I

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A raiva fluía pelas minhas veias como lava, e o fogo dançava em minhas mãos, esperando o momento que em um piscar de olhos eu iria apagar aquele sorriso mesquinho dos lábios sedosos da humana.

Eu encarei a Luz e por um segundo eu pisquei, o que foi suficiente para que a atitude dela fosse de sorridente assustada para uma surpreendente calma e carisma, e com essa atitude ela se aproximou. Eu fiquei paralizada pela mudança e ela se aproximou mais e mais.

Ela chegou muito perto, colocou as mãos na minha cintura, chegando tão perto que facilmente poderia me beijar, ela me olhou nos olhos e disse roçando os lábios nos meus.

-Vamos, Amity. Nós sabemos que você não quer mesmo me machucar.

Um frio percorreu a minha espinha apagando o fogo em minhas mãos, soltei um suspiro entre abrindo meus lábios, o que alguma razão ela tomou como um sinal.

E me beijou. Me trazendo ainda mais pra perto, me beijando avidamente, quase selvagemente.

Quase que por instinto minha mão foi parar no cabelo dela arrancando a touca e passando os dedos por entre os fios. Ela foi cuidadosamente me empurrando até que eu encostasse em uma arvore, e começou a esmagar e massagear a minha cintura com movimentos firmes e ritimados me fazendo arfar constantemente.

Ela largou meus lábios e desceu uma trilha de beijos, chupões e mordidas pelo meu pescoço até meu decote.

- ah, Amity... seu sabor é... – eu puxei a cabeça dela beijando-a e não deixando terminar a frase, eu não queria escutar, eu precisava de mais.

Ela me imprensava contra a madeira e cada toque era fatal. Por um momento senti a mão dela em minha coxa e achei que fosse cair, depois senti a outra por baixo da minha blusa e suspirei no meio do beijo fazendo luz intensificar a tentativa de me fazer desmaiar.

Ela parecia me mastigar aos poucos como se quisesse engolir minha alma.

Então ela diminuiu, o que era um beijo ardente virou um beijo apaixonado, o que era uma provocação virou uma carícia.

E eu mesmo sem saber o porque retribuí, parei de puxar seus cabelos e levei minhas mãos ate seu rosto acariciando-o de leve.

Ela sorriu entre o beijo como se disfrutasse da situação, uma mão permanecia na minha cintura enquanto a outra acariciava meu cabelo e pescoço.

Luz então começou a dar vários selinhos e distribuir beijinhos brincalhões na minha face e pescoço fazendo algumas cocegas

eu não consegui mais segurar o riso e a abracei, ela retribuiu depois se afastou, me olhou nos olhos e me beijou tranquila.

ela encostou a testa na minha e suspirou

-vamos Amity, vai ficar tarde 

me afastei sem falar uma palavra procurando a mochila que eu havia largado no momento da briga pensando no rumo inesperado da coisas, olhei para ela procurando a touca perdida e soltei uma risada baixa

-Tá rindo é? a culpa é sua sabia? - ela encontra a touca e pega a minha mão - vem, vou te levar em casa.

não falei nada só a segui, eu não queria conversar, tinha muito material para trabalhar na minha cabeça.

quase chegando em casa ela vira e me pergunta:

-você não teria nada pro seu pescoço aí, não teria?

- pro meu pescoço? mas porque...- levo a mão ao pescoço em desespero

ela coça o pescoço envergonhada - foi mal aí

-Luz! o que eu vou fazer? - ela ri pelo nariz em desespero e passa a mão no meu pescoço

-É bem aqui, coloca a mão - eu obedeço e percebo a pele sensível 

- merda, Noceda! você tem que me ajudar! eu sou péssima com ilusões, você consegue sustentar só até eu chegar no meu quarto? - supliquei enraivecida 

- depois dizem que não é importante estudar varias áreas!

- Luz! Por favor!

ela me olha carinhosa e eu rapidamente percebo o porque, eu estou pedindo um favor a ela, Luz Noceda, e isso nunca aconteceu antes.

- Ok, não entra em desespero, baixinha - papel ela pega um lápis e desenha um glifo, um que eu não tinha visto ainda, ela o toca e ele sai como uma nuvem roxa que vai em direção ao meu pescoço.  Ela da uma boa olhada e diz que eu posso ir.

Eu fico indecisa por um momento, sem saber o que fazer e ela puxa meu braço e me beija, depois segura meu rosto e me olha.

-vai Amity, a gente se vê amanhã - ela me empurra em direção a casa, eu a olho intrigada indo em seguida.

passo rapidamente pela casa, morrendo de medo do feitiço não segurar e chegando no meu quarto, fecho a porta e abro a janela pra não ficar abafado, e assim que me afasto um pouquinho do beiral um passarinho de papel vem voando e cai aos meus pés e eu pego e o abro.

"Amity, 

   você beija muito bem, vou querer mais.

                                                                                                        luz."

olho pela janela e vejo-a acenando, ela manda um beijo e corre em direção a floresta. de repente me sinto muito cansada, guardo o passarinho e vou dormir.

violent love -  Off FireOnde histórias criam vida. Descubra agora