Beco sem saída

12 4 0
                                    

Acordei ja era noite, pude ouvir a voz alta do meu pai brigando com minha mãe, de novo, pra variar! Levantei tomei banho, vesti qualquer coisa, a minha vida tinha voltado a ser aquela merda de novo, quando é que isso vai acabar? Logo, ouvi três batidas na porta, e a voz da minha mãe em seguida

- Gus, sou eu pode abri?

Eu abri sem pensar duas vezes, minha mãe pode ser controladora, e tudo mais, mas não vou dar as costas pra ela principalmente quando meu pai é o vilão da história, eu a abracei ela retribuiu

- Cheguei mais cedo hoje, vi que você ja estava aqui em casa bati na porta mas você nem deu ideia, tava dormindo ou o que? - ela perguntou se afastando

- Eu acho que tava dormindo, a escola teve uma aula a menos então resolvi vim embora.

- Sei - ela me encarou desconfiada -, vê se não falta amanha, não quero que voce reprove, você tem um futuro todo pela frente.

- Ja entendi mãe - respondi cabisbaixo, vi ela sair e corri para fechar a porta, sentei em uma cadeira e peguei um papel, Andy disse que escrever pode fazer bem quando estamos de saco cheio da vida. " Eu entendi, entendi que não posso ter o que eu quero, ter a vida que eu quero, tenho pais que se dizem muito preocupados, mas com quem eles realmente se preocupam, comigo ou com o meu futuro? Sinceramente, eu não ligo pro meu futuro, eu quero viver o agora, quero fazer algo que gosto, quero estar com as pessoas que gosto, não pretendo estar aqui no próximo ano. Eu entendi que não posso te ter, você é boa de mais pra mim? Eu sou ruim demais pra você? Nos não fazemos o melhor casal do mundo? Ou você só não quer estar comigo tanto assim? Somos amigos desde quando éramos pequenos e você sempre esteve aqui, acho que me iludi assim bem fácil, mas o que eu faço pra te esquecer? Pra esquecer esse sentimento idiota? Eu não quero ser fraco e sentir isso, sei que não é e nunca sera recíproco nada é recíproco, eu me odeio por te amar, e me odeio por odiar te amar!". Odeio fazer isso, amasso e jogo o papel em uma pequena pilha perto da lixeira. Peguei os fones e o celular e resolvi dar uma volta.

Quando Life is Beautiful chegava ao fim, peguei o celular para trocar a música e pude ouvir um barulho, havia, muitas risadas e gritos, e um barulho estridente de música ao fundo, apenas por curiosidade resolvi dar uma passada para ver de onde vinha. Após andar por alguns metros, cheguei a uma casa bem grande, alguém que mora ali deve ter uma grana alta, e logo a frente avistei o único jogador de lacrosse rico da nossa escola, Tucker, Will Tucker. É também o jogador mais idiota de toda a Long Beach School, adora fazer bullying com os novatos e pega no meu pé ate hoje.

- É melhor da o fora daqui antes que alguém me veja e me jogue na piscina de "brincadeira"! - disse quase num sussuro

- Ta fugindo? - alguém perguntou, era uma voz diferente

- Não to fugindo só, não to a fim de briga hoje! - respondi me virando para ver quem estava ali, não imaginava que o garoto novo fosse falar comigo tão cedo ainda mais por eu ser quem sou

- Sou o Jahsen! - ele disse serio

- Gustav - respondo confuso

- Entao, Gustav, achei que fosse entra para essa... Isso que chama de festa! - ele disse, mas parecia estar desconfiado, eu não imaginava o porque

- Eu não, odeio esse tipo de festa, ainda mais - eu olhei de volta para a casa e vi o Tucker se agarrando com uma garota na piscina, ela parecia estar incomodada mas não se afastou, todos estavam felizes e contente, alguns por ter bebido algo e outros por estar bem chapados, por apenas alguns segundos senti uma pontada de inveja, eu queria estar bem chapado agora, queria estar feliz dentro daquela piscina sem me importar com nada nem ninguém, então de novo olhei para o Tucker e vi o quanto ele estava feliz com tudo aquilo e o quanto tudo isso era idiota, cai na real - , eu só não quero estar com um bando de merdinhas num lugar totalmente fodido.

- Eles são uns merdinhas mesmo, no primeiro dia, me prenderam no banheiro, quase peguei detenção por ter perdido uma aula - Jahsen sorriu contrangido

Ao ver o quanto ele ficou abalado pelo que aconteceu, tentei dizer algo legal.

- Eu te entendo, no meu primeiro dia no ensino médio, tive todos os meus cadernos rasgados e jogados na privada, e no intervalo esbarram em mim ate que toda a comida caiu no chão pra piorar escorreguei e cai em cima do macarrão espalhado, daquele dia em diante passei a não fazer nenhuma refeição na escola, mas tenho sorte de ter a Andy.

Ele parece ter ficado contente por não ter passado por tudo sozinho.

- Por que o Tucker pegar tanto no seu pé? Ou no pé dos novatos? - ele perguntou

- Ele é um tremendo babaca, covarde... No primeiro dia eu contei tudo o que aconteceu para a diretoria, chamaram ele pra conversa e ele claro, mentiu, e depois me ameaçou dizendo que se eu falasse não ia me deixar em paz, o time de lacrosse inteiro me perseguiu durante uma semana ate minha casa e depois Tucker nunca mais me deixou em paz, sempre que ele me vê ele apronta alguma - abaixei a cabeça

- Na minha antiga escola isso seria resolvido com um grupo de caras revoltados, algumas mochilas carregadas de armas, e varias pessoas pagando pelo que fizeram! - Jahsen afirmou com a voz bem firme, quase parecia estar falando sério eu o encarei amedrontado, o mesmo me olhou e depois caiu na risada - relaxa, isso não vai acontecer aqui, é tipo, impossível acontecer nessa merda.

Levei um susto quando ele disse aquilo, é errado eu querer que o Tucker pague pelo que fizeram? Eu não quero que ele morra, só quero que ele nunca mais faça bullying comigo, nem com ninguém. Voltamos a andar.

- Você mora aqui por perto? - tentei puxar assunto, não sou bom com isso

- É, infelizmente moro - ele olhou em volta ate que parou olhando pra uma puta casa, maior que a minha, o cara era fodido de rico - Aquele é a casa! - ele fez um gesto com a cabeça apontando pra casa

- Caramba, sua casa é foda - respondi - seus pais estão aí?

- A mãe trabalha num escritório ou qualquer merda ai, ja meu pai - ele permaneceu quieto sem tirar os olhos da casa - não sei o que aconteceu com ele, é só eu e minha mãe!

- Lamento - disse finalmente, ele me encarou e sorriu confiante

- Se liga mano, eu não ligo... Só me importa que a mãe esteja bem. - depois de dizer isso voltamos a andar ...

Eu vejo a lua e viajo para longe Onde histórias criam vida. Descubra agora