Introdução (0.3)

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Sentou-se a grande cama branca, se perguntando porquê ainda estava acordado àquele horário.

Os cabelos bagunçados e o suor na testa deixavam claro que a noite havia sido um inferno, para variar.

Respirava baixo e pesado, sem se importar com o barulho irritante que ressoava pelo quarto.

Triste.
O vazio e silêncio perturbadores eram tristes para si e aquilo era inegável. Mas, o que poderia fazer? Tudo naquele local estava, no mínimo, caótico. Inclusive si.

Reclamaria a si mesmo a sujeira, mas já não se importava com isso.
Reclamaria do mal cheiro, da poeira e do quão escuro aquele ambiente era.

Mas, não importava mais.
Fazia alguns anos que tudo deixou de importar.

A vida se arrastava para Nagato. Seu trabalho era apenas aquilo, necessário e tedioso. Seu animalzinho parecia gostar mais de Konan que de si, passando metade do tempo na casa da azulada.

E não tinha amigos.

Sua vida era monótona e arrastada, e aquilo era confortável, embora estranho em alguns momentos.

Não tinha namorados e nem queria ter.
Talvez, fosse a idade batendo a sua porta. Mas, mesmo com trinta anos... Era normal se sentir daquela forma?
Ou, querer tanto estar sozinho, e talvez, a beira da morte.

Era uma necessidade agressiva e perturbante que rondava sua mente. As coisas eram ruins, e tudo parecia perfeitamente normal para todos, menos para si.

Sair era ruim. O sol era ruim, embora a lua também não fosse seu maior conforto. O frio era ruim, mas o calor também.

Tudo era torturante para si. E aquilo bastava para achar que realmente poderia morrer.

Mas, suicídio não era uma ideia convidativa. Era sem graça e idiota, o bizarro era que a ideia de permanecer vivo também não era boa.

Até mesmo a ideia de ficar rico não lhe causava mais nada. Não conseguia ver como dinheiro taparia aquele sentimento horrível que lhe consumia diariamente, o obrigando a começar com aquela palhaçada de satisfação e divertimento exagerado.

Nagato não era o mais interativo no trabalho, havendo dias que nem ao menos se ouvia sua voz. Mas, não transparecia o inferno constante e massante que vivia. A dúvida e e perturbação não se revelavam em sua fala e expressão, era apenas um homem normal seguindo seu dia.

Mas, naquele dia as coisas mudaram.

Ainda sentado, balançou a cabeça ao sentir aquela sensação, agora frequente, de estar sendo vigiado.

Desde que parou de tomar os remédios para insônia aquele terror começou. Não se sentia mas sozinho em sua própria casa, coisa que só piorava com os barulhos perturbadores que ouvia durante todo o tempo.

Não era uma sensação de toda ruim, mas também não era lá reconfortante.
Se sentir inseguro e desconfortável não era legal, mas já estaga acostumado com sentimentos ruins. Não importava mais.

Então, agora, à beira de sua cama e sentindo o mesmo ar pesado pairando aquele local. Evitando olhar para o lugar sombreado, por saber que havia algo ali. Sempre esteve ali, e ele nem mesmo sabia quando havia deixado aquilo entrar.

Resolveu ignorar, eram só coisas de sua cabeça ferrada. Estava sozinho, estava tudo bem.

Mas, Não.

Não estava sozinho.
Não estava tudo bem.

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⏰ Última atualização: Sep 17, 2021 ⏰

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𝕃𝕦𝕒 𝕕𝕒 𝕞𝕒𝕕𝕣𝕦𝕘𝕒 ~🅽🅰🅶🅰🅷🅸🅺🅾Onde histórias criam vida. Descubra agora