisei ficar um tempo sozinha com a minha menina, essa menina que era a cara do pai e isso se notava de longe.

– Mãe, tem certeza que vai ficar bem sozinha? Rory acabou de nascer, não quero te deixar só com ela. E se você precisar de ajuda? – Trixie falava enquanto era empurrada por mim para fora de casa. Ela iria dormir na casa de uma amiga da escola hoje.

– Eu tenho certeza, macaquinha. Pode ir, nós ficaremos bem! – abri um sorriso para demonstrar confiança para ela mas ela não pareceu acreditar muito. – Se eu precisar de qualquer coisa eu chamo o Amenadiel ou a Maze. Vá se divertir!

Dei um beijo no topo de sua cabeça e então nos despedimos.

"Um pouco de paz, nem acredito." Pensei comigo mesma. Rory poderia me deixar cansada mas não tanto como ter atenção de todos ao mesmo tempo, se preocupando comigo como se eu fosse desmoronar a qualquer momento.

Eu havia acabado de dar de mamar para Rory e enquanto ela dormia, fui tomar um banho rápido. Enquanto tomava banho, me veio à cabeça em como seria se Lucifer nunca tivesse ido embora. Desde que ele foi embora, há um pouco mais de nove meses atrás, ele me visitou pelo menos umas cinco vezes e todas foram de madrugada, enquanto eu estava em meu quarto. Não queria ser pego pela Trixie, que até hoje estava super magoada com ele e com razão. Eu ainda não tive coragem de contar sobre ele e sobre sua irmã ser um ser metade humana, metade anjo, mas eu teria que contar logo pois logo mais Rory cresceria e suas asas também.

Última vez que ele veio foi há três semanas atrás, eu estava com a barriga enorme e com dores nos pés. Lucifer nesse dia me mimou bastante, fez massagem nos meus pés, conversou com a minha barriga e sentia Rory chutar, ria toda vez que ela chutava quando ouvia sua voz. Me deu banho, esfregou minhas costas... como estava com saudades desse carinho e desse cuidado dele comigo. Depois do longo banho, fizemos amor bem devagar por causa da barriga. Ele foi calmo, cuidadoso, toda hora falava que me amava e que sentia minha falta todos os dias. A gente não deveria conviver com essa dor, mas a cada dia que passava, ela ficava bem menor. Rory era a cara do pai, os cabelinhos pretos, a pele clara e os olhos mais castanhos que eu já vi na vida. Achei estranho ele não aparecer ainda para vê-la, ele estava tão empolgado...

Meus pensamentos foram interrompidos ao ouvir um choro vindo pela babá eletrônica. Ela acabou de tomar leite, como é que já estava com fome?

– Já estou indo, meu amor. – gritei, como se ela fosse capaz de entender. Desliguei o chuveiro e peguei minha toalha, me secando rápido e me enrolando na mesma para sair do box. – Já to indo, já to indo. – e ela continuava a chorar.

Abri a porta do banheiro e ao entrar no meu quarto dou de cara com um homem alto de terno e calça preta e está de costas para mim, de frente para o berço de Rory. Nesse momento meu coração disparou. Ao se virar, Lucifer estava com Rory no colo, acalentando-a para que parasse de chorar. Balançava o pequeno pacotinho em seus braços e cantava alguma musiquinha baixa, eu não conseguia identificar qual era pois meus olhos estava vidrados na cena. Em toda minha gestação eu fiquei imaginando como que seria vê-lo segurar nossa filha e agora estou vendo tudo isso, meu coração não poderia estar mais feliz.