O que pertence ao mar sempre volta pra ele

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Eu não sei o que eu escrevi, só estava ouvindo uma música e então isso surgiu na minha mente e aqui estamos nós. 

(Se tiver alguém lendo isso) Aviso de gatilho para quem tem talassofobia. O mar e momentos dentro dele são mencionados na maior parte da história.  

Perdoem qualquer - muito provável de ter - erro. 





                                                                                                ⚓




O mar estava surpreendentemente calmo. As águas agitadas e a extensão do infinito há tempos já tinham deixado de fazer parte do cenário, ao que o barco quase vazio - se não fosse por um tripulante - avançava, rochas e mais rochas apareciam nos dois lados de sua visão periférica. O céu acinzentado e a neblina densa engoliram os últimos raios de sol existentes.

Silencioso. A falta de som no ambiente era gritante, tentadora, um sinal pulsante de perigo para aqueles os quais a curiosidade era corrosiva.

Foi quando ele começou a perceber sutis movimentações nas águas que soube que agora não tinha mais como voltar atrás. A agitação ao redor do barco estava crescendo cada vez mais. Silêncio.

Até que então parou, o mar voltou a ficar calmo.

Os olhos castanhos se semicerraram para um ponto um pouco a frente do barco. Tão discretamente que não daria perceber se não estivesse totalmente atento, uma grande barbatana apareceu na superfície, mergulhando de volta em segundos.

'' Se era possível ouvir apenas os movimentos suaves de seus braços na água, a única coisa impedindo que afundasse. A sua frente, a dois metros de distância, um rosto estava voltado para si. Fios extremamente escuros flutuavam ao redor da pessoa, duas orbes água-marinha olhavam em sua direção, brilhantes como as pedras. Embora não conseguisse ouvir nenhum som, sabia que a pessoa estava falando, pois seus lábios cheinhos estavam se movendo.


- Hoseok? Hoseok! Preste atenção - mãos fantasmas foram estendidas em sua direção. - Olhe pra mim. - mesmo parecendo impossível, o azul das orbes do menor brilharam ainda mais.


- Vamos lá, não seja timido... -  pequenos polegares acariciam sua pele.- Você não gostaria de ver? Não gostaria de saber como é o lado divertido?


Olhos vidrados não saiam dos lábios do menor, cada sentença se alojando em sua mente.- Não gostaria de conhecer o eclipse deste mundo, o esconderijo dos seres lunares?

Ele não sabia por quanto tempo estava ali, flutuando, respirando, ao que afundava cada vez mais na escuridão. Mãos em seu rosto, uma sensação de algo se enroscando em suas pernas mas eles estava muito confuso, muito hipnotizado para conseguir verificar o que era. Sua mente dividida entre observar a boca se movendo e questionar como ainda não havia se afogado, como seus pulmões ainda estavam vazios. Ele estava em estado de estupor.

Como se estivessem ligados com cola, seus lábios não conseguiam se abrir. Nenhuma palavra saia de sua boca.


- Eu sou um sonho Hoseok-ah. - um pequeno sorriso malicioso surgiu - Um sonho constante que você vem tendo, você não me achou. Ainda. Mas não se preocupe Jung, eu vou estar lá quando a realidade te inundar - Braços agora estavam em volta de si, os lábios antes alvo de sua visão pousaram suavemente sob sua bochecha e, subitamente, a sensação de todo o ar sumindo de seu corpo o abateu. ''

Frequência do Oceano I JihopeWhere stories live. Discover now