Beijos de Sangue - One Shot Drarry

Capítulo Único

⚠️ Gatilhos:

- Sangue
- Tiros
- Ataque de ansiedade

Boa leitura!

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O som da festa foi deixado para trás, junto com a paz que ainda restava em seus corações. As bebidas e copos de plástico derramados no carpete cinza refletiam as lágrimas de desespero, escorridas na face de cada um daquele grupo em específico.

Para muitos naquela boate, nada de errado estava acontecendo, mas para Hermione, Harry, Gina, Ron, Neville e Luna, o caos embaralhava seus pensamentos e nublava seus sentidos racionais.

Eles eram um alvo.

Um alvo!

Porra, quem diabos os odiava tanto para serem feitos de vítimas? - Gina pensava, porém a resposta veio como um tapa na cara.

Qualquer um.

Qualquer um poderia odiá-los, se não por inveja, por ciúmes.

Harry era capitão do time de futebol e cortava para os dois lados, ou seja, pegava quem quisesse, afinal ninguém seria louco o suficiente para negar algo á Harry Potter.

Hermione era a queridinha dos professores, a representante de sala, a aluna nota 10, e esses postos seriam sempre seus, sem discussão.

Gina era capitã do time feminino de futebol e sempre tinha um peguete novo a cada semana, ou dia. Já tiveram até rolos com pessoas comprometidas.

Neville e Luna eram o casal perfeito (aparentemente), felizes, fofos e hiper românticos, o sonho de qualquer fã de romance.

E Ron... a pessoa que pagou o assassino de aluguel. Os motivos? Os que citei aí em cima.

- Harry... - Ginny sussurrou no ouvido do mais alto, a voz rouca tentando disfarçar seu nervosismo. O rabo de cavalo alto que estava em perfeito estado mais cedo, agora possuía um grande número de frizz, fora a maquiagem borrada e escorrida.

Suspirando, tentando não fazê-lo de modo alto, o Potter se virou, encarando a Weasley com seus olhos verdes penetrantes. Ginny engoliu em seco, incapaz de encarar Harry sabendo o que estava prestes a fazer. - Me desculpe

A porta em que os seis estavam apoiados foi aberta por Neville, que enviou um pedido rápido de desculpas pelo olhar, esse que Harry não captou, porque no segundo seguinte foi empurrado por Luna, para fora do esconderijo, caindo aos pés de uma pessoa mascarada.

O moreno apoiou as duas mãos no chão, movendo seu corpo para trás com rapidez, sentindo a porta de metal gelada bater contra as suas costas.

As lágrimas já secas foram repostas por novas e a vida de Harry foi passando em sua frente, como um filme, um filme muito fofo, até aquele momento, onde tudo estava dando errado.

Onde seus amigos mais fiéis, o traíram.

Onde seria assassinado a mando de alguém que ele "nem conhecia".

Onde ele finalmente encontraria seu pai, que morreu de câncer há 2 anos.

- Você é horrível em escolher amizades - a voz rouca e grossa preencheu os ouvidos de Harry, substituindo o zumbido incômodo. Um rapaz, era um homem.

O Potter se assustou ao ver um machado ser apoiado com força no chão de concreto, vendo o assassino se apoiar sobre ele tranquilamente, como se estivesse apoiando em uma bengala.

- Levante daí

Estava na hora - Harry pensou - Irei morrer.

Ele não hesitou, se levantando no mesmo instante.

Estou indo, papai

Ele viu uma sombra de sorriso por baixo do capuz preto, e estranhou a demora. Ele estava pronto! Que caralhos estava demorando tanto?!

- Vem, vou te ajudar a sair daqui

O encapuzado se aproximou cautelosamente, parecia temer que Harry entrasse em pânico, e apoiou uma mão enluvada na cintura do Potter, este que se arrepiou e nem entendeu o porque.

Juntos e com o braço ainda percorrendo sua cintura, Harry e o assassino caminharam em direção a saída dos fundos. A música ainda rolava solta lá na boate.

Se soltando Harry deu alguns passos, apenas para que fosse puxado pelo braço, o que gerou um desequilíbrio que o fez trombar com o peito forte do mais alto.

- Foi ótimo te conhecer anjo... - o encapuzado se aproximou, e abaixou o capuz, revelando os cabelos loiros platinados, a pele branca e leitosa, os olhos azuis mar e a boca, que foi para onde os olhos de Harry desceram, devido a proximidade.

Em um pedido mudo o loiro encostou os lábios, ainda com os olhos fixos um no outro, e apenas com um acenar, mergulhou na macia boca de Potter, apertando com força a cintura do moreno, que agarrou seus braços com força, gemendo em meio ao ósculo.

No dia seguinte, Potter imaginou que tudo aquilo havia sido um sonho, e seus amigos, com medo de não conseguirem o perdão do mesmo, entraram na onda da mentira.

De longe, o assassino ainda o observava, incapaz de esquece-lo.