Punição indireta

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Na verdade a palavra marrom é um aportuguesamento do francês marron que significa "castanha", ou "castanho". Dessa forma, quando as pessoas diferenciam a cor marrom da cor castanha, estão geralmente equivocadas. Marron vem de um radical pré-romano marr-, que se referia a "pedra, rocha", certamente devido ao aspecto duro da casca da castanha.

O marrom traz esse naturalmente como uma referência precisa à cor da casca da castanha. Sua tonalidade é uma mistura de cor de terra e cor de madeira. O marrom é a cor da terra por excelência. Significa maturidade, consciência e responsabilidade. Está ainda associada ao conforto (o bege pode ser considerado como um castanho claro), à estabilidade, à resistência e simplicidade.

O marrom representa a constância, a disciplina, a uniformidade e a observação das regras. Conecta a pessoa à natureza e à terra. Usado em excesso traz autocrítica exagerada, dependência afetiva e isolamento.

Marrom emana a impressão de algo maciço, denso, compacto. Sugere segurança e solidez. É a cor do outono, do recolhimento, e portanto estamos acostumados a associá-lo conforto que buscamos frete ao frio.

Quando Hope tinha 8 anos, sua família decidiu que iriam fazer uma viagem para acampar perto da casa de lago da família. A ideia, a princípio, era interessante para a mais nova, pois amava a natureza e sempre fora uma criança muito curiosa. Porém o final de semana acabou se tornando um dos piores dias da sua vida.

— Lizzie, eu não quero ir nessa viagem. — Hope diz para a loira que estava deitada em sua cama. — Não tenho um passado muito legal com florestas e acampamentos.

— Você não quer ir na viagem porque tem um passado ruim com florestas e acampamentos ou porque vai ter que dividir a cabana com a minha irmã? — Elizabeth pergunta com um sorriso pequeno.

— Os dois, Lizzie, os dois! — a ruiva diz se jogando na cama. — Ugh!

— Não adianta reclamar, foi você que decidiu dar uma de louca e ir para a detenção.

— Não precisa esfregar na minha cara, ok? — Hope diz revirando os olhos. — Olha, dividir a cabana com a sua irmã nem vai ser tão ruim assim, Liz, o problema é a floresta.

— O que você tem contra florestas?

— Há muito tempo atrás, quando meus pais ainda eram vivos, minha família decidiu que todo ano nós iríamos para nossa casa do lago acampar.

— Você tem uma casa do lago?! — a loira pergunta arregalando os olhos.

— Tenho, Liz, mas isso não vem ao caso agora.

— E você nunca pensou em me contar ou me levar lá?

— Não achei que era necessário. — Hope fala fazendo uma careta. — Enfim, quando chegamos lá na casa de lago estava tudo perfeito, até que meus pais tiveram uma grande briga e o final de semana foi arruinado. Eu acabei fugindo da casa porque não gostava de ver meus pais discutindo. Andei por alguns segundos que acabaram sendo duas horas e não encontrei o caminho de volta para a casa. Então eu pensei que se eu ficasse parada, sentada esperando minha família me achar tudo ia dar certo, porém acabou que fiquei quase quatros dias desaparecida. Minha família contatou a guarda florestal quando perceberam que eu havia sumido e eles ficaram desesperados tentando me encontrar. Quando eu fui encontrada estava cheia de arranhões e mal falava. Foi muito traumático, na época tive que fazer psicóloga por alguns meses para me recuperar cem por cento.

— Nossa, não fazia ideia. — Elizabeth diz abraçando a amiga. — Eu sinto muito.

— Aconteceu há muito tempo, já superei, porém o mais aterrorizante não foi ficar perdida na floresta, não foi passar por uma situação exaustiva, foi ver meus pais brigando pela primeira vez na minha frente e o mais assustador foi achar que eles iriam se separar e eu ficaria sozinha. No final eles não se separaram, mas eu fiquei sozinha mesmo assim.

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